Centenas de empresários, expositores e população em geral, visitaram com entusiasmo o Stand do Banco de Comércio e Indústria (BCI), na 13ª Edição da Feira Internacional de Benguela (FIB), que decorreu de 22 a 26 do corrente mês, no Estádio Nacional de Ombaka.
É tempo de chuva. O povo está tranquilo, porque a circulação é efectiva. Um mês depois, a ponte metálica construída sobre o rio Hanja, município de Chongoroi, província de Benguela, encurtou a distância, inclusive, entre produtores, além de alunos e camponeses.
O empresário Adérito Areias, proprietário da fazenda AA, situada na comuna, destacou o potencial da região da Bolonguera que, segundo ele, tem condições de se tornar num celeiro da província de Benguela, em particular, da região Sul e do país, em geral.
A ponte faz com que a logística fique mais barata e com isso o produtor vai investir mais, afirmou Adérito Areias, salientado que a região vai se desenvolver muito. Para os empresários, em particular, e da população, em geral, a ponte representa uma redução considerável dos gastos.
"Essa região precisava de um olhar diferenciado. A riqueza e o futuro estão aqui. Com a ponte o desenvolvimento virá para cá”, sublinhou o empresário, acrescentando que com isso a logística ficará mais barata e o produtor vai investir mais. Essa região, indicou, vai se desenvolver muito.
Quem assistiu à inauguração da ponte teve o privilégio de ver as fotografias do antes e depois. "Eu, pessoalmente, considero essa ponte como uma das melhores obras do Governo Provincial de Benguela, porque veio proporcionar oportunidade aos jovens investirem nesta região. Não é a ponte em si, mas, o que pode proporcionar.
A ponte, indicou, abre perspectivas "muito grandes” para muitos jovens, porque vai disponibilizar muita terra.
Desde o sector do Senje até à sede comunal da Bolonguera existem centenas e centenas de hectares que são bons para a agricultura, aliando-se aos três rios com curso de água permanente.
Para o empresário Adérito Areias, "a coisa mais importante é fazer um repto à juventude e dizer que venham para aqui, tem terreno e vamos cultivar”, convidou.
"Não é preciso pedir muito”
Para Adérito Areias, que actua nos ramos agro-industrial, salineiro, pesqueiro e outros, não é preciso pedir muitos hectares. Segundo ele, se cada um que vier ficar com 100 hectares já é muito bom.
Explicou que ao se fazer 100 hectares de milho duas vezes por ano e uma de feijão, vai se criar muita riqueza. "Então, meus jovens, esta ponte já está a dar oportunidades à juventude”, afirmou.
"Acho que o Executivo e o governo provincial de Benguela estão de parabéns. Acho que estamos a cumprir o objectivo principal do nosso Presidente, que é resolver os problemas do povo e estamos muito contentes”, manifestou.
Antes da ponte, lembrou, só se podia passar com mercadorias no intervalo de 8 meses, porque o rio leva muita água.
Explicou que o rio Hanja chega a atingir 3 a 4 metros de altura. Como alternativa, passava-se de barco ou pelo cabo de aço que fazia a ligação da ponte.
"Passámos mal. Eu, para vir à fazenda, tinha que atravessar o rio de jangada. Tudo isto era complicado. Tinha os problemas de pôr o gasóleo na fazenda ou comida. O difícil tornou-se mais fácil”, enalteceu, lembrando com tristeza as vezes que chegou a enterrar carros e tractores no rio. "Actualmente, temos o problema resolvido”.
A
zona da Bolonguera, referiu, é por "excelência muito boa para investir”,
inclusive na Bolonguera, que tem águas quentes. Disse que pode aparecer um
jovem que pode fazer uma actividade turística. "É possível fazer lá uma zona de
águas térmicas. Aqui tem tudo”.
Aproveitar a zona de muito gado
A comuna da Bolonguera é potencialmente agro-pecuária. Há quem tenha até 500 cabeças. É uma zona de muita água e gado e com grande oportunidade.
O empresário Adérito Areias disse que é preciso aproveitar aquilo que o Governo dá, enaltecendo o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Governo de Benguela, com o engajamento pessoal do governador Luís Nunes.
"O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, está de parabéns, porque foi uma das guerras de conseguir essa ponte. Então, nós temos que agradecer ao Governo Provincial, pois, o objectivo está feito e é notável a alegria dos sobas e da população toda”, destacou.
Questionado sobre os valores empregues na construção da ponte, Adérito Areias disse: "Eu nunca estou preocupado com os dinheiros. Estou preocupado com as realizações”, enfatizou.
Níveis de produção
Com a ponte, muita coisa ficou mais facilitada, reconheceu o empresário, referindo-se que o ganho é, também, uma conquista da Independência Nacional.
