O Presidente congolês, Felix Tshisekedi, alertou, sábado, numa entrevista ao jornal francês Le Fígaro, que é possível uma guerra com o Rwanda, mas as conversações de paz ainda estão por cima da mesa, num momento em que, há meses, decorrem no Leste da RDC violentos combates.
"É claro que uma guerra é possível, não vou esconder isso", declarou Tshisekedi, que fez uma visita oficial a França no início desta semana. "Este país, que é nosso vizinho, está a violar o nosso território para pilhar os minerais críticos e aterrorizar a população", acusou, mais uma vez, o Chefe de Estado congolês, citado pela AFP, denunciando "a inércia da comunidade internacional", à qual Kinshasa pede para adoptar sanções contra o Rwanda.
Kigali nega o envolvimento, contudo a comunidade internacional, incluindo França e os Estados Unidos, acredita que o Rwanda apoia o M23 e comprometeu forças no Leste. "O M23 é uma concha vazia! Pode ter apenas 500 milicianos. Não, são soldados rwandeses que estão a semear a morte no nosso solo", continuou Tshisekedi, que acredita ter recebido apoio durante a sua visita de Paris, que também mantém boas relações com Kigali.
"Quero adiar este prazo tanto quanto possível, porque prefiro colocar toda a nossa energia e riqueza no desenvolvimento dos 145 territórios da RDC e não no esforço militar", disse Tshisekedi. Questionado sobre a possibilidade de encetar conversações com o homólogo rwandês, Paul Kagame, salientou que a mediação angolana está a trabalhar nesse sentido."As nossas delegações vão reunir-se nos próximos dias para trabalhar e encontrar um terreno comum. Estou a pedir uma coisa simples: que o Rwanda retire as suas tropas do território congolês", acrescentou. Apoiados por unidades do Exército rwandês, os rebeldes M23 (Movimento 23 de Março) pegaram novamente em armas desde 2021 e tomaram grandes áreas de território no Kivu do Norte, chegando a cercar inteiramente Goma.
Ainda na sexta-feira foi anunciado que pelo menos onze pessoas foram mortas num bombardeamento que atingiu um campo de deslocados nos arredores de Goma. "Vi nove corpos à minha frente", incluindo várias crianças, disse à AFP a chefe do bairro Lac Vert, a oeste da capital da província de Kivu do Norte, Dédesi Mitima.
Soldados congoleses condenados à morte
Pelo menos oito soldados congoleses, incluindo cinco oficiais, foram condenados, ontem, à morte por um tribunal militar em Goma, no Leste da RDC, onde a rebelião do M23 está a ganhar terreno, por fuga dos militares perante o inimigo". A acusação tinha pedido a pena de morte para os 11 soldados que estavam a ser julgados no mesmo processo, mas o tribunal absolveu três soldados com o argumento de que as acusações contra eles não estavam "provadas". Todos eles se encontravam na linha da frente dos combates contra a rebelião do M23 que, com o apoio de unidades do Exército do Rwanda, se apoderou, nos últimos dois anos, de vastas áreas do território da província do Kivu do Norte, da qual Goma é a capital.
Segundo a defesa, estes homens "nunca fugiram do inimigo, nem abandonaram a sua posição, pelo contrário". Contudo, o tribunal decidiu que os crimes contra oito deles foram provados "de facto e de direito". Este veredicto surge depois do Governo da RDC ter anunciado, em meados de Março, a sua decisão de levantar a moratória sobre a execução da pena de morte que estava em vigor desde 2003 no país. O presidente do Parlamento explicou que esta medida visava os militares acusados de traição e os autores de "banditismo urbano que provocou a morte de homens". A derrota do Exército congolês e das milícias auxiliares face ao avanço do M23 alimentou suspeitas entre as autoridades de infiltração nas forças de segurança. Desde o início desta rebelião, muitos militares, incluindo oficiais superiores das Forças Armadas da RDC (FARDC), mas também deputados, senadores e personalidades do mundo económico do Leste do país, foram presos e acusados de "cumplicidade com o inimigo".
De visita a Kinshasa, em meados de Abril, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse estar "preocupado" com esta decisão das autoridades de Kinshasa, lembrando que as Nações Unidas queriam "a abolição da pena de morte em todo o mundo". Questionado pela televisão alemã, Deutsche Welle, no fim de Abril, o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, declarou que a RDC tinha tomado esta decisão para "dissuadir" os cúmplices do Rwanda.
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