Especial

“para tirar a dúvida fiz o teste mais de três vezes”

Sandra da Silva

Jornalista

Com um sorriso radiante, brilho nos olhos e uma alegria contagiante, Maria Tchilombo, de 38 anos e casada, sub-inspectora do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, tornou-se mãe pela primeira vez aos 37 anos. Numa entrevista ao Jornal de Angola, Maria compartilhou a sua jornada, revelando que, antes de dar à luz a sua filha Thayla Niara, enfrentou desafios e críticas de amigos, vizinhos e até familiares por não conseguir engravidar.

05/05/2024  Última atualização 13H22
© Fotografia por: DR

"Há quatro anos de casada, enfrentei dificuldades para conceber e derramei muitas lágrimas. As pessoas diziam que eu tinha problemas e que nunca seria mãe. Hoje, com a minha filha de nove meses, encontro motivação para seguir em frente", partilhou Maria.

Ela recordou-se das desavenças com as amigas devido às fofocas e insultos, chegando a afastar-se de algumas delas. "Minhas amigas falavam coisas negativas sobre mim, e havia pressão da família", recordou.

Maria descobriu a gravidez no segundo mês e, mesmo feliz, teve dúvidas. Fez o teste várias vezes e, ao contar ao marido, ambos ficaram incrédulos. "Para tirar a minha dúvida tive que fazer o exame mais de três vezes, e de seguida contei ao meu esposo que também não acreditava na notícia, pensando que estava a brincar com ele".

Devido à idade e por ser a primeira gravidez, previa-se ser de risco, enfrentou os desafios, mas com acompanhamento médico e repouso, superou as dificuldades.

Maria disse que gostaria muito de poder partilhar a sua alegria com os seus pais, no momento que deu à luz a sua primogénita, pois, naquela altura, já tinha perdido os seus progenitores. "Eu perdi a minha mãe quando tinha 27 anos, depois dessa tragédia o meu pai desempenhou um papel crucial na ausência da minha heroína. Ele foi um herói para mim, e também a pessoa que muito cobrava de mim a dar-lhe um neto e, infelizmente não conheceu a neta porque acabou por morrer um ano antes de eu engravidar", disse ela.

Uma experiência Única

Maria Tchilombo disse que ser mãe, de primeira viagem, foi uma experiência única, hoje sente-se mais corajosa e consegue conciliar a maternidade com o trabalho. Nos primeiros dias de trabalho, contou, foi difícil ter que deixar a Thayla com a babá.  "Mas graças a Deus a minha trabalhadora tem cuidado muito bem da minha princesa".  

Por precaução, Maria fez o parto em Portugal, enquanto o marido a apoiava à distância. "Infelizmente, o meu marido não viu a nossa filha nascer por causa do trabalho, mas, mesmo distante deu o apoio necessário. A Thayla é uma bebé bem comportada e muito calma, tem uma alimentação super regrada".

A Sub-Inspectora do SPCB contou que o esposo é um bom marido, companheiro e amigo de todos os momentos, ajuda sempre que pode, principalmente quando se trata da filha.

Actualmente, Maria se sente realizada com a chegada da "princesa" Thayla, nome de carinho da filha, e está pronta para os desafios futuros e para fazer crescer a família. Como mãe dedicada, o seu maior desejo é ver a filha crescer com saúde e sucesso. Sempre que completa um mês de vida comemora com um bolo do mês-aniversário. "Sou uma mãe babada e coruja, quero poder ensinar e proporcionar tudo de melhor”, disse ela.

Maria aconselha às mulheres que desejam ser mães a persistirem nos seus sonhos, manter a fé, buscar orientação especializada e confiar na força da oração.

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