Nos dias 4 e 5 de Junho terá lugar, em Seul, a 1.ª Cimeira Coreia-África. Prevê-se que a Cimeira, com a particularidade de ser a inaugural, seja a maior reunião internacional da actual administração coreana. Isto reflecte o empenho do Presidente Yoon Suk-yeol em promover uma parceria mutuamente benéfica, sustentável e estratégica a longo prazo com África, em consonância com a visão da Coreia de se tornar um Estado Global Pivotal, por um lado.
Os problemas que a era contemporânea apresenta, sobretudo no capítulo dos valores morais, éticos, cívicos, culturais, epistemológicos e religiosos obrigam, quer queiramos quer não, a reflectir sobre o papel da família com o fito de saber se ela tem ou não cumprido com as atribuições sociais, tendo em conta a sua dimensão pedagógica e sociológica na preparação do homem para a vida.
A convicção de que as alterações climáticas são uma farsa, sentimento prevalecente em certos círculos ocidentais, representa o cúmulo da arrogância. Ignoram-se as experiências vividas por aqueles que são directamente afectados pelas suas consequências devastadoras.
No Leste de África, as comunidades estão a ser devastadas por inundações catastróficas – uma manifestação gritante das alterações climáticas que estes cidadãos não se podem dar ao luxo de negar.
No Quénia, a estação chuvosa de 2024 não tem precedentes. Perderam-se pelo menos 179 vidas e mais de 200 mil pessoas foram afectadas. O padrão climático El Niño intensificou as chuvas torrenciais, causando deslocações, danos em infra-estruturas e o encerramento de escolas. A crise estende-se para além do Quénia, com o Burundi e a Tanzânia a enfrentarem as consequências.
As operações de resgate dramáticas e as cenas comoventes de pessoas a navegarem nas ruas inundadas pintam um quadro angustiante. Esta catástrofe perturba a agricultura, a espinha dorsal económica da região, e exacerba as tensões entre as populações e a fauna, à medida que os habitats desaparecem sob as águas crescentes.
Os peritos são inequívocos na ligação destes fenómenos meteorológicos extremos às alterações climáticas, factor responsável pela gravidade sem precedentes das inundações.
O apelo desesperado do Burundi por ajuda internacional, no meio de receios de uma nova escalada, sublinha a crise. Este é um duro lembrete de que, enquanto o Ocidente se debate com a própria existência das alterações climáticas, as regiões vulneráveis estão a pagar um preço elevado.
África, particularmente as partes Ocidental, Central e Oriental, está na linha da frente da vulnerabilidade climática. A insegurança alimentar, a pobreza, as doenças, a perturbação dos ecossistemas e os deslocamentos ameaçam a trajectória de desenvolvimento do continente.
A situação das nações insulares, à beira de serem engolidas pelo aumento do nível do mar, sublinha ainda mais a urgência de uma acção climática global.
A construção de resiliência e a capacitação das comunidades para se adaptarem são cruciais, desempenhando, os serviços de informação climática, um papel vital.
O desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental devem andar de mãos dadas. A industrialização deixou a sua cicatriz no ambiente, lembrando-nos constantemente das consequências destrutivas do progresso descontrolado. Esforços concertados e uma mudança de paradigma são imprescindíveis para a protecção do nosso Planeta e garantia de um futuro melhor para todos.
Por vezes, as coisas podem ser frustrantes. É frequente vermos no Ocidente pessoas com meios para influenciar a comunicação social a defenderem veementemente que as alterações climáticas são uma fraude.
Contudo, se formos às Ilhas do Pacífico, vamos encontrar pessoas genuinamente preocupadas com a própria sobrevivência, pois esta está a ser ameaçada directamente pela subida do nível das águas do mar.
Lembro-me de uma noite, nas Ilhas Salomão, quando uns amigos me levaram a uma pequena aldeia, com talvez apenas uma dúzia de habitantes. O cenário era parecido com o de São Tomé: uma aldeia bastante concentrada, com casas juntas, pequenas hortas e tascas, onde sobretudo as mulheres vendiam peixe e frango grelhados. Ouvia-se música alta – de afropop nigeriano a reggae – e bebia-se cerveja.
Os meus anfitriões mostraram-me a área onde a praia avança na altura da maré alta, ameaçando as campas da família ao pé da igreja.
Contaram histórias de marés tão altas que a água do mar invadiu a única zona de água potável da ilha, estragando as plantações de mandioca e afectando a segurança alimentar das pessoas. Para estes habitantes, as alterações climáticas e a subida do nível da água do mar não são motivo de riso.
Eles mostram claramente os pontos até onde o mar costumava chegar e onde chega agora. Esta questão da gestão ambiental é crucial. Vemos reacções diferentes ao redor do globo, quando há desastres naturais relacionados com o clima.
Por exemplo, se as cheias que afectam o Leste de África acontecessem numa capital europeia ou americana, como Londres ou Washington, haveria provavelmente uma resposta muito mais imediata e séria na discussão sobre as alterações climáticas.
Infelizmente, o ónus da crise climática recai mais pesadamente sobre os países menos responsáveis pela situação. A solidariedade e o apoio internacional são fundamentais para ajudar as nações mais vulneráveis a adaptarem-se e a reforçarem a sua resiliência.
O debate sobre as alterações climáticas não pode ser confinado a uma questão teórica. As suas consequências são bem reais, visíveis nas catástrofes que se avolumam e nas vidas que ficam destruídas.
É imperativo que ajamos com rapidez e determinação, se quisermos preservar o nosso Planeta para as gerações futuras.
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