Especial

Catarina Miguel a mãe de oito meninas

Pereira Santana

Jornalista

Catarina Miguel, uma mulher forte e amorosa, foi abençoada com o dom da maternidade e a dádiva de ser mãe de oito preciosas meninas. Desde o início da sua jornada como mãe, a senhora Catarina, hoje com 86 anos de idade, nutria o desejo de ter uma filha, e o seu coração transbordou de alegria quando seu primeiro bebé nasceu - uma linda menina.

05/05/2024  Última atualização 13H02
© Fotografia por: DR

No entanto, à medida que o tempo passava e mais meninas chegavam, o companheiro, embora amoroso, expressava o desejo e a esperança de ter um filho homem. Cada nova gravidez trazia consigo a expectativa de uma mudança, mas o destino parecia ter outros planos, presenteando-a com mais meninas.

"A primeira menina foi um desejo, na segunda fiquei um pouco pensativa, já na terceira me perguntei: Será que Deus não me vai dar um rapaz?”, recordou.

Apesar dos murmúrios e das expectativas familiares, Catarina permaneceu firme na sua fé e aceitação do que a vida lhe oferecia. Recorda-se que, apesar do questionamento de algumas pessoas, nunca se sentiu pressionada pela família e nunca considerou fazer tratamentos tradicionais, levando em conta a rica cultura africana carregada de misticismo. O amor e a gratidão preenchiam o seu lar, onde as suas oito meninas eram criadas com muito cuidado e dedicação.

A senhora Catarina teve um total de nove gestações. Na terceira, recorda-se, até era um rapaz, mas devido a complicações durante a gravidez, foi forçada a abortar.

No nascimento da quarta menina, lembra que o companheiro quase entrou em desespero e até questionou: "Será que tenho que arranjar outra mulher para me dar um rapaz?” Dela ouviu uma resposta fria, mas conscientemente tranquila: "Você é quem sabe”.

A mulher que só via o amor e a gratidão com a chegada das meninas que preenchiam o seu lar, apesar das palavras do marido, confessa: "não fiz confusão nem me abalei”.

Mas, as coisas não estavam tão fáceis para a senhora Catarina. Na quinta gestação, o nascimento de mais uma menina. E mais um desabafo do companheiro: "Tudo menina, tudo menina”. Ela respondeu: "a sorte é tua”, seguindo a máxima de que as meninas são filhas dos pais e os rapazes das mães.

No entanto, imbuído de alguma superstição, o marido sugeriu que trocassem a cama ou mudassem de casa. A decisão foi pela mudança de casa. A mudança aconteceu, mas a situação não mudou. Na casa nova, foram três gestações e delas, três meninas. A história deles estava mais do que escrita. Só restou aceitar. Conta fechada, oito lindas meninas, hoje, lindas mulheres.

A casa da senhora Catariana tornou-se um refúgio do amor e união, onde as suas filhas cresciam cercadas do carinho e apoio do pai que, apesar de não ter em casa um filho homem, "sempre foi amigo, bom companheiro e aceitou com amor as meninas”, disse ela.

Se alguém pensasse que a casa era recheada com brinquedos exclusivos para meninas, estaria enganado. Ela também tinha muitos brinquedos para meninos que se acumulavam a cada gestação, pois sempre havia a esperança do nascimento de um menino. Mesmo com a presença apenas de meninas, ela garantia que as suas filhas tivessem acesso aos brinquedos para meninos, como forma de incentivá-las a explorar os seus interesses e desenvolver as suas personalidades únicas.

Dona Catarina revelou que ainda possui brinquedos, para rapazes, comprados há 50 anos. Muitos, segundo ela, ao longo do tempo, foi oferendo aos netos que foram nascendo.

Com tantas meninas em casa, naturalmente, atraíam muitos rapazes. No entanto, ela diz que a presença dos amigos das suas filhas em casa nunca foi uma preocupação. Sempre foi uma anfitriã calorosa e acolhedora, garantindo que todos se sentissem bem-vindos. Tinha consciência e confiança na orientação e educação que passava para elas, com sabedoria e amor, assumindo o papel de mãe e pai na ausência do marido, que passou muito tempo distante por motivos profissionais.

Mas, quando precisava corrigir alguém que ultrapassasse os limites, ela o fazia. E a Lenú, sua primogénita, que o diga. Dona Catarina conta que a filha, algumas vezes, gostava de sair pela janela para ir às festas, mas quando ela percebia, na hora de voltar para casa, já a encontrava com a mangueira debaixo dos braços para a "surra merecida", expressou com um sorriso.

Dona Catarina está viúva há pouco mais de dois anos. Lembrou que, ao completar 50 anos de casamento, foi muito elogiada pelo marido pela forma como cuidou e educou as filhas, demonstrando a sua força e dedicação como mãe. "Ele sempre reconheceu o meu papel de mãe dedicada e presente, algumas vezes assumindo o papel de mãe e pai, mas naquela ocasião, recebi o elogio com grande emoção”, disse.

Ela não tem dúvidas de que exerceu a sua função materna com brio, e essa prova é reconhecida em ocasiões como o dia do seu aniversário e o dia das Mães, quando as suas meninas, gratas e amorosas, a homenageam com flores, mensagens e presentes, mostrando o amor e respeito que têm por ela.

Catarina Miguel, mãe de oito meninas, é um exemplo de amor incondicional, paciência e gratidão. A sua história é um testemunho do poder do amor familiar e da aceitação das bênçãos que a vida nos reserva.


CARLA MIGUEL MÃE DE RAPAZES
"Tenho os meus rapazes, amo-os de milhões”

A história de Carla Miguel é marcada por uma peculiaridade fascinante: ela é a quinta (5.º) filha da Dona Catarina, que teve apenas meninas nas suas oito (8) gestações. No entanto, Carla quebrou essa tradição ao dar à luz quatro (4) filhos homens, desafiando as expectativas e surpreendendo a todos ao seu redor. Esta dinâmica familiar única e incomum revela a complexidade e imprevisibilidade das relações familiares, mostrando como cada geração traz consigo a sua própria singularidade e surpresas inesperadas. Carla conta-nos a sua experiência como mãe de rapazes.

 

Ser mãe de rapazes:  sinto-me lisonjeada. A pessoa não espera ser apenas mãe de meninos ou de meninas, mas Deus concedeu-me a graça de ser mãe apenas de rapazes e sou feliz por ter quatro (4) lindos, maravilhosos e abençoados rapazes. Minha relação com os meus filhos é extremamente amigável. Temos limites como em todas as relações entre mães e filhos. Somos amigos, companheiros, e quando é preciso repreender, eu o faço. Se tiver que pegar no pau da vassoura para correcção...

Primeira gestação:  O pensamento foi:  o que vier é bem-vindo.

Segunda gestação:  Na fé e na esperança de que viria uma linda e maravilhosa menina. Já imaginava o tipo de penteado que faria e o enxoval bem colorido. Quando fui fazer a ecografia, a médica disse: 'olha, mais um rapaz!'. Até o último minuto da gravidez, tive fé e esperança de que poderia ter uma menina. Quando me anunciaram que era mais um rapaz, senti-me muito mal e passei mal, tendo uma hemorragia intensa.

Terceira gestação:  Mais um rapaz!...

Quarta gestação: Pensei, Deus deu-me a graça de ter três (3) rapazes. Talvez esta será uma menina. Nem planeei fazer ecografia. Comprei roupinhas de todas as cores. Porém, ao fazer a ecografia, a médica disse que era um rapaz, um rapaz muito grande. Tanto que o meu parto foi de cesariana. Mas, pronto! Tenho os meus rapazes, amo-os de milhões. Sou muito feliz, e somente Deus sabe o amor que sinto por eles."

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Especial