Desafios permanentes
“Produzir em Angola ainda é uma grande aventura porque o mercado nacional ainda não oferece condições em termos de matéria-prima”. A afirmação é de Yuri Rodrigues, responsável pela área de Marketing e Comunicação do Grupo Carrinho Logística e Distribuição, sediado na cidade do Lobito, província de Benguela.
Yuri Rodrigues deu ênfase à necessidade de incentivo à produção nacional de matéria-prima para a indústria alimentar e para outras áreas do sector.
“O nosso maior desejo é de que Angola seja auto-suficiente em termos alimentares”, acentuou Yuri Rodrigues, lembrando que a falta de divisas é um problema que afecta todos os investidores.
O grupo construiu um parque industrial em Benguela integrado por 14 fábricas, 12 das quais de processamentos e produção alimentar.
Os equipamentos industriais de que dispõe o grupo empresarial são provenientes de Espanha, Itália, Suíça e Turquia, países com expewriência na área e com uma produção robusta e de fácil ajuste aos padrões de alta qualidade.
As más condições das vias de comunicação terrestre entre as províncias

Foto por Edições Novembro
As más condições das vias de comunicação terrestre entre as províncias e a capital do país, Luanda, são um dos problemas apontados por investidores presentes na IV edição da Expo-Indústria, a decorrer, desde quarta-feira até amanhã, na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, em Viana, sob o lema “Mais Indústria, Mais Emprego, Mais Angola”. Para investidores abordados pelo Jornal de Economia & Finanças na cerimónia de abertura da Expo-Indústria, a maior montra, é um desafio transportar produtos frescos de uma província para outra, razão pela qual muitos produtores recorrem ao subaluguer para evitar despesas com a manutenção. É o caso da Aldeia Nova, um empreendimento agro-industrial localizado no município da Cela, província do Cuanza Sul, que, para transportar produtos para a cidade de Luanda, percorre 470 quilómetros, sendo a distância um dos constrangimentos encontrados no processo de escoamento da produção. O director-geral adjunto da Aldeia Nova, Hermenegildo Francisco, defendeu que a distância mínima entre capitais da província deveria ser de 100 quilómetros, algo que não acontece no país. Frisou que nenhuma capital de província é próxima de outra. O constrangimento é ainda maior no interior das províncias, lamentou Hermenegildo Francisco, que disse encontrar a Aldeia Nova sempre dificuldades em adquirir matéria-prima existente em alguns municípios, por nenhum camião conseguir chegar com facilidade devido às más condições da via. “A melhoria da rede viária é um grande desafio do país, para que tenhamos acesso a todas as localidades de produção”, declarou o responsável da Aldeia Nova, que dispõe de lojas nas províncias do Huambo, Cuanza Norte e Benguela e de um centro de escoamento em Luanda. Com um investimento de milhões de dólares, a Aldeia Nova está presente no mercado há 14 anos, sendo “um investimento que até agora compensa”. A Aldeia Nova dispõe de um centro logístico, que acolhe a produção em cadeia feita por 15 aldeias de produção agrícola, de leite, ovos e animal e criou cerca de 1.000 empregos directos e 6 mil indirectos.