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União Europeia: desenha estratégia para enfrentar o inverno

Os ministros da Energia da União Europeia (UE) tentam alcançar um acordo político para prorrogar medidas de redução do consumo de gás, dada a meta de diminuição de 15%, visando preparar o próximo inverno, considerando a influência das tensões geopolíticas a que a união está directamente envolvida como a Guerra na Ucrânia e na região do Médio Oriente.

05/03/2024  Última atualização 10H05
Políticos da UE traçam plano para superar a crise do gás derivada dos conflitos © Fotografia por: DR

Na reunião de Bruxelas, a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, apresenta uma recomendação sobre a preparação para o inverno e garantia da segurança do aprovisionamento energético para a estação de aquecimento de 2024-2025, tentando um acordo político dos ministros europeus da tutela sobre a prorrogação da redução voluntária coordenada da procura de gás.

A discussão surge depois de, na passada terça-feira, o executivo comunitário ter recomendado que os países da UE mantenham a poupança de 15% do consumo de gás, acordada há dois anos aquando do pico da crise energética, para estabilizar os mercados dada a persistência das tensões geopolíticas.

Em comunicado divulgado na altura, o executivo comunitário lembrou que as medidas de emergência acordadas há dois anos expiram em 31 de Março, razão pela qual a instituição propõe agora a continuação das medidas de diminuição da procura de gás, prevendo que os países da UE mantenham uma redução colectiva de 15%, em comparação com a procura média entre Abril de 2017 e Março de 2022.

Apesar de salientar "a situação mais estável do que nos últimos dois anos", Bruxelas propôs que a medida se continuasse a aplicar pela "persistência das tensões geopolíticas escassez dos mercados mundiais do gás, e o objectivo da UE de se livrar completamente dos combustíveis fósseis russos", numa altura de contínua guerra na Ucrânia e de conflito no Médio Oriente.

Desde a invasão russa da Ucrânia, que causou uma das piores crises energéticas dos últimos anos, a UE já adoptou medidas como alternativas ao fornecimento russo, aumento da produção de energia renovável e poupanças energéticas, nomeadamente em termos de armazenamento de gás, o que contribuiu para baixar preços em toda a Europa.

Dados de Bruxelas revelam que, entre Agosto de 2022 e Dezembro de 2023, a União Europeia reduziu colectivamente a procura de gás em 18%, poupando cerca de 101 mil milhões de metros cúbicos de gás.

O regulamento relativo ao armazenamento de gás exigia que os Estados-membros (que dispunham de reservas) enchessem as instalações de armazenamento subterrâneo de gás até 90% da capacidade até 1 de Novembro de 2023 a fim de estarem preparados para a época de inverno, tendo-se atingido uma percentagem de 99%. Por seu lado, o regulamento relativo à redução da procura de gás previa que os países baixassem o consumo de gás em 15% de forma coordenada.

Os ministros da União Europeia foram, ainda, informados sobre a situação geral da energia na Ucrânia pelo ministro da tutela daquele país, German Galushchenko, que participou na reunião por vídeoconferência.

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