Medidas do banco central visam protecção da moeda
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Foto por Vigas da Purificação
A politica monetária contraccionista (medida que visa conter o execesso de moeda no mercado monetário) que o Banco Nacional de Angola (BNA) tem adoptado com vista a controlar a massa monetária no mercado, está a favorecer a acumulação de excedentes.
Os indicadores mostram que até Junho último as Reservas Internacionais Liquidas (RIL) do país atingiram 32.4 mil milhões de dólares, um reforço de 6 por cento em relação ao mês de Dezembro de 2012, sugerindo a continuação da acumulação de excedente favorável da balança corrente.
Os dados constam do relatório semestral do Banco Português de Investimento (BPI) divulgados na semana passada.
O relatório acrescenta que o rácio de cobertura das reservas cambiais atingirá os 7.1 meses de importação em 2013, com Angola a observar o quarto maior rácio da cobertura das importações da África Subsahariana, a seguir do Botswana, República Democrática do Congo (RDC) e Guiné Equatorial.
Por isso, advoga que a política monetária tem continuado a focar-se no objectivo da estabilização da taxa de câmbio nominal através das intervenções activas do banco central no mercado cambial.
Neste contexto, a taxa de cambio face ao dólar norte-americano, variava em torno dos 96.5 no início de Junho último correspondendo a uma depreciação de apenas 0,5 por cento face ao final de 2012.
Taxas de juro
A estabilização da taxa de câmbio nominal não so contribuiu, de certa forma, para manter sob controlo, a taxa de inflação, mas também teve como efeito uma apreciação da taxa de câmbio real efectiva. Esta taxa encontra-se em movimento ininterrupto de apreciação desde o final do exercício económico de 2010.
Apesar da redução da inflação nos últimos anos, o seu diferencial face aos níveis de preço dos principais parceiros comerciais de Angola, designadamente a China, EUA e Portugal ainda é grande, deteriorando a competitividade dos produtos angolanos face aos bens importados do exterior.
Política orçamental
Depois de anunciado este plano, foram retomados os leilões regulares dos Bilhetes de tesouro (BT) e das Obrigações do Tesouro (OT) em Maio. Até final de Junho, as emissões de OT indexadas ao dólar tinham superado os 39 mil milhões de kwanzas. A procura dos BT continua a revelar-se mais dinâmica, tendo sido colocados 43,147 milhões de kwanzas até Junho.
A soma de OT e BT emitidos no mercado interno supera os 80 mil milhões de kwanzas no mesmo período, o que representa apenas 17 por cento das emissões previstas pelo Ministério das Finanças para este ano.
A taxa de juro dos BT subiu ligeiramente nos prazos mais longos (6 e 12 meses), no entanto mantendo-se em terreno negativo, quando descontadas da taxa de inflação.
Em Outubro de 2012, o Governo lançou o fundo soberano de Angola, com um montante inicial sob gestão de 5 mil milhões de dólares (cerca de 480 mil milhões de kwanzas), cerca de cinco por cento do PIB angolano, a ser alimentado anualmente pelas receitas acumuladas das vendas de 100 mil barris de petróleo/dia (cerca de 5,500/ano).
Portanto, prevê-se que inicialmente o fundo soberano se concentre em actividades no sector hoteleiro, tendo sido avançada a possibilidade de se criar um fundo hoteleiro com objectivo de desenvolver e gerir uma carteira de hotéis na região da África
Subsahariana.
Despesas públicas
As circunstâncias e regras a que o Governo pode recorrer a esse fundo com o objectivo da estabilização das despesas públicas ainda não foram adiantadas e aguarda-se informações sobre como esse fundo será contabilizado nas contas públicas e nas contas externas.
O plano de financiamento das contas públicas para 2013 indica que as necessidades de financiamento do sector público poderão atingir 1,215 mil milhões de kwanzas, face a uma média de 5,6 mil milhões de dólares nos últimos três anos.
A emissão interna dos títulos de tesouro cobrirá cerca de 40 por cento das necessidades de financiamento do tesouro.
O Ministério das Finanças antecipa a emissão de 235 mil milhões de kwanzas em BT, das quais 47 por cento serão colocados no prazo de 1 ano e 337 mil milhões de kwanzas em OT repartidas de igual forma por títulos indexados à variação cambial e em kwanza.
