A cooperação entre Angola e o Reino da Suécia foi passada em revista durante um encontro mantido entre o chefe da diplomacia angolana, Téte António e o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billström.
O país vai, ainda no decurso deste ano, aprovar uma nova Lei de Protecção Especial para os antigos combatentes e veteranos da pátria, que prevê a actuação interministerial dos sectores da Agricultura, Transportes, Saúde e Educação, de modo a dar resposta, de forma conjunta, aos principais problemas que afectam a classe.
O Presidente João Lourenço deixa, hