O país tem 1.039 áreas por desminar até 2025, o que representa uma superfície estimada em 70 milhões de metros quadrados, afirmou, em Caxito, província do Bengo, o director-geral da Agência Nacional de Acção contra Minas (ANAM).
O secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas Albino, apelou, sábado, na cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, à participação de toda a sociedade no Censo da População e Habitação 2024.
Ao discusar na abertura do seminário de capacitação sobre o Censo Populacional e Habitação 2024, que arranca a 19 de Julho, Nuno Albino exortou a sociedade a contribuir no fornecimento dos dados que os operadores censitários irão solicitar, através de um inquérito.
O governante reconheceu que a operação será difícil, tendo em conta os vários obstáculos previstos no seu percurso. "É importante juntar sinergias e envolvermo-nos todos para o êxito de mais um programa de interesse nacional”, disse Nuno Albino que, ainda assim, se mostrou confiante no sucesso da operação, dada a postura digna do povo angolano manifestada em diversas circunstâncias.
Importância dos
jornalistas
O secretário de Estado voltou a destacar a importância dos jornalistas no êxito do Censo Geral da População e Habitação.
Nuno Albino defendeu a inclusão dos jornalistas no processo de divulgação da mensagem sobre o Censo. Disse ser necessário que os jornalistas, através dos meios disponíveis, se empenhem na divulgação dos factos decorrentes do processo.
"Os jornalistas, enquanto comunicadores, são chamados a produzir informações que incidam na sensibilização, mobilização das populações, e comunicar com transparência, rigor e isenção, como via para consciencializar as populações para a sua adesão ao processo”, advogou.
O Seminário de Capacitação sobre o Censo Geral da População e Habitação 2024 é dirigido aos profissionais da comunicação social, órgãos de defesa e segurança, comentaristas, analistas, fazedores de opinião e influenciadores digitais, membros da sociedade civil, autoridades tradicionais e religiosas, bem como a membros do Instituto Nacional de Estatística.
Para Nuno Albino, a acção formativa constitui uma oportunidade para os participantes terem os conhecimentos sobre os procedimentos do Censo, a fim de estarem dotados de matérias relacionadas com o processo, e poderem esclarecer a sociedade.
Além dos jornalistas e comunicadores, assinalou, o processo censitário vai envolver, também, as autoridades tradicionais e igrejas, como matriz dos valores morais e cívicos, pela responsabilidade que ostentam nas comunidades e pelo simbolismo público e respeito que têm junto das populações.
* Com a Angop
Outro aspecto que Nuno Albino considerou crucial tem a ver com a necessidade de aproveitar o entusiasmo, a criatividade e irreverência positiva da juventude, em torno do processo de mobilização e sensibilização de todos os jovens, por constituírem a maioria da população angolana.
O secretário de Estado apelou a todas as famílias angolanas no sentido de participarem activamente no processo, pelo facto de os resultados a serem alcançados no fim do processo censitário virem a fornecer indicadores da real situação da população, e facilitar na tomada de decisões sobre o comércio, economia e as políticas sociais nas dimensões em que se pretende alcançar, visando o desenvolvimento inclusivo e a redução das assimetrias regionais.
Cada um deve fazer a sua parte
O director-geral do Instituto Nacional de Estatística (INE), José Calengue, defendeu que a mensagem chegue até ao último cidadão de cada uma das 18 províncias do país, para que o Censo Geral da População e Habitação seja um êxito.
"Devemos todos ser os porta-vozes de toda a informação, porque o Censo não é simplesmente do INE, mas sim de todos, sendo necessário que cada um faça bem a sua parte”, frisou.
José Calengue admitiu que o processo censitário é um "desafio enorme”, que vai envolver meios de transportes terrestres e aéreos – em alguns casos navais também – para facilitar o acesso às zonas mais longínquas e de difícil entrada. Para tal, conta-se com a colaboração das Forças de Defesa e Segurança, que também integram a Comissão Intersectorial.
O director-geral do INE reconheceu, igualmente, que o Censo Geral da População e Habitação é uma actividade onerosa, mas destacou o facto de o Governo ter assumido a responsabilidade para financiar o processo, numa acção que conta com a ajuda da comunidade internacional, representada pelo Banco Mundial, UNICEF, entre outras organizações, para que o mesmo decorra com sucesso.
O Censo Geral da População e Habitação 2024 será o terceiro na história do país, depois do realizado em 1970, cinco anos antes da Independência Nacional, e o último, ocorrido há dez anos. O Censo Geral da População e Habitação vai decorrer em 562 comunas e 164 municípios das 18 províncias do país.
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