Nos dias 4 e 5 de Junho terá lugar, em Seul, a 1.ª Cimeira Coreia-África. Prevê-se que a Cimeira, com a particularidade de ser a inaugural, seja a maior reunião internacional da actual administração coreana. Isto reflecte o empenho do Presidente Yoon Suk-yeol em promover uma parceria mutuamente benéfica, sustentável e estratégica a longo prazo com África, em consonância com a visão da Coreia de se tornar um Estado Global Pivotal, por um lado.
Os problemas que a era contemporânea apresenta, sobretudo no capítulo dos valores morais, éticos, cívicos, culturais, epistemológicos e religiosos obrigam, quer queiramos quer não, a reflectir sobre o papel da família com o fito de saber se ela tem ou não cumprido com as atribuições sociais, tendo em conta a sua dimensão pedagógica e sociológica na preparação do homem para a vida.
Comecei a lidar com livros ainda em tenra idade, em Malanje. Minha memória conserva um episódio doméstico bastante curioso: meu pai, professor do ensino primário, armazenava na estante da sala obras de diversos géneros, dentre elas um antigo livro:“O Nosso Dicionário”. Do outro lado estava uma tarimba de alimentos.
O meu olhar entre as duas exposições estava muito mais fixado na tarimba dos alimentos. Por vezes, meu pai lia um livro e seus olhares convidavam-me a fazer o mesmo.
Lembro-me de um amigo do meu pai ter frenquentado a nossa casa com o objectivo principal de consultar o "O Nosso Dicionário”. Quando completei 14 anos compreendi a verdadeira importância daquele livro.
Li um artigo de um renomado articulista estrangeiro, em que o mesmo dizia que o "estado normal de um cidadão culto consiste na ardente sede pela leitura e na natural necessidade de pesquisa, sobretudo, das questões ligadas às suas origens e cultura”.
Existem defensores que sustentam a ideia de que,para se ler depende da situação social. Para estes, o pão é o pré- requisito para o estímulo à leitura.
A nossa sociedade está em autêntico conflito entre o livro e o pão. Por vezes os dilemas da vida social nos colocam na escolha de duas opções: ler ou comer? Será que se dedicar à leitura é sinónimo de que o pão está garantido? Não se pode comprar livros e alimentos ao mesmo tempo ou um de cada vez? Se os livros estão caros, os alimentos estão baratos? Estas são questões que colocam em desvantagem o livro.
Apesar da estante de livros estar diante da tarimba de alimentos, não tenho memória do meu pai se preocupar primeiro com a tarimba e depois com a leitura. Nem o seu amigo tinha esta preocupação como requisito para ler. Por esta razão, compreendi que ambos carregavam um forte desejo pelo conhecimento e satisfaziam as suas aspirações independentemente de qualquer circunsntâncias.
Deste modo, percebi que ler é uma questão de mobilizar a consciência.É verdade que precisamos de pão sobre a mesa, mas, se não nos educarmos, o livro ficará na estante como um objecto do museu.
Os líderes de opiniões, encarregados de educação, professores, escritores, jornalistas e demais agentes e instituições devem estimular a sociedade para hábitos de leitura e pesquisa. Um povo que lê cresce em forma triangular: social, cultural e politicamente.
Tenho um colega na Brigada Jovem de Literatura de Angola-BJLA que todo o dia 23 de Abril compra igual número de livros. Ele afirma que faz isso em homenagem ao William Shakespeare e Miguel Cervantes, operários da palavra que ele tanto admira. Na referida data celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. É igualmente o dia do nascimento e da morte destes renomados autores.
Todos grandes autores marcam a vida de bons leitores. Não ler os seus escritos constitui um atentado à intelectualidade. Sempre que vou à Biblioteca Nacional e da União dos Escritores Angolanos sinto que os livros clamam por leitores.
Por outro lado, tenho estranho pressentimento de que o pão grita em alta voz por saber que está a ser consumido agressivamente e o livro de modo moderado. Por isso, temos de mobilizar a mente e criar um programa para que o livro se torne na nossa agenda como o pão diário e seja um bem valioso como qualquer alimento.
*Secretário-Geral da Brigada Jovem de Literatura de Angola-BJLA
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA tentativa de golpe de Estado registada na madrugada do passado domingo, 19 de Maio, na República Democrática do Congo, pode ser considerada uma nódoa vertida sobre a manta em que se preparava a celebração do 61.º aniversário da criação da Organização de Unidade Africana (OUA), criada, dentre outros, com o objectivo de unir África e promover o desenvolvimento do continente.
Assinala-se amanhã, o Dia de África, também conhecido como Dia de Libertação da África. Há 61 anos, portanto, em 1963, nascia, nesse dia e mês, em Addis Abeba, a Organização de Unidade Africana (OUA), instituída por 32 Chefes de Estado e de Governo africanos que se reuniram na capital etíope para tomar uma posição de apoio inequívoco à luta dos movimentos de libertação contra a colonização europeia e contra o regime de apartheid, que vigorava na África do Sul.
Ao longo da História da humanidade, o conhecimento, circunscrito à forma genérica, fundamenta-se na capacidade humana de entender as coisas. Além disso, ele pode ser aplicado, criando e experimentando o novo. Essa habilidade é exclusiva do ser humano. E diferenciam-se dos animais por estes desenvolverem mecanismos de aprendizagem por meio de acções práticas e da repetição de experiencias.
Já muito se falou sobre os materiais ferrosos levados às chamadas casas de pesagem, o papel destas últimas e as consequências que a sociedade, de uma maneira geral, enfrenta por esta acção de depredação de bens públicos e privados.
Angola exibiu um dos seus trajes tradicionais na cerimónia alusiva à celebração do 61.º Aniversário do Dia de África assinalado hoje, em Abu Dhabi, capital político-administrativa dos Emirados Árabes Unidos.
O sector hoteleiro está em destaque, na stand da empresa de construção civil, Omatapalo, na 13ª. edição da Feira Internacional de Benguela (FIB), que decorre, no Estádio Nacional de Ombaka, desde o dia 22 deste mês, com término neste domingo.
“A fuga”, a primeira longa-metragem de Tuti Fernández, defende que não há idade para aproveitar as oportunidades, mesmo que isso signifique romper com o que está estabelecido. É a ideia que fica na cabeça do espectador ao terminar de assistir “A fuga”.
Dois cidadãos nacionais, com idade compreendida entre 34 e 67 anos, foram detidos, na última quinta-feira, implicados nos crimes de furto da viatura do hospital municipal do Lubango, Olga Chaves.