O encontro foi antecedido de duas reuniões entre altos funcionários, no mesmo formato, em que os técnicos dos referidos sectores, auxiliados pelo Secretariado da comunidade, discutiram e aprovaram os aspectos fundamentais no domínio da agricultura e subsectores das Pescas e Aquacultura, cuja acta é adoptada hoje.

O primeiro dia de trabalhos foi marcado pela recomendação do reforço da capacidade técnica e financeira, com vista a elevar a média da produção de trigo, arroz, soja e algodão para mais de 3,5 toneladas por hectare, com vista a garantir a auto-suficiência e segurança alimentar até 2030.

O dia de ontem foi dominado por discussões viradas para a reversão do declínio da biomassa nos oceanos, provocada pelas alterações climáticas, pesca não declarada e não regulamentada e violação do período de veda, considerados como os maiores constrangimentos.

Os altos funcionários aprovaram a implementação do Projecto "Global Fish", com enfoque no apoio dos Estados-Membros nos domínios do fomento e desenvolvimento da apicultura, em que se destaca a componente genética, bem como o controlo das espécies exóticas e indígenas.

Os mecanismos de apoio aos Estados-membros na implementação de uma plataforma digital para a recolha e harmonização dos dados estatísticos da pesca e da aquicultura também mereceram destaque na antecâmara da reunião dos ministros.

O director nacional das Pescas, Victor Chilamba, manifestou-se satisfeito com os resultados das acções preliminares, salientando que a adopção da acta vai ser a base para a melhoria da cadeia de valor, aumento das trocas comerciais e intercâmbio de informação ao nível da região.

"O trigo é a base do pão, fundamental para o pequeno-almoço das crianças, o arroz que já está a ser produzido de forma cada vez mais crescente nos países da SADC, sendo, hoje, o cereal mais consumido em Angola e o Ministério da Agricultura, os operadores privados, as famílias camponesas estão a desenvolver programas e projectos de fomento da produção", frisou.

Os países membros da SADC, concluiu Victor Chilamba, foram unânimes na necessidade de investir cada vez mais no subsector da aquicultura, tendo em conta a tendência crescente deste subsector (ao contrário do declínio na pesca extractiva), "de maneira a fazer face à procura de pescado a nível da região".