Uma das causas da ascensão da extrema direita e do fascismo em todo o mundo é a dificuldade de renovação do campo político conhecido como “esquerda”, em especial depois da queda do muro de Berlim e da falência do “socialismo real”, fundado no leninismo-estalinismo (deixe-se Marx fora disso).
Cinco meses antes do pleito eleitoral marcado para Outubro e, depois de acirrados debates internos em que ficaram bem vincadas várias correntes no seio do partido no poder em Moçambique, a sessão extraordinária do Comité Central da FRELIMO levou três dias para definir e escolher o nome do sucessor de Filipe Nyusi. O encontro ficou marcado por ilações que valem a pena abordar.
"É preciso que as crianças tenham mais acompanhamento, em especial das famílias”, foram palavras expressas sob a forma de alerta por parte da directora-adjunta do Instituto Nacional da Criança (INAC), um gesto que, apesar de demasiado óbvio e eventualmente desprovido de qualquer necessidade, ainda é passível de ser feito na nossa sociedade.
Parece até um apelo fastidioso, mas, na verdade, traduz o reflexo em que se encontra a sociedade, as famílias e, fundamentalmente, os laços de paternidade e maternidade que, regra geral, acabam por expor o elo mais fraco da cadeia: as crianças.
Quando se permite que os piores indicadores sociais afectem o segmento que mais devia ser protegido, fica fácil saber que resultados podemos esperar nos próximos dez, vinte ou quarenta anos, com adultos que tenham passado por situações evitáveis de maus-tratos na forma de abandono parental, mendicidade forçada, abusos sexuais, trabalho forçado, entre outros.
O apelo de Elisa Gourgel, sobre a necessidade de se trabalhar mais na sensibilização das famílias e da sociedade para o cuidado emocional da criança, constitui um desafio e ao mesmo tempo um alerta que devia mobilizar, comover e levar à tomada de medidas.
Não se pode conviver com situações em que, tal como descreveu a número dois do INAC, os pais fujam das responsabilidades paternais sem que sofram nenhuma consequência. Nos casos de alguma psicose, alguma perturbação ou problema mental, clinicamente comprovado, que os leve a pensar que não tenham ninguém para cuidar, talvez não seja suposto esperar medidas em contrário para lidar com uma situações nestes moldes.
O Estado e todas as suas instituições, as igrejas, as escolas, as associações profissionais, culturais, cívicas, os sindicatos e todos os outros entes, com responsabilidades directas e indirectas no que ao futuro de Angola e das gerações vindouras diz respeito, devem repensar o tratamento que é dado, hoje, às crianças.
Vale encorajar o INAC pela incansável advocacia pela defesa dos direitos das crianças, ao lado de iniciativas, igualmente, promissoras de parceiros do Estado em nome dos mais novos.
O cuidado, a atenção e a protecção que são devidos aos menores, pelos adultos, devem ser entendidos como um imperativo com reflexos posteriores na vida daqueles últimos. De outra forma, de nada valerá o espanto ou a indignação que ocorrerem, como já sucedem com muitos progenitores, quando as famílias se deparam com casos de abandono dos pais por parte dos filhos, quase sempre uma consequência e nunca uma causa em si. Por isso, urge um digno e merecido tratamento às crianças para que a vida de todos corra bem agora e depois, porque tratar bem da criança, hoje, é cuidar bem do velho, amanhã.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginEm muitas comunidades, as práticas ancestrais, algumas questionáveis, como as que envolvem casos de feitiçaria, além de serem fracturantes na sociedade angolana, têm os seus efeitos marcados na vida de milhares de famílias.
Quando pensamos nos passos importantes que o país tem dado com a realização de vários instrumentos jurídicos de cooperação com destaque para a Espanha, Brasil e, recentemente, com a República da Coreia do Sul, é reconhecer que novas dinâmicas serão implementadas, como reduzir burocracias e animar o desempenho da balança comercial entre os países.
A Bolsa Internacional do Turismo (BITUR), recentemente realizada na cidade do Lubango, província da Huíla, mostrou que a referida localidade já figura na cartilha das escolhas de muitos cidadãos nacionais e até mesmo estrangeiros residentes em Angola, para a prática do turismo.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou, esta quarta-feira, a incursão do exército israelita em Rafah, sul da Faixa de Gaza, e apelou à comunidade internacional para que coordene uma "acção colectiva para travar esta 3.ª escalada mortífera".
O Executivo está a elaborar políticas de educação em Direitos Humanos e a estender os mecanismos de promoção e protecção a nível local, para estar mais próximo do cidadão, anunciou, ontem, em Luanda, a secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania.
O ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, recomendou, ontem, em Luanda, a capacitação estrutural e organizativa do Ministério e das Forças Armadas Angolanas (FAA) em actos que se traduzam na selecção de candidatos para ocuparem cargos específicos.
Angola e os Estados Unidos celebraram, ontem, a assinatura de acordos para financiamento de três grandes projectos de infra-estruturas no Corredor do Lobito, no âmbito da Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGI).
A provedora de Justiça, Florbela Araújo, recebeu, terça-feira, em audiência, o presidente da Associação Movimento Nacional de Apoio aos Reclusos, José Marcos, acompanhado pelo secretário Nacional para a Reforma Prisional.
Os níveis de crescimento da antiga comuna do Lóvua, na província da Lunda-Norte, que há nove anos ascendeu à categoria de município, motiva o Executivo a prosseguir com o processo de transformação de outras localidades, no quadro da nova Divisão Político-Administrativa (DPA), com vista à redução das assimetrias regionais no país.