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Tribunal chileno exige reabertura da investigação

A justiça chilena decidiu reabrir a investigação sobre a morte do poeta Pablo Neruda, ocorrida, há 12 dias, após o golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, em Setembro de 1973, informou, ontem, a família do Prémio Nobel.

21/02/2024  Última atualização 11H08
Poeta, Prémio Nobel morreu a 23 de Setembro de 1973 © Fotografia por: DR
"Atendendo aos antecedentes e por não se encontrar esgotada a investigação, existindo diligências precisas que poderão conduzir ao esclarecimento dos factos (...) ordena-se a reabertura do processo”, indicou o Tribunal de Recurso de Santiago do Chile, numa decisão unânime, publicada na noite de segunda-feira, ontem, citada por agências internacionais.

Paola Plaza, a juíza responsável pela investigação – que deveria esclarecer se o Prémio Nobel da Literatura (1971) morreu devido a um cancro da próstata em estado avançado ou seterá sido  envenenado por um agente da polícia política da ditadura –, encerrou o processo em 25 de Setembro e recusou-se reabri-lo em Dezembro.

No entanto, a família do poeta e o Partido Comunista do Chile (PCC), no qual Neruda militou durante a juventude, apelaram da decisão.

"A unanimidade da deliberação é uma confirmação do nosso apelo. Conseguimos retirar a lápide que pretendiam colocar nesta investigação. Há 14 anos que lutamos para esclarecer a morte de Neruda”, afirmou à agência noticiosa EFE, Elizabeth Flores, advogada da família.

"Esta decisão é muito importante porque ratifica as nossas denúncias e os nossos anteriores argumentos de que, no contexto em que ocorreu a morte, houve intervenção do aparato do terrorismo de Estado da ditadura militar”, declarou também à EFE ,Juan Andrés Lagos, responsável pelas relações políticas do PCC.

O autor de "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, Pablo Neruda morreu a 23 de Setembro de 1973, na Clínica Santa Maria, na capital Santiago do Chile, um dia antes de um anunciado exílio no México.

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