O organismo, totalmente detido pelo Estado, vai assim ajudar a banca nacional na recuperação de créditos mal-parados e aposterior dedicar-se na compra de tais activos em
posse dos bancos privados.
Segundo Archer Mangueira, “esta nova instituição vem coadjuvar a banca nacional no domínio do crédito concedido, libertando-a de processos paralisados e que a tolhem quando chamada a cumprir uma das suas principais missões, a de conceder crédito à economia”, disse.
Para que todas as intenções sejam cumpridas, a Recredit deverá seguir o foco de através dos recursos aportados pelo Estado à si e que são públicos, envolver todos os actores da banca, assegurando-se da abertura e da disponibilidade dos parceiros na criação das melhores soluções no quadro
do interesse nacional.
Decisão pioneira
Com essa decisão, o Executivo angolano assume, uma vez mais, um papel pioneiro na resolução dos problemas financeiros que comprometem o desenvolvimento económico e social, porquanto poucos países seguiram até agora este caminho, segundo fez saber o ministro das Finanças.
A Recredit está autorizada, conforme fez saber o governante, a criar Fundos de Apoio à Recuperação da Economia Nacional, bem como a usar e gerir outros instrumentos financeiros que potenciem o seu objecto social.
“Pretendemos que esta empresa, detida pelo Estado, se transforme num veículo saudável e regenerador da nossa estrutura económica. Temos confiança em que os seus órgãos sociais e os seus quadros saberão percorrer com eficiência este caminho”, manifestou.
Os indicadores sobre a estrutura funcional da nova empresa criada avançam que ela, que é de capitais 100 por cento públicos, tem no Ministério das Finanças a entidade que deverá exercer e representar os poderes e obrigações do Estado em consequência da reabilitação iniciada no Banco de
Poupança e Crédito (BPC).
A nova entidade, a “Recredit” é um veículo financeiro que tem como actividade principal a aquisição, recuperação e valorização de activos de crédito, impulsionando a criação de oportunidades para um aproveitamento mais eficaz dos activos provenientes ou gerados pelos
fluxos financeiros de crédito.
O processo de refundação da banca iniciado no BPC deve em breve envolver o BCI e alargar-se para entes privados
caso se apresente necessário.