Nos leilões de OT, o Governo privilegiará os prazos de quatro anos que agrega 34 por cento da oferta. O Governo prevê ainda recorrer ao mercado internacional através de uma emissão de Eurobonds no valor de 1000 milhões de dólares.
Os indicadores mostram que até Junho último as Reservas Internacionais Liquidas (RIL) do país atingiram 32.4 mil milhões de dólares, um reforço de 6 por cento em relação ao mês de Dezembro de 2012, sugerindo a continuação da acumulação de excedente favorável da balança corrente.
Os dados constam do relatório semestral do Banco Português de Investimento (BPI) divulgados na semana passada.
O relatório acrescenta que o rácio de cobertura das reservas cambiais atingirá os 7.1 meses de importação em 2013, com Angola a observar o quarto maior rácio da cobertura das importações da África Subsahariana, a seguir do Botswana, República Democrática do Congo (RDC) e Guiné Equatorial.
Por isso, advoga que a política monetária tem continuado a focar-se no objectivo da estabilização da taxa de câmbio nominal através das intervenções activas do banco central no mercado cambial.
Neste contexto, a taxa de cambio face ao dólar norte-americano, variava em torno dos 96.5 no início de Junho último correspondendo a uma depreciação de apenas 0,5 por cento face ao final de 2012.
Taxas de juro
A estabilização da taxa de câmbio nominal não so contribuiu, de certa forma, para manter sob controlo, a taxa de inflação, mas também teve como efeito uma apreciação da taxa de câmbio real efectiva. Esta taxa encontra-se em movimento ininterrupto de apreciação desde o final do exercício económico de 2010.
Apesar da redução da inflação nos últimos anos, o seu diferencial face aos níveis de preço dos principais parceiros comerciais de Angola, designadamente a China, EUA e Portugal ainda é grande, deteriorando a competitividade dos produtos angolanos face aos bens importados do exterior.
Política orçamental
Depois de anunciado este plano, foram retomados os leilões regulares dos Bilhetes de tesouro (BT) e das Obrigações do Tesouro (OT) em Maio. Até final de Junho, as emissões de OT indexadas ao dólar tinham superado os 39 mil milhões de kwanzas. A procura dos BT continua a revelar-se mais dinâmica, tendo sido colocados 43,147 milhões de kwanzas até Junho.
A soma de OT e BT emitidos no mercado interno supera os 80 mil milhões de kwanzas no mesmo período, o que representa apenas 17 por cento das emissões previstas pelo Ministério das Finanças para este ano.
A taxa de juro dos BT subiu ligeiramente nos prazos mais longos (6 e 12 meses), no entanto mantendo-se em terreno negativo, quando descontadas da taxa de inflação.
Em Outubro de 2012, o Governo lançou o fundo soberano de Angola, com um montante inicial sob gestão de 5 mil milhões de dólares (cerca de 480 mil milhões de kwanzas), cerca de cinco por cento do PIB angolano, a ser alimentado anualmente pelas receitas acumuladas das vendas de 100 mil barris de petróleo/dia (cerca de 5,500/ano).
Portanto, prevê-se que inicialmente o fundo soberano se concentre em actividades no sector hoteleiro, tendo sido avançada a possibilidade de se criar um fundo hoteleiro com objectivo de desenvolver e gerir uma carteira de hotéis na região da África
Subsahariana.
Despesas públicas
As circunstâncias e regras a que o Governo pode recorrer a esse fundo com o objectivo da estabilização das despesas públicas ainda não foram adiantadas e aguarda-se informações sobre como esse fundo será contabilizado nas contas públicas e nas contas externas.
O plano de financiamento das contas públicas para 2013 indica que as necessidades de financiamento do sector público poderão atingir 1,215 mil milhões de kwanzas, face a uma média de 5,6 mil milhões de dólares nos últimos três anos.
A emissão interna dos títulos de tesouro cobrirá cerca de 40 por cento das necessidades de financiamento do tesouro.
O Ministério das Finanças antecipa a emissão de 235 mil milhões de kwanzas em BT, das quais 47 por cento serão colocados no prazo de 1 ano e 337 mil milhões de kwanzas em OT repartidas de igual forma por títulos indexados à variação cambial e em kwanza.
Nos leilões de OT, o Governo privilegiará os prazos de quatro anos que agrega 34 por cento da oferta. O Governo prevê ainda recorrer ao mercado internacional através de uma emissão de Eurobonds no valor de 1000 milhões de dólares.