Disse que a fazenda tem cerca de 1.700 animais e tudo ficou mais fácil. "Antes, tínhamos muitas dificuldades em tirar os animais da Bolonguera para venda e hoje está melhor", sublinhou.
Hoje, indicou, há maior facilidade de tirar a fruta. "Temos muita manga, limão e vamos ampliar consideravelmente a produção de limão e de mangas”, garantiu, frisando que a fazenda está implantada numa área de 4 mil hectares e o objectivo é fazer mais 20 hectares de fruticultura.
Adérito Areias informou que, anualmente, são colhidas mais de 150 toneladas de fruta por ano, o que é bastante bom. Adiantou que o objectivo é atingir mais de 30 hectares a produzir fruticultura, entre limão, manga, laranja e tangerina.
Conservação da ponte
O soba de Cutembo-Embala, João Tchikusse Kafina, disse que as autoridades tradicionais devem sensibilizar a população para que todos participem na preservação deste bem que levou muito tempo e custou dinheiro para permitir a circulação de pessoas sem dificuldades.
"Já assumimos o compromisso de que, sempre que fizermos o uso da ponte, devemos ter em conta que é uma infra-estrutura pública, o que quer dizer que não devemos escrever nela nem sequer retirar as suas tabuletas ou mesmo parafusos. Devemos pautar por conduta positiva porque já clamamos e sofremos muito por causa da ponte”, disse.
Mateus Cavala, presidente da cooperativa de camponeses 4 de Abril, da localidade de Usholo Camuvi, explicou que produzem em grande escala o pimento, feijão, milho, tomate, cebola entre outros.
Segundo Mateus Cavala, a ponte vai incentivar e motivar a cooperativa, com 88 integrantes, a aumentar os níveis de produção porque já há como escoar a produção.
"Estamos numa fase embrionária. Mas, devido à nossa actividade, temos recebido sementes, instrumentos de trabalho e fertilizantes, cujos níveis têm sido indesejados, porque quando se produzia muito, tudo estragava porque não tínhamos como escoar a produção por falta da ponte. Agora, o cenário mudou e estamos motivados para contribuir no programa de combate à pobreza e na diversificação da economia”, garantiu.
Palavras são poucas para descrever os ganhos
Descrever os ganhos da ponte é levantar a vida da comuna da Bolonguera, explicou a administradora comunal, Juliana Bendi, salientando que, desde a Era colonial "aqui nunca houve ponte”. Lembrou-me que sempre que chegava a época chuvosa, o rio criava transtornos.
Para ela, palavra são poucas para destacar os ganhos da ponte, que já faz movimentar muitas viaturas para adquirir mercadorias diversas, desde frutas, cereais, hortícolas e gado.
"Não havia circulação de pessoas e bens até até mesmo pessoas que estavam doentes. Desde o surgimento da ponte, é a vida que renasceu na comuna da Bolonguera”, enalteceu.
Juliana Bendi salientou que, devido à ausência da ponte, a administração comunal funciona na localidade do Senje.
Com a ponte, há perspectiva de fazer retornar a sede administrativa para o legítimo lugar, onde já está em curso o plano urbanístico.
O plano urbanístico, explicou, tem uma área de intervenção de vários hectares, distribuídos em área administrativa com 22 hectares, área da policia e igrejas de 7 hectares cada.
A zona habitacional ocupa 39 hectares, zona comercial e de lazer 11, 9 e 21 hectares, respectivamente.
"Temos área definida para a construção da Administração Comunal, residência para a administração, posto de saúde, escola primária, edifício comercial, serviços de apoio, entre outros”, garantiu.
Segundo a administradora comunal da Bolonguera, Juliana Bendi, olhando para aquilo que é a extensão territorial da Bolonguera, que representa 60 por cento do território do município do Chongoroi, acredita e justifica o regresso da sede administrativa. Para que tal facto aconteça, esclareceu, antes de se inaugurar a ponte, a administração comunal fez advocacia junto das estruturas superiores.
Da mesma forma, garantiu, "faremos com que a localidade que o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, conheceu (a própria Bolonguera), haja infra-estruturas para atender à comunidade”.
Juliana
Bendi reconheceu que a falta da ponte foi a principal preocupação. Depois de se
ultrapassar tal desiderato, a preocupação está direccionada na terraplanagem e
reabilitação das vias de acesso, sobretudo, para as aldeias.
Sectores da Educação e Saúde
A população da Bolonguera é estimada em 15.532 habitantes. No sector da Educação, salientou Juliana Bendi, são controladas seis escolas, das quais três são de construção definitiva.
Para o ano lectivo em curso, informou, foram matriculados 817 alunos no ensino primário. A administradora comunal de Bolonguera lamenta a existência de muitas crianças fora do sistema de ensino, devido à pastagem do gado bovino.
