A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O Governo do Bié iniciou a montagem de um sistema de protecção contra descargas atmosféricas nos nove municípios da província, pelo elevado número de pessoas que morreram nas últimas chuvas, devido a este fenómeno, garantiu, sexta-feira, o governador Pereira Alfredo.
Nos últimos dois meses, o Instituto Nacional da Criança(INAC) registou 269 denúncias de agressão física contra menores. Um número alto que demonstra a violência que alguns menores passam dentro de casa.
Algumas crianças são vítimas de violência física, desde tenra idade, muitas vezes são camufladas como uma forma de repreensão. Os pais ou encarregados de educação apoiam-se em teorias sobre a forma de educar uma criança em que a "palmatória" se torna uma referência de disciplina no meio familiar. Actualmente, a violência infantil tem sido muito debatida em diferentes franjas da sociedade, pelo desconhecimento do que é violência no sentido amplo da palavra.
Para Paulo Kalesi, director do Instituto Nacional da Criança (INAC), não há violência leve e violência grave, "pois toda a acção intencional ou não que provoca danos é violência".
"As agressões de grande repercussão que vemos na media, contra crianças, começam sempre por um "coco", um puxão de orelha e culminam em fortes agressões", disse.
Todas as semanas lemos, nos jornais e escutamos nas rádios actos bárbaros contra crianças que são vítimas de pais agressivos que, algumas vezes, por motivos banais, têm a violência como a solução para educar os filhos. Casos de maus tratos, trabalho infantil, acusação de feitiçaria, entre outros, trazem à tona a realidade social de muitas famílias.
História
de José
José, um menino de 10 anos, vivia com o pai e a madrasta, no município de Viana, em Luanda. Era o mais velho de dois irmãos, passava o dia a limpar a casa, antes e depois da escola. O pai, ausente por causa do trabalho, deixava as crianças sob tutela da madrasta. José era maltratado pela "mãe", como a tratava carinhosamente, sofria constantes ameaças e era espancado "por tudo e por nada".
O menino, mal-amanhado, ia para a escola com feridas expostas e quando era questionado dizia que tinha caído. A vizinhança ouvia os choros mas não compreendia o que se passava, até que, no ano passado, o menino não aguentou e contou a uma amiga o que estava realmente a acontecer.
A amiga, por sua vez, contou à sua mãe, que denunciou o caso ao INAC e a madrasta foi levada para prestar declarações no Comando Municipal da Polícia Nacional. Hoje, José encontra-se alojado na casa de parentes mas ainda sofre com as lembranças do que viveu na casa do pai.
Para Paulo Kalesi, este caso não é diferente do que acontece em vários pontos do país. "São situações que provocam danos, traumas e sentimentos de revolta e deixam marcas na vida da criança", lamentou.
Aumento
do nível de
frustração
Para a psicóloga clínica Domingas Tabu, o crescente agravamento do custo de vida no país leva ao aumento do nível de frustração dos pais. Com isso, disse, tornam-se intolerantes, com o sentimento de inutilidade muito elevado, o que leva a responderem com agressão a todo o comportamento da criança.
"O sentimento de impotência de não se sentir capaz de prover alimentos e dar o básico torna este pai e mãe em pessoa agressiva a todo acto da criança, perdendo a capacidade de olhar para o filho e compreender o que realmente ela quer", salientou.
Pessoas
emocionalmente doentes
Para a socióloga Fátima Matono, pais que espancam brutalmente os filhos são pessoas emocionalmente doentes e, na sua maioria, também cresceram no seio de muita agressão familiar e acabaram por tornar esse fenómeno como normal. "Por conseguinte, os filhos tendem a se tornar futuros agressores, porque é essa a linguagem que vivenciam durante a formação da sua personalidade", alertou.
A socióloga sublinhou, contudo, que a agressão é sempre um fenómeno negativo. "Existem vários meios com os quais os pais podem se comunicar com os filhos e, definitivamente, a agressão está excluída”, frisou.
Consequências
Fátima Matano apontou várias as consequências da agressão familiar, como a falta de atenção nas crianças, que acaba por ter problemas no processo de ensino e aprendizagem, a violência repetida, por meio daquilo que vê os pais a fazerem. Além disso, acrescentou, o menor pode tornar-se agressiva, até com outras crianças, e recorrer ao uso de álcool ou drogas por sentir que, neles, existe alguma "luz" ou "esperança " para fugir da realidade.
"Muitos casos de depressão ou que culminam em suicídio em adolescentes têm alguma ligação com alguma agressão física ou emocional", concluiu.
A psicóloga clínica Domingas Tabu reforça a ideia de que uma criança vítima de violência constante vai reproduzir aquilo que viveu e pode se tornar um adulto com comportamento desviante, propenso a cometer delitos que podem custar a sua liberdade ou a própria vida.
Acções do INAC
Segundo Paulo Kalesi, o INAC realiza acções de sensibilização das famílias que usam a violência como forma de repreensão. "Os pais devem conhecer melhor os filhos. A agressão física não é um método de educação. Cada criança é uma criança, com o seu carácter e atitude. Não são as crianças que devem adaptar-se à educação dos pais. São os pais que devem adaptar-se à realidade de cada criança. Se percebermos isso, teremos uma sociedade melhor", sublinhou.
O INAC direcciona alguns pais para especialistas que ajudam a lidar com crianças hiperactivas ou com alguns transtornos de personalidade. "Muitas crianças autistas ou com o coeficiente de inteligência acima da média têm comportamentos diferentes. Para alguns pais, essas são atitudes desviantes que procuram mudar por meio de palmatórias e castigos severos. Daí surgirem casos de agressão física que acabam em ferimentos, queimaduras e, nas situações mais graves, em morte", lamentou.
A instituição promove campanhas de sensibilização e envia para os tribunais os casos graves. Para o director do INAC, todos devem ser responsabilizados pelos actos ilícitos contra a criança. Porém,"muitas vezes deve se fazer um acompanhamento psicológico ao agressor para mudar a sua mentalidade, pois muitos repetem o acto mesmo depois de cumprirem a pena", lamentou.
Para Paulo Kalesi, a violência não deve ser tolerada em nenhuma circunstância pois, "hoje deu um puxão na orelha, depois uma chapada e amanhã vai queimar o braço do menor ou até, o mais grave, matar".
Para proteger a criança contra a violência, o INAC dispõe de uma linha telefónica SOS-Criança, com o número 15015, para a qual as pessoas podem ligar para denunciar qualquer tipo de violência contra os menores.
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