O director do Gabinete da Saúde no Cuando Cubango explicou que a acção formativa tem como objectivo melhorar as competências e aptidões dos profissionais de Obstetrícia, de forma  a darem respostas às exigências do sector, bem como conferir um atendimento mais profissionalizado e humanizado.

João Chihinga disse que o primeiro curso pós-médio de Obstetrícia tem a duração de 18 meses e, numa primeira fase, vai formar parteiros profissionais. Nos próximos ciclos formativos, adiantou, vão ser formados especialistas em cuidados intensivos, cirurgia, assistência e reanimação, nefrologia, pediatria, oftalmologia e puericultura, com o intuito de prestar assistência médica e medicamentosa mais especializada às populações.

A acção formativa, referiu, vai ainda reforçar a formação de especialistas em atenção primária de saúde, implementação e extensão de especialidades na área de Enfermagem, expandir a formação pós-média, com o objectivo de aumentar o número de técnicos especialistas, assim como intensificar o processo de formação contínua para assegurar a qualidade dos serviços de saúde prestados nas diversas unidades sanitárias da província.

Entre as principais preocupações do sector, apontou o alto índice de mortes maternas registadas na província, em particular por conta do absentismo de mulheres grávidas que durante o período de gestação se recusam a recorrer às consultas pré-natais, para o devido acompanhamento médico.

A formação, esclareceu, desempenha um papel importante, uma vez que a actividade de parteira é prestada maioritariamente por mulheres e muitas enfrentam desafios relacionados com a desigualdade de género.

"A parteira é uma profissional responsável por acompanhar as gestantes no processo de pré-natal, parto e pós-parto, onde prestam um atendimento humanizado e especializado. Por isso, antevemos dias melhores”, disse.

As razões da implementação do referido curso, salientou, passam essencialmente em ampliar o número de técnicos especializados e reforçar o sistema de saúde, tendo em conta as dificuldades que o sector atravessa, pelo défice de médicos e enfermeiros especialistas, assim como a insuficiência de técnicos de saúde nas zonas mais recônditas, devido ao problema das vias de acesso.

Até 2027, informou, pretende-se formar mais de 800 enfermeiros, de forma a melhorar a qualidade dos cuidados prestados às mulheres gestantes e aos recém-nascidos, assim como reforçar a capacitação nas áreas de enfermagem obstétrica e desenvolver a formação contínua dos profissionais de saúde.

O Ministério da Saúde, avançou, pretende formar, até 2027, em parceria com o Banco Mundial, 38 mil profissionais de saúde em todo o país.  "O Executivo angolano está comprometido com a formação dos técnicos de saúde, para dar resposta às demandas do sector, numa altura em que várias unidades hospitalares estão a ser construídas a nível do país”, disse.