A III edição do Angola Startup Summit By UNITEL que decorreu durante três dias, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda, terminou, sábado (18) com saldo positivo, anunciou a organização.
Débora Felicidade Carlos, filha de Isaac Santiago Carlos, agente da Polícia (em memória) e de Florinda Nalundilili, professora, nasceu em 18 de Março de 1988, 36 anos de idade, “dos quais 14 dedicados ao ensino, como professora”.
A jovem nasceu na província do Huambo, município de Catchiungo, a 61 quilómetros da cidade do Huambo. "Sou a segunda filha de oito irmãos. A minha infância e adolescência não foram das melhores que uma criança gostaria de ter, brincar, depois ir à escola e ter muitos sonhos, tal como sonhava ser enfermeira”, assim começam as suas recordações.
"Tive a infelicidade de nascer e crescer num período muito conturbado do nosso país, da guerra pós-independência. Para piorar ainda mais, logo após o reinício da guerra pós-eleitoral, em 1993, perdi o meu pai. Ele era efectivo da Polícia Nacional. Foi capturado em casa, levado para parte incerta. Ainda me lembro bem, como se fosse hoje, quando as tropas inimigas levaram o meu pai. Até hoje nunca vimos o seu corpo, nessa altura eu tinha cinco anos”.
Débora Felicidade Carlos conta que tem muito poucas recordações do pai. "A imagem que tenho do meu pai é apenas das fotos e das histórias que a minha mãe me foi contando. A única coisa que não esqueço é que sofremos muito com o desaparecimento prematuro dele. O meu pai, antes de ingressar na Polícia, teve uma passagem pelas FAPLA”.
Toda a família foi forçada a abandonar a casa em que viviam e uma das irmãs, a Elisa Nangueve Carlos, teve de começar a fazer trocas comerciais para sobreviverem. Ela levava sal da cidade para as aldeias, onde recebia dois quilos de milho por uma colher de sal. Parte do milho era transformada em farinha para o consumo da família e o resto era comercializado na praça local, o que ajudava a minimizar as necessidades básicas da família, que, num pequeno terreno, começou a construir uma casa. "A nossa mãe teve de fazer um trajecto de 12 quilómetros de ida à aldeia onde vivia a nossa avó materna, para transportar chapas, carregando na cabeça, para cobrir aquela que seria a nossa nova casa, após a morte do meu pai”.
No ano de 1996, como a situação apertava cada vez mais, Débora Felicidade Carlos vai viver com a irmã mais nova, na cidade do Kwitu (Cuito), província do Bié, onde estudou até ao ensino médio, no INME - Marista S. José. "Antes de terminar o ensino médio, engravidei do meu primeiro filho que veio a nascer no ano de 2006”.
Em 2008, depois de terminar o ensino médio, decide regressar à província do Huambo, mas, em 2010, o pai do seu primeiro filho morre num acidente de viação no Huambo.
Da relação seguinte, que terminou por razões alheias à sua vontade, teve dois filhos, ficando com a responsabilidade de criar três crianças.
"Por ser uma pessoa que gosto de dar vida aos sonhos, não desisti e ingressei na Faculdade de Direito da Universidade do Huambo e cursei até ao 2º ano, mas, por conta de uma tala que pisei, fui obrigada a interromper os estudos e pensei que tudo tinha terminado, mas a minha família e as amigas apoiaram-me de forma incondicional”.
Débora Felicidade Carlos acrescenta que lutou um ano com a tala e quando melhorou decidiu voltar aos estudos. "Tive de pagar o ano que fiquei parada para que voltasse a estudar. Eu e os meus irmãos decidimos vender o nosso terreno, a única herança que tínhamos e, com a minha parte, decidi fazer o pagamento e multa do ano para que voltasse a estudar, mas uma prima a quem pedi ajuda para ir à Universidade não entregou o comprovativo do depósito de 120 mil kwanzas”.
A jovem recorda que em 2018 não foi possível voltar à Faculdade, tal como sonhava, mas, como na altura a Universidade Católica abriu uma extensão na província do Huambo, próxima da sua casa, decidiu matricular-se, mas, de novo, a sorte voltou a ser madrasta, pois, inesperadamente, contrai um AVC e mais uma vez interrompe os estudos.
"No ano de 2019, com quatro filhos, a minha vida ficou mais complicada, não conseguia pagar a renda de casa, tive de andar de casa em casa com os meus filhos e dois anos depois conheci alguém com quem tive gémeas e hoje sou uma mãe babada de seis filhos”.
Débora Felicidade Carlos voltou a estudar, desta vez Psicologia ao invés de Direito. "O meu sonho é terminar a minha licenciatura em Psicologia e cuidar dos meus filhos. Não quero que eles passem pelas mesmas peripécias por que eu passei. Além de estudar, sou professora primária e a minha mãe é professora reformada, com os seus 69 anos de idade”.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA coordenadora residente do sistema das Nações Unidas em Angola reconheceu que a campanha de vacinação, aberta sexta-feira, com o encerramento hoje, vem reafirmar o compromisso de Angola com a saúde de qualidade e bem-estar da população.
Mulher bastante resiliente e mãe de dois rebentos, Rosa Sambo contou ao Jornal de Angola que ganhou simpatia pela rádio aos 22 anos, por influência do seu pai, Pedro Simba, que na época exercia as funções de operador de som na RCC, que a convidou a conhecer os meandros da sua profissão.
Um grupo de estudantes universitários angolanos apelou, sábado, em Luanda, ao respeito à vida dos palestinianos, num acto de solidariedade que marca o do 76º aniversário da Nakba (catástrofe, em árabe), o primeiro ataque israelita contra a Palestina, a 15 de Maio de 1948.
Os governadores provinciais do Cunene, Huíla e Benguela, Gerdina Didalelwa, Nuno Mahapi Dala e Luís Nunes, respectivamente, visitaram, sábado, a VI edição da Feira Agropecuária, que decorre, desde quinta-feira, na cidade das Acácias Rubras.
O comandante da Polícia Nacional no município de Cacuaco, superintendente Júlio Gomes, defendeu, numa entrevista concedida ao Jornal de Angola, que não é o número de efectivos, nem de meios, que dá resposta aos problemas que a população apresenta. Na entrevista, o oficial superior da Polícia, que desempenha, também, o cargo de delegado do Ministério do Interior no município de Cacuaco, realçou a importância das estratégias no combate à criminalidade e lamentou que ainda haja cidadãos que não têm a cultura de fazer participação à Polícia quando são vítimas de crimes, tendo acentuado que, entre os cidadãos com esse tipo de conduta, estão moradores da cidade do Sequele. O superintendente Júlio Gomes falou, também, da importância das denúncias no combate à criminalidade, defendendo que “os cidadãos devem agir como polícias uns dos outros”. “Se alguém notar que o vizinho ao lado tem um comportamento desviante, deve comunicar à Polícia”, recomendou o oficial superior da Polícia Nacional.