Especial

Uma jornada de amor e superação como Mãe Solteira

Quissanga Quindai

Jornalista

Arell Mateus é uma jovem mãe solteira, dedicada, que enfrenta os desafios de criar dois filhos de tenra idade com amor e determinação. Todas as manhãs, ela levanta-se cedo para preparar o pequeno almoço das crianças, enquanto se desdobrava para equilibrar o trabalho e os cuidados em casa. Mesmo diante das dificuldades, Arell nunca perde o sorriso e sempre encontra tempo para brincar com os seus filhos. A sua história de superação é inspiradora.

05/05/2024  Última atualização 12H44
© Fotografia por: DR

Aos 31 anos de idade, Arell Mateus é mãe solteira, divorciada há sete anos actualmente residir em Luanda. Desde 2017, ela enfrenta todos os desafios da maternidade sozinha, com uma rotina que envolve trabalho, cuidados com os filhos, academia e escola.

Segundo Arell Mateus, o seu dia começa sempre às 4 horas da manhã. Prepara o pequeno almoço dos filhos e arruma a casa. Depois de os preparar para irem à escola, ela prepara-se para ir ao serviço.

Uma das principais dificuldades que enfrenta como mãe solteira é o facto de que as suas responsabilidades como mãe e profissional não lhe permitem falhar. "Se eu falhar no trabalho, posso perder o meu emprego e ser considerada incompetente para desempenhar alguma função", conta Arell Mateus.

Ela acrescenta que, se falhar como mãe, estará a prejudicar o estado emocional dos seus filhos, o que afectará o seu desempenho na escola e noutras atividades.

A maior dificuldade enfrentada por mães solteiras é a falta de uma rede de apoio em alguns momentos. Arell destaca: "Por exemplo, se a babá não puder trabalhar, não tenho como ir ao serviço, porque os meus filhos não terão com quem ficar. Aqui em Luanda, onde tudo é distante de tudo, é quase impossível levá-los a outro local para que alguém cuide deles".

Além disso, ela tem consciência de que os empregadores não vêem com bons olhos funcionários que faltam frequentemente por motivos familiares ou pessoais. Mulheres em cargos de chefia são ainda mais julgadas. Arell ressalta a pressão e o escrutínio constantes sobre as suas acções.

A jovem mãe enfatiza o amor pelos filhos e a necessidade de trabalhar para sustentá-los, mesmo que isso signifique passar longos períodos longe deles. Destaca os estigmas e julgamentos enfrentados por mães solteiras, que são criticadas independentemente das escolhas que fazem.

"Eu amo os meus filhos mais do que tudo nessa vida, e muitas vezes tenho de ir trabalhar mesmo cedinho, e voltar quando eles já estão a dormir sem poder vê-los. Mas a pessoa que vê de longe, vai pensar que sou uma mãe ausente, esquece que preciso de trabalhar para sustentar os meus filhos”.

Arell Mateus diz ainda que a maior dificuldade que as mães solteiras enfrentam é o julgamento de fora. "Somos muito julgadas, não temos apoio emocional, todo o mundo acha que temos que ter feito mais. Se colocas o filho na creche, criticam quando contratas uma babá para auxiliar falam”.

Se não trabalhas e ficas só a cuidar dos filhos, vão dizer que és relaxada e queres viver à custa do pai da criança. Quando trabalhas e te dedicas, te chamam de mãe ausente. estes são os dilemas por que passam todas as mulheres na condição de mãe solteira.

"Quando somos mães solteiras, somos nós por nós mesmas. Tudo que fazemos é pensando nos nossos filhos", afirma Arell. Referencia a responsabilidade de tomar decisões relacionadas com a educação, saúde, finanças e bem-estar dos filhos, além de equilibrar trabalho e maternidade.

Arell Mateus conclui: "Até na velocidade do carro, penso nos meus filhos".

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