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Telavive pode evitar fome na Faixa de Gaza

O director da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) considerou, segunda-feira, que a fome ainda pode ser "evitada" na Faixa de Gaza se Israel permitir que as agências humanitárias levem mais ajuda.

27/02/2024  Última atualização 09H45
Representante da ONU em Gaza afirmou que esta é uma catástrofe provocada pelo homem © Fotografia por: DR

Segundo as Nações Unidas (ONU), 2,2 milhões de pessoas - a grande maioria da população do enclave palestiniano - estão ameaçadas de fome na Faixa de Gaza, território que está sitiado por Israel, e a grave escassez de alimentos poderá provocar uma "explosão" da mortalidade infantil no Norte do território, onde uma em cada seis crianças com menos de dois anos é vítima de subnutrição aguda.

"Esta é uma catástrofe provocada pelo homem (...). O mundo comprometeu-se a nunca mais permitir a fome", escreveu Philippe Lazzarini na rede social X (antigo Twitter), citado pela agência francesa AFP.

Para o responsável da UNRWA, "a fome ainda pode ser evitada através de uma vontade política genuína de conceder acesso e protecção a uma ajuda significativa".

Nos últimos dias, os palestinianos em Gaza disseram à agência AFP que foram obrigados a comer folhas e forragens para o seu gado e até a abater animais de tração para se alimentarem.

Antes da guerra entre Israel e o Hamas, cerca de 500 camiões por dia traziam uma variedade de alimentos para a Faixa de Gaza, mas desde 7 de Outubro, este número raramente ultrapassa os 200, apesar das enormes e ainda mais prementes necessidades, uma vez que a economia e a produção agrícola foram devastadas pelo conflito, de acordo com a ONU.

A situação é particularmente alarmante no Norte de Gaza, que está mergulhada no "caos e na violência", segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM), que suspendeu a distribuição da sua ajuda na terça-feira, devido aos confrontos e às multidões esfomeadas que se atiram aos camiões para os pilhar.

O organismo do Ministério da Defesa israelita que coordena as actividades civis nos territórios palestinianos (Cogat) declarou que 245 camiões de ajuda tinham sido "inspeccionados e transferidos" para Gaza.

"Não há limite para a quantidade de ajuda humanitária que pode entrar em Gaza para a população civil", esclareceu o Cogat, que impõe controlos apertados a todos os camiões que entram no território palestiniano.

As diferentes organizações humanitárias lamentam que estes procedimentos estejam a atrasar a chegada da ajuda humanitária a Gaza.

Fogo cruzado entre Israel e grupo Hezbollah

O exército israelita e o braço armado do grupo libanês Hezbollah protagonizaram ontem uma nova jornada de fogo cruzado na fronteira entre Israel e o Líbano, segundo a agência EFE.

As Forças Armadas Israelitas interceptaram o que denominaram de "objecto aéreo suspeito", que cruzou o Líbano até à região da Alta Galileia, no Norte de Israel, segundo um comunicado militar citado pela agência espanhola EFE.

O exército israelita denunciou, assim, lançamentos de 'rockets' nas últimas horas, desde o Líbano até às áreas de Margaliot, Har Dov, Kiryat Shmona, Manara e Malkia, no Norte de Israel.

De acordo com a nota, em resposta, o exército atacou os pontos de onde se originaram os ataques. Por outro lado, "um avião identificou" um suposto grupo de milicianos que saía de um complexo militar do Hezbollah na zona de Blida, que foi atacado por aviões de combate israelitas, tal como dois supostos "complexos militares" situados na zona. No total, o Hezbollah reivindicou cinco ataques contra Israel.

A fronteira entre Israel e o Líbano vive o seu maior pico de tensão desde 2006, com um intenso intercâmbio de fogo que dura já mais de quatro meses e já custou a vida a pelo menos 298 pessoas, a maioria no lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 215 baixas, algumas delas na Síria.

Em Israel morreram 16 pessoas na fronteira Norte (10 soldados e seis civis), ao passo que do outro lado da fronteira morreram 282 pessoas, incluindo 32 integrantes de milícias palestinianas, um soldado e 34 civis - entre eles 10 menores e três jornalistas -, além dos milicianos do Hezbollah.

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