A secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), Joana Tomás, esteve recentemente em visita às províncias do Bié e Cuando Cubango, no âmbito de um projecto denominado “Roteiro Kudima”, e o que saltou à vista, de modo particular, foram as dificuldades que as cooperativas agrícolas enfrentam, umas mais que outras, para levar a bom porto os seus negócios.
Ainda que passe despercebida, por muitas pessoas e organizações, a confiança é a base das suas próprias existências e relações com terceiros. Quem não confia em ninguém, paralisa, isso é, tentará, em vão, fazer sozinho tudo que a vida humana exige ou estará eternamente inseguro e votado ao fracasso.
É verdade que, normalmente, na prática não é possível o mesmo grau de êxito relativamente a todos os alunos visto que existem factores individuais que nem sempre se conseguem ultrapassar, ou ainda, que os objectivos atingidos podem não ser os mesmos para o conjunto de alunos.
Assim, não é possível existir uma classificação que não seja precedida de uma avaliação, pois nela se fundamenta, mas uma avaliação não necessita obrigatoriamente de tradução através da situação na escala de valor adoptada.
A avaliação encontra-se integrada no processo ensino-aprendizagem, o que desde logo sugere que a avaliação é prevista e definida pelo professor quando faz a planificação da sua disciplina. De um modo sumário, esta planificação implica: A definição de objectivos educacionais, a clarificação dos conteúdos programáticos, a definição das estratégias de ensino e a definição do tipo de avaliação.
Estas etapas têm entre si relações fundamentais que contribuem para a boa condução do processo, a saber: a relação entre objectivos e conteúdos, expressa numa matriz que determina objectivamente quais as áreas de aprendizagem, e a relação entre objectivos, estratégias de ensino e técnicas de avaliação, que possibilita uma visão global de todo o processo ensino-aprendizagem.
Segundo Vasconcellos (2008), existe o professor transmissor que fiscaliza a absorção do conteúdo pelo aluno e utiliza a avaliação como forma de controle, neste caso a avaliação serve para atribuir nota, mostrar autoridade, selecionar os melhores, dar satisfação aos pais, aprovar ou reprovar, incentivar a competição.
Porém, existem os professores educadores que investem no aprendizado e que utilizam a avaliação como forma de acompanhar e ajudar o estudante preparando-o para a vida, garantindo a sua formação integral.
O mesmo autor defende que uma nova concepção de avaliação exige que o professor mude sua prática, transferindo a sua atenção do controlo do que se é transmitido para a aprendizagem significativa dos alunos. Assim, o aluno perceberá o professor como aquele que está ali para o orientar e ajudar nas suas dificuldades.
À luz desse entendimento, apontamos uma série de variáveis para tornar salutar o ambiente propício para avaliação das aprendizagens, nomeadamente:
Perceber a realidade do jeito que ela é, sem a descrever em função de outros interesses ou julgamentos próprios. Tal ponto, visto dentro da sala de aula, resulta em acolher o estudante sem um julgamento de valor que o discrimine e o exclua;
É preciso que o professor transforme as diversas situações em oportunidades de ensinar e aprender;
O acto de avaliar do professor dependerá da concepção teórica e das práticas vivenciadas por ele, podendo ser fundada no comportamentalismo, no qual os sujeitos precisam de condicionamentos externos para agir, ou pode ser fundada na concepção emancipatória, onde a avaliação estará a serviço da formação do cidadão.
Algumas transformações dependem de uma esfera superior ao professor ou à escola. Porém, outras mudanças estão ao alcance do professor, se ele estiver determinado a construir algo novo.
Assim, olhando para nossa realidade, em Angola nesse caso, onde certos professores tomam atitudes fora do contexto sala de aula, procurando o culpado e quando o encontram punem - no com nota baixa e consequentemente a reprovação, Vasconcellos (2008) cita algumas propostas:
Deixar de lado o uso autoritário da avaliação e modificar a prática de trabalho em sala de aula: Mostrar ao aluno que ele deve estudar para aprender, não só para tirar uma nota e ser aprovado; dar ao aluno o direito de ter dúvidas e saná-las com respeito; tratar a indisciplina com aproximação e diálogo;
Reduzir a ênfase na avaliação classificatória: Avaliar o processo de construção do conhecimento e não focar apenas no produto final; construir com os alunos e pais os critérios utilizados de avaliação; não incentivar a competição entre os alunos; não elaborar avaliações decorativas, pois elas devem ser reflexivas;
Modificar a postura perante os resultados da avaliação: Trabalhar o erro como promotor da aprendizagem na construção do conhecimento, não como gerador de medo e culpa; não fazer julgamentos superficiais e discriminatórios;
Promover a conscientização da comunidade educativa: Educadores, pais e alunos poderão participar do processo de gestão democrática de organização da escola.
Nesse sentido, enquanto meio e não fim, a avaliação da aprendizagem, presente principalmente nos meios escolares, deve ser vista e compreendida enquanto instrumento de busca por melhores condições de igualdade para os alunos ao invés de instrumento de manutenção das diferenças e desigualdades sociais.
*Professor e Linguista
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