Embora a China tenha implementado, desde o início da crise, um conjunto de medidas de expansão do investimento e do crédito que tem sustentado a actividade económica, o FMI adverte que são agora necessárias novas medidas que promovam uma maior abertura da economia e uma “transição para um novo caminho que conduza a um crescimento mais assente no consumo, mais inclusivo e mais ecológico”.
No curto prazo, o principal desafio para o novo Governo chinês é “conter os riscos para a estabilidade financeira, travar o crescimento do crédito e as formas não tradicionais de empréstimo”. “Um sistema financeiro assente no mercado promoveria uma melhor alocação do capital, aumentaria o rendimento das famílias e evitaria a acumulação de riscos”, refere o fundo. Nesse processo, deve ser dada prioridade a uma maior desregulamentação das taxas de juro e ao reforço da supervisão prudencial, recomenda a instituição presidida por Christine Lagarde, que aplaude a intenção de Pequim de criar um fundo de garantia para os depositantes.
Caso a transição económica seja bem sucedida, a entidade de Washington prevê que a China cresça a “um ritmo saudável nos próximos anos”.
Nas contas do fundo, a China crescerá neste ano e no próximo menos de 8 por cento, depois de longos anos de taxas de dois dígitos. O desemprego deverá permanecer em 4,1 por cento. A inflação deverá permanecer “controlada”, na ordem dos 3 por cento, tanto neste, como no próximo ano. O défice público deverá atingir os 2 por cento do PIB no final do ano. A dívida pública central deverá atingir 22,4 por cento do PIB em 2013 e diminuir para 19,9 por cento em 2014.