Segundo o director de produção da Art Sem Letra, Émerson da Silva, o espectáculo integra o projecto "Mulheres D’Palavras”, que busca apresentar questões sobre o género e a saúde materna de qualidade, num contexto em que a mortalidade materna é um problema de saúde pública em Angola.

"Vamos apresentar o espectáculo com o objectivo de saudar o ‘Março Mulher’ e chamar mais a atenção da sociedade angolana sobre um tema que continua a afligir a mulher”, disse.

Émerson da Silva explicou que Chiamaka representa todas as mulheres que, diariamente, se esforçam para se aprimorarem, apesar dos desafios impostos pela sociedade.

Chiamaka, continuou, é um espectáculo onde o movimento e a oralidade se fundem para transmitir e reivindicar a violência de género dentro do contexto doméstico das famílias.

A actividade vai ter como protagonistas artistas emergentes, nomeadamente Eliane Silva, Elisabeth Pascoal e Pedro Chivole. O roteiro é de Luwé André e Irene A’mosi, enquanto a direcção cénica é da responsabilidade de Tomalunda Pedro.

A peça narra a história de uma mulher com o mesmo nome, nascida nos anos 1980. A mesma acompanhou o machismo e a opressão do pai contra a mãe, enquanto ela e os irmãos sofriam calados.

Chiamaka vê-se obrigada a responder às necessidades da família, submetendo-se a longas horas de trabalhos domésticos e aprender a cuidar dos irmãos, abdicando, assim, da própria infância.

Com o passar do tempo, Chiamaka torna-se adulta, com um trabalho e bem respeitada, mas continua com alguns problemas, pela família achar que a mesma deve se responsabilizar pelas suas necessidades, sobretudo as financeiras.