Além da pastorícia, indicou, outro factor que faz com que muitas crianças fiquem fora do sistema de ensino é o distanciamento das aldeias. "Temos encontrado muitas dificuldades para matricular mais de 400 crianças numa escola”, referiu.
Na Saúde, indicou que só estão disponíveis dois postos médicos e destacou as obras de construção de mais um, na localidade de Cambenje. "A rede sanitária precisa de ser ampliada”, disse.
Potencial agropecuário
Em termos agropecuários, a administradora comunal da Bolonguera explicou que são controladas mais de 60 mil cabeças de gado bovino.
Segundo
a responsável, há quem possua mais de 500 cabeças de gado bovino, por isso
apontou a pertinência de efectuar campanhas de vacinas periódicas, para se
combater diversas doenças, como carraças, pneumonia, entre outras.
Energia e água
Depois de algum tempo sem energia, a aquisição e entrega de um novo gerador pelo governador de Benguela, Luís Nunes à administração, a sede provisória voltou a ter a corrente eléctrica e água.
Juliana Bendi disse que na sede provisória a água potável beneficia 615 populares, diferente da energia eléctrica, com a ligação de apenas 50 casas.
Juliana Bendi avançou que por causa do rio, houve muitas dificuldades de repor a administração. Por isso, o governo provincial encontrou uma solução já que tinha disponível valores financeiros para colocar a povoação próxima da Bolonguera, que aconteceu no Senje, desde 2003.
A
ponte, garantiu, está a motivar a criação de cooperativas de camponeses,
exemplificando o caso da cooperativa 4 de Abril. "Tudo começou a crescer”,
disse.
Problemas resolvidos
O administrador municipal do Chongoroi, Ernesto Pinto, explicou que, desde que a comuna da Bolonguera foi fundada, em 15 de Setembro de 1971, nunca foi erguida sobre o rio Hanja uma ponte da dimensão da actual, que dá acesso à sede da comuna, que durante décadas ficou isolada do resto do município.
Ernesto Pinto disse que os sectores da Educação e da Saúde enfrentavam, no passado, diversas dificuldades de travessia para desenvolverem actividades, cenário que mudou neste ano lectivo, o que deixa os pais sossegados.
"Durante muito tempo e com bastante tristeza, fomos assistindo um índice de absentismo escolar, por parte dos professores que não conseguiam atravessar o rio em épocas chuvosas, devidas as grandes cheias, deixando as crianças em idade escolar penalizadas”, contou.
Explicou que a ponte foi projectada há muitos anos. "Já passaram vários governadores nesta província e, felizmente, sem receio de errar, temos de felicitar o governador Luís Nunes, que respondeu positivamente ao grito dos munícipes de Chongoroi, com a construção da ponte. O que era impossível tornou-se em realidade”, destacou.
Garantiu que já estão a ser dados passos seguros para a transferência da sede provisória da Administração Comunal que funciona, actualmente, na sede do Senje para Bolonguera.
"Os momentos amargos ficaram para trás e hoje há alegria total no rosto das pessoas, depois de vários problemas que o rio Hanja provocava, sobretudo na época chuvosa, com o transporte de doentes”, referiu.
Convite aos empresários
O administrador municipal do Chongoroi convidou os empresários interessados em investir na comuna da Bolonguera, e disse que há várias oportunidades.
Destacou a existência de áreas vastas para investir. "Há muito espaço para agropecuária e agricultura. Precisamos dos empresários que tenham capacidade para investir no nosso município. Precisamos fazer crescer o nosso município”, convidou.
Ernesto Pinto disse que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023/2027 também abrange o município e comunas do Chiongoroi, com a projecção de mais escolas, postos de saúde, vias de acesso do Cui e a que liga Malongo a sede municipal, além da manutenção de 70 quilómetros da estrada que liga a Estrada Nacional 105 até à comuna de Camuine, a par da construção de uma ponte que vai permitir ligar Chongoroi (Benguela) e Caluquembe (na Huíla).
Adiantou que do Huambo para Benguela não haverá necessidade de dar a volta no município da Cacula (Huíla), mas sim, poderá entrar em Benguela, a partir de Caluquembe.
"Temos compromisso com o bem-estar das populações”
O governador de Benguela, Luís Nunes, reafirmou o compromisso do Executivo de continuar a trabalhar para melhorar a qualidade de vida das populações, indicando as vias de acesso, pontes, escolas, hospitais, energia e agricultura, como áreas prioritárias.
Acrescentou que, para Benguela, além dos programas do Executivo, foram gizadas e estão em curso acções que visam contribuir para o bem-estar das populações.
Exortou aos empresários a tirarem maior proveito dos incentivos que o Executivo coloca à disposição, quer para o sector produtivo como outros.
O município de Chongoroi localiza-se a 150 quilómetros a Sul da cidade de Benguela.
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