Gilberto será lembrado não apenas pelos seus dribles ou pelo golo marcado contra a Mauritânia, mas principalmente por ser o "animador oficial” da equipa nacional, que sempre trazia leveza e descontracção antes e depois dos jogos. Felizmente, tivemos muitos momentos positivos. O jeito animado de Gilberto, que contagiava os colegas ao som de várias músicas populares, como "Me provou e gostou, provou e gostou, provou e gostou, por ser assim me colo”, do kudurista Nagrelha, de feliz memória,  "Ay trabalha, ay trabalha”, do grupo "Ingomblock”, chegou a influenciar jogadores de outras selecções africanas presentes na Côte d’Ivoire.

A imprensa francesa destacou o comportamento animado de Gilberto, que era coadjuvado pelos colegas Tó Carneiro, Mabululu, Zini e Fredy, e até mesmo pelo articulista Jorge Pessoa e Silva, do jornal "A Bola” de Portugal, que não se cansava de fezer referência ao "ritual imposto” por ele, que lembrava os passos da cadência de uma marcha dos anos 70 e 80, o famoso "arrastou comandó, arrastou comandó, bate o pé esquerdo, bate o pé esquerdo”.

O sucesso de "Gibelé”, apelido que ganhou a coluna portátil que o jogador trazia consigo entre os braços, também teve impacto no sector Comercial. O aparelho teve venda esgotada nos estabelecimentos comerciais. Não será surpresa ver "Gibelés” em balneários de equipas europeias, espalhando os contagiantes ritmos angolanos, e até mesmo jogadores arriscando alguns passos de dança, mesmo sem aquela ginga que é marca registada dos angolanos.

Assim é a nossa cultura, hábitos, usos e costumes que se espalharam por este  mundo cada vez mais globalizado. No entanto, é importante registar e proteger os nossos direitos.