Capacidade de aproveitar
Assegurou que Alemanha é hoje o centro da UE e Angola só ganha com o reforço desta parceria tendo em conta a educação tecnológica alemã que contribuiu muito para que países do sul da Europa se desenvolvessem. “Mas preocupa-me o facto de até hoje, não termos a capacidade de aproveitar parcerias com as grandes economias mundiais”, enfatizou.
Considera que a abertura da Lei de Investimento Privado, tentativa de liberalização do mercado cambial, assim como abertura parcial da conta capital vai atrair seguramente investidores alemães a investir em Angola. “Resta-nos apenas tomar partido dessas facilidades que possam criar mais-valia
na vida das populações”.
Yuri Quixina acrescentou ainda que Alemanha está consciente que só dependendo dos parceiros da região não vai atingir os objectivos, daí a aposta em mercados africanos como Angola, Rwanda e outros. Lembrou que o ano passado a economia alemã cresceu apenas 0,5 por cento e em 2020
a previsão é de 1,1 por cento.
Para o economista, a atracção de investimento directo estrangeiro também está competitiva e não é só exportação a julgar que muitos países estão a melhorar o seu ambiente de negócios e Angola deve fazer um esforço para ser o berço dos investimentos provenientes da Alemanha.
Sobre a linha de crédito avaliado em um mil milhão de dólares disponibilizado pelo Deutsche Bank da Alemanha para o fomento da agro-indústria em Angola, disse que o sucesso deste financiamento dependerá dos custos de produção local que vai definir o efeito multiplicador do crédito e permitir que as empresas tenham resultados positivos.
Sectores prioritários
Por seu turno, a socióloga Tânia de Carvalho realçou que a cooperação com Alemanha tem dado sinais positivos desde que o Presidente João Lourenço assumiu o poder e que o Governo alemão sabe o peso que Angola pode representar para sua economia.
“Devemos aproveitar também o potencial educacional, tecnológico e industrial para formar mais quadros na Alemanha”, sublinhou durante o programa “Política no Feminino”
transmitido pela TPA.
Os sectores da agricultura, pecuária e electrificação que Alemanha quer cooperar com Angola são prioritários olhando para o plano de governação actual, no entender na economista Dalva Ringote. Afirmou que a classe empresarial deve aproveitar essas oportunidades da relação bilateral entre os dois Estados a julgar que são eles responsáveis para o crescimento da economia.
“Os nossos empresários devem estar preparados para enfrentar as geografias mundiais tendo em atenção aos vários critérios de acesso nos diferentes mercados”, indicou, tendo acrescentando que o empresariado local enfrenta ainda problemas que carecem do apoio do Estado.
Em Luanda, empresários alemães de sectores como electrónica, telefonia, mecânica e energia solar aproveitaram para fazer contactos com representantes do Executivo angolano.