Os empresários do Bié podem ver equacionados os seus principais problemas, no âmbito da estratégia do Executivo angolano para a saída da crise económica e financeira que o país atravessa. O facto foi assegurado no Cuito, capital da província, pelo ministro da Economia durante a visita de dois dias efectuada esta semana nestas paragens.
Abrahão Gourgel garantiu no encontro de segunda-feira com os empresários locais, que levantaram inquietações relacionadas com a aquisição de divisas, acesso a créditos e “excesso de burocracia” no financiamento das empresas entre outras.
O ministro da Economia prometeu a resolução dos problemas com que se debatem os empresários do Bié, afirmando que o programa “Angola-Investe” disponibilizou 2 biliões 815 milhões de kwanzas para financiar nove projectos na província.
Entre estes, segundo o ministro, constam os projectos virados para agricultura e industrias transformadoras.
Durante a visita de trabalho, à província, o titular da pasta da Economia além de reunir com os empresários locais, visitou empreendimentos comerciais e manteve um encontro com o governador local Álvaro Manuel de Boavida Neto.
No encontro com os empresários, Abrahão Gourgel auscultou as dificuldades que a classe enfrenta, consubstanciadas também na falta de verbas, de matéria-prima, créditos e no reembolso dos créditos do programa “Angola-Investe”.
O ministro afirmou, nessa esteira, que os empresários devem adaptar as suas empresas às condições actuais do mercado e não gerí-las como se a crise não fosse uma realidade.
“O Bié tem mais de 4 mil empresas registadas. Muitas dessas são de iniciativa privada, mas o número contrasta com as pouco mais de 280 registadas pelo Instituto Nacional de Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), no âmbito do programa Angola Investe. Por isso, tem de trabalhar no sentido de estas empresas serem certificadas”, disse.
Abraão Gourgel afirmou, ainda, que a fuga ao fisco leva alguns empresários e comerciantes a não regularizarem as suas empresas e por isso não beneficiam dos fundos do programa “Angola-Investe”.
O governador do Bié, Álvaro Manuel de Boavida Neto, por seu turno, louvou a forma como os empresários manifestaram as sua preocupações, apelando-os a unirem-se ao Governo de forma a ajudarem a desenvolver a província nos mais variados sectores.
“O Bié tem enormes potencialidades como, calcário, argila, granito, diamantes, ferro, magnetite e outros, que esperam por empresários que apostem nestas áreas”, disse Boavida Neto no encontro testemunhado por membros do Governo local, administradores municipais, empresários, entre outras individualidades.
Ministro da Economia atende empresariado

Foto por Edson Fabrízio