“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
Ângela Ferrão e Selda sobem amanhã, às 19 horas, no palco do Palácio de Ferro, em Luanda, para um concerto que visa homenagear as cantoras angolanas, Belita Palma e Lourdes Van-Dúnem. Previsto para mais de uma hora de música, o concerto encerra a programação cultural dedicada ao mês da mulher naquele espaço cultural.
Ângela Ferrão e Selda serão acompanhadas por uma banda composta por distintos músicos da praça angolana, com Nino Jazz na direcção e teclado, guitarra de Mário Gomes, baixo de Luís LR, bateria de Omar Gross e coros de Alexandra Bento, aos quais se juntam Jorge Mulumba e Dalú Roger, para um toque especial no batuque e dikanza.
Em entrevista publicada na última edição do Jornal CULTURA, concedida pelas artistas numa das sessões de ensaio, Ângela Ferrão e Selda manifestaram ser sempre uma responsabilidade cantar figuras da dimensão de Belita Palma e Lourdes Van-Dúnem, por tudo que estas duas "divas” representam na história da cultura angolana. Quanto aos temas escolhidos a título individual, Ângela garantiu que não vão faltar de Belita Palma as músicas "4 de Fevereiro”, "Fidel Castro” e "Hima”. E de Lourdes Van-Dúnem avançou apenas duas, respectivamente, "Kwa vulu kwa iba” e "Imbwa Kegie Ngana Ié”. Por sua vez, Selda revelou que irá interpretar de Belita Palma os temas "Suzana”, "Nguxi” e "Caminho do Mato”, e de Lourdes Van-Dúnem as canções "Monami” e "Tic Tac”. Porém, outros sucessos das duas grandes cantoras poderão, igualmente, ser ouvidos nas vozes de Ângela e Selda, num concerto que prevê actuações individuais e duetos.
A ideia de juntar Selda e Ângela em palco partiu de João Vigário, responsável do Palácio de Ferro, que reconheceu nas artistas "vozes cujo timbre e a riqueza vocálica” assentariam bem ao interpretar Belita e Lourdes. Quanto à musicalidade, Ângela Ferrão avançou que pretendem explorar da melhor maneira possível todo o reportório, tendo detalhado que teve o cuidado de treinar o canto em kimbundu, que é uma língua que ainda não fala.
Em termos de estilo e inovação, questionadas se irão procurar manter a originalidade rítmica ou darão novas roupagens aos temas, trazendo as sonoridades actuais, Selda argumentou que seria impossível manter a originalidade que existia quando elas foram lançadas. "É uma missão impossível por vários motivos, desde os instrumentos de captação às características vocais das próprias artistas. Vamos fazer ajustes e arranjos, e ter o cuidado de manter a mística que existe nas músicas originais, porque não podemos arrancar tudo”, sublinhou. Por essa razão, Selda acrescentou que a escolha por Jorge Mulumba, líder da orquestra de música tradicional Nguami Maka, e o requisitado percussionista Dalú Roger tem como grande motivo garantir uma percussão característica, que realça as nuances do Semba e da Rebita.
As eternas vozes de Angola
Belita Palma e Lourdes Van -Dúnem são duas das principais referências da música nacional. Ambas fizeram parte do referencial Trio Feminino, formado por Belita Palma (tambores), Conceição Legot (guitarra) e Lourdes Van-Dúnem (dikanza). Belita Palma e Lourdes Van -Dúnem integraram o mítico conjunto Ngola Ritmo, formação artística tida como fundamental nos alicerces da música popular e urbana angolana.
Isabel Salomé Benedito de Palma nasceu em Luanda, a 15 de Outubro de 1932, tendo crescido num ambiente musical. A cantora morreu em 1988. Na voz de Belita Palma, canções como "Manazinha” "Apolo 12”, "Susana”, "Nossa Senhora do Monte", dentre outras assim como a bela adaptação do poema "Caminho do Mato” de Agostinho Neto são importantes registos da música nacional. "Nguxi”, "4 de Fevereiro", "Marien Ngouabi", "11 de Novembro" e "Fidel Castro". O seu pai, Domingos Benedito Palma, era músico e em casa da avó aconteciam tertúlias musicais, juntando nacionalistas e artistas. Belita Palma foi locutora da Rádio Nacional de Angola e morreu em 1988.
Lourdes Pereira dos Santos Van-Dúnem nasceu a 29 de Abril de 1935 e morreu a 4 de Janeiro de 2006, aos 71 anos de idade. A música entra muito cedo na sua vida. Ao longo da sua carreira, participou em várias caravanas artísticas quer a nível nacional como internacional. Foi várias vezes premiada durante a sua eminente carreira musical.
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