Circulação do comboio facilita trocas comerciais
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Foto por Vigas Da Purificaçao
A circulação do comboio do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) contribui para a redução de preços dos principais produtos e impulsiona as actividades comerciais entre as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
O comboio permitiu a facilidade de aquisição do material de construção a preços módicos e tem aumentado cada vez mais a iniciativa de construção de casas segundo o gosto de cada um.
O saco de cimento que antes era comercializado a 1.500 kwanzas, hoje é adquirido a 1.250 Kwanzas, devido ao aumento registado no mercado com a circulação do comboio.
O economista e docente universítário, José Ezequias, disse ao JE que os problemas económicos da população estão a ser tratados de forma especial.
“Já não temos motivos para nos deslocarmos às outras localidades para comprar produtos de primeira necessidade, porque a reabertura dos meios ferroviários e rodoviários proporcionou ganhos importantes em termos de oferta dos produtos essenciais”
José Ezequias considerou que a população que reside no Corredor do Lobito tem agora uma vida estabilizada, pois que a circulação do Caminho-de-Ferro de Benguela está a ajudar os empresários e homens de negócio a exercer as suas actividades sem sobressalto e os produtos a nível da região têm ganhado uma revolução real muito significante para o consumidor.
“Nos últimos momentos, temos estado a assistir em termos de obras um crescimento muito visível e notável, porque existe uma váriação de preços que não difere muito dos de Luanda”.
Falando sobre o custo do saco de cimento praticado no Luena, o economista afirmou ser um preço razoável tendo em conta os gastos feitos na transportação de mercadoria a partir dos centros de produção até ao destino.
“Os produtos que o comboio traz para o Luena são comercializados a preços justos e mais ajustados ao bolso de qualquer consumidor”, disse.
José Ezequias apela aos empreendedores e homens de negócio, no sentido de fazerem com a máxima urgência a análise e o estudo do mercado, usando novos mecanismos de gestão para não se deixarem levar pela redução substancial dos preços.
O economista disse que os comerciantes tendem a avaliar os novos momentos que o país está a viver, uma vez que a redução dos preços domésticos não significa que vai haver um baixo rendimento nos seus lucros, pois têm muito a ganhar com a circulação do comboio, aproveitando um frete altamente baixo.
A circulação do comboio, segundo José Ezequias, vai proporcionar à região da Sadc a integração regional, o desenvolvimento económico, os investimentos públicos, trocas comerciais e contribuir para a geração de emprego e de receitas aduaneiras para os cofres do Estado.
O comércio livre e o turismo sustentável vão ainda contribuir para o combate à fome e a redução da miséria a nível da região, tendo em conta as potencialidades económicas que o Caminho-de-Ferro de Benguela proporciona.
O docente universitário defendeu a necessidade de o país ter quadros competentes e estáveis para contribuir para o desenvolvimento económico e social e advogou o interesse de o Executivo continuar a investir no empresariado nacional, no sentido de resolver os problemas económicos que a população ainda enfrenta.
“Vamos continuar a ter esperença sobre as políticas que estão a ser traçadas pelo sector económico do Executivo angolano, porque estamos a notar um crescimento agradável do PIB (produto interno bruto) e verificamos ainda a criação de novas empresas angolanas e estrangeiras”.
Falando do empreendedorismo, o economista afirmou que o programa do Executivo está a ter efeitos positivos, pois que a iniciativa de muitos jovens tem proporcionado grande crescimento económico para o bem-estar de muitas famílias.
José Ezequias afirmou ainda que a concepção de créditos agrícolas facilitou aos camponeses no aumento dos níveis de produção local. “Além dos produtos agrícolas vindos do Huambo e Bié, notamos que há um esforço por parte dos camponeses locais na produção de certos produtos que reforçam o mercado local e que têm contribuido para a melhoria da dieta alimentar no seio das famílias".