Cultura

Bienal do Livro de África’2024 com as candidaturas já abertas

As candidaturas para a primeira edição da Bienal do Livro de África, Angola, Huambo 2024, que vai decorrer de 4 a 16 de Abril, no Centro Cultural Manuel Rui Monteiro, já estão abertas.

04/03/2024  Última atualização 08H25
Livros de 68 escritores mundiais, 20 editoras e dez livrarias estãrão presentes na Bienal, onde se esperam mais de 500 mil pessoas © Fotografia por: Luis Damião | Edições Novembro

Até ao momento, a organização tem registado grande interesse de escritores de diferentes partes do mundo e editoras em participar neste evento.

Segundo fez saber ao Jornal de Angola o escritor e organizador do evento, Nituecheni Africano, pseudónimo de Eugénio Afonso Gaspar, desde o dia 21 de Fevereiro, data do início das inscrições, já foi atendido um total de 68 pedidos no site oficialda Bienal.

Além de 68 escritores inscritos, Nituecheni destacou que 20 editoras, 10 livrarias e cinco artistas plásticos já compraram espaços para a exposição e venda de produtos artísticos.

O site, explicou, está muito movimentado, devido às pessoas que buscam por mais informações sobre a Bienal do Livro, que vai movimentar escritores de 54 países do continente africano e dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que vai decorrer sob o lema "Uma África em Paz e sem Guerra”.

Os escritores nacionais e estrangeiros interessados em participar na Bienal, referiu, devem adquirir os espaços que estão a ser comercializados no valor de 10 mil kwanzas, enquanto as editoras e livrarias vão comprar o lugar por 15 mil kwanzas.

As inscrições encerram no dia 2 de Abril, segundo fez saber Nituecheni Africano. "A previsão é de receber mais de 300 escritores e artistas para participarem da Bienal”, vaticinou

Sobre a Bienal, explicou que existem parceiros espalhados pelas 18 províncias do país que estão a ajudar a fazer publicidade do evento. "Calculamos para a Bienal mais de 500 mil pessoas, que vão poder aproveitar o momento para a troca de conhecimento, não apenas no domínio das letras, mas também das mais variadas temáticas culturais e sociais”, disse.

O escritor garantiu que estão a trabalhar, igualmente, com a Direcção Provincial da Educação no sentido de mobilizar alunos de diferentes escolas, para participarem da Bienal do Livro, uma forma de incentivar as crianças ao gosto pelo livro e pela leitura.

Nituecheni Africano disse estar a trabalhar em conjunto com o Governo da Província do Huambo para que ao longo dos preparativos nada falhe e que a província consiga dignificar o país e o continente.

O organizador do evento lamentou, no entanto, o facto de existirem pessoas de má fé que a todo custo querem comprometer a boa organização da Bienal. "Tentaram falsificar a conta oficial das candidaturas da Bienal para tirarem dividendos financeiros com a cobrança dos espaços. Aconselho os interessados a estarem atentos e não se deixarem enganar”, alertou.

Este encontro, além da vertente cultural, vai trazer ganhos aos sectores do Turismo e Hotelaria, bem como para os principais pontos de lazer da província, porque vão receber muitos visitantes.

Muitos destes pontos, assegurou, já foram visitados pela Comissão Preparatória da Bienal e os dados já estão a ser fornecidos a nível da Universidade Federal do Brasil, a promotora da actividade.

Durante os 12 dias da Bienal, garantiu, vão também estar expostos outros produtos das mais diversas disciplinas artísticas, além da exibição de teatro, artesanato, actuações musicais, danças, declamação de poesia e palestras.

O Centro Cultural Manuel Rui Monteiro vai receber mais de três mil títulos de livros de diversas áreas de conhecimento, onde o Brasil vai trazer cem escritores.

A par do Brasil, Angola vai ser representada por mais de mil escritores da antiga e nova geração e Portugal com mais de 50 autores. "Queremos deixar a marca da Bienal do Huambo, por ser a primeira do género em África”, disse.

O dia da abertura da Bienal foi escolhido por ser o da celebração do aniversário da Paz e Reconciliação Nacional, fazendo a ligação do dia 14 de Abril, em que se comemora a efeméride da juventude angolana.

 No próximo dia 15 de Março, fez saber que vão estar no Huambo os inspectores brasileiros e sul-africanos que vão averiguar as condições criadas na província, desde as unidades hoteleiras, os pontos turísticos e outros aspectos.

Nituecheni Africano disse estar a trabalhar nas questões de organização, que está a contar com os apoios de algumas empresas, principalmente nas áreas de publicidade e gráficas da província, para questões de divulgação.

Lázaro Ramos e Taís Araújo na abertura da Bienal do Livro

A Universidade Federal do Brasil elegeu dois embaixadores actores brasileiros, que são o casal Lázaro Ramos e Taís Araújo, que vão estar no Huambo para acompanhar a Bienal de Angola.

Disse que a escolha destes actores na participação do evento se deve às suas raízes africanas, concretamente de Angola, e sobre tudo para transmitir as suas experiências sobre as artes.

Neste encontro, pretende-se juntar escritores de vários pontos do mundo e de diferentes gerações num só lugar, para fomentar o livro e ao mesmo tempo vão ser realizadas sessões de vendas e autógrafos de muitas obras de diversos autores.

A Bienal do Livro de África vai realizar-se no Huambo fruto da conquista pelo escritor angolano Nituecheni Africano da 35ª edição do prémio "Referência Literária” do Brasil, na categoria de melhor escritor jovem africano em romance.

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