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Tinubu exige a militares o resgate das crianças

O Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, ordenou às forças de defesa e segurança a resgatarem mais de 200 alunos raptados, na semana passada, por homens armados, e pediu às famílias para não pagarem pela libertação dos filhos, informou, ontem, o ministro nigeriano da Informação.

15/03/2024  Última atualização 13H30
Bola Tinubu exige estrito cumprimento da lei contra o pagamento por raptos na Nigéria © Fotografia por: DR

De acordo com familiares das vítimas, contactados pelos raptores na quinta-feira da semana passada, disseram às autoridades que os mentores exigiam pagamento pelo regresso dos filhos, que seriam entregues, a seguir, à escola da aldeia de Kuriga, estado de Kaduna, Noroeste da Nigéria.

No final de uma reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Informação, Mohammed Idris, disse à imprensa que o Presidente Bola Ahmed Tinubu pediu expressamente às forças de segurança para procurem os alunos, realçando que "não será pago "nem um cêntimo aos raptores”. Em 2022, foi introduzida uma lei que proíbe o pagamento de dinheiro aos raptores, mas nos últimos anos centenas de crianças e estudantes foram raptados em massa, nomeadamente em Kaduna.

"Seria um crime para nós, pais das crianças, negociar o pagamento com os raptores, mesmo que tivéssemos dinheiro para pagar. De qualquer modo, não temos qualquer hipótese de obter a quantia que eles pedem", explicou Muhammad Kabir, um membro da família de crianças raptadas em Kuriga. As vítimas de rapto são geralmente libertadas pouco tempo depois, na sequência de negociações com as autoridades locais, embora os representantes do Estado neguem sempre que tenham sido pagos resgates.

Geralmente, as famílias e aldeias inteiras juntam as suas poupanças para pagar os resgates, pois dizem que têm pouca confiança nas autoridades e sentem que não têm escolha.Estas afirmam que as tropas estão a vasculhar as florestas para resgatar os estudantes, mas as famílias dizem que lhes foram dados poucos pormenores.

O ministro da Informação afirmou que vários países, incluindo os Estados Unidos, se ofereceram para ajudar e que o Governo estava "a analisar" essas propostas. No entanto, os Estados Unidos não confirmaram esta informação, nem forneceram quaisquer pormenores sobre a situação dos menores raptados.

Há duas semanas, mais de 100 mulheres e crianças foram raptadas num campo de deslocados no Estado de Borno (Nordeste) por supostos extremistas e, no sábado, pelo menos 15 alunos de uma escola islâmica no Estado de Sokoto (Noroeste) também foram vítimas de rapto, segundo fontes locais.

Na terça-feira, homens armados raptaram dezenas de pessoas numa aldeia a cerca de 150 quilómetros de Kuriga, segundo dois representantes locais e uma fonte da ONU. A vaga de raptos em grande escala está a pôr em causa o Governo de Tinubu, que prometeu combater a insegurança.

No entanto, mais de 60 pessoas foram raptadas, ontem, na cidade de Buda, no estado de Kaduna, no centro da Nigéria, num contexto de aumento de incidentes deste tipo nas últimas semanas, segundo fontes locais e das Nações Unidas.

Grupo armado rapta moradores de Kajuru

De acordo com o conselheiro local Abubakar Buda, em entrevista ao canal de televisão nigeriano Channels TV, homens armados invadiram uma aldeia no distrito de Kajuru e raptaram, de "casa em casa", alguns dos residentes.  A intervenção militar impediu que mais pessoas fossem sequestradas, segundo o Channels TV.

"Várias pessoas foram raptadas. As informações indicam 32 mulheres e 29 homens”, disse o deputado local Usman Danlami Stingo ao Arise News, segundo a agência de notícias francesa. Uma fonte da ONU, não autorizada a falar com a imprensa, confirmou à AFP que homens armados tinham atacado a aldeia na madrugada de ontem.

"A informação inicial era de que 40 pessoas tinham sido raptadas, mas o número subiu para cerca de 60", disse a fonte. O mesmo número é confirmado pela agência espanhola Europa Press. Segundo o inspector-geral da polícia local, Kayode Egbetokun, serão enviados agentes para todo o estado, a fim de "acalmar os receios e criar confiança entre a população de Kaduna, especialmente nas comunidades rurais".

Por outro lado, o ministro da Educação da Nigéria, Yusuf Tanko Sununu, lamentou o incidente, em Kaduna. "É inacreditável que tenhamos actualmente mais de 20 milhões de crianças fora da escola na Nigéria", concluiu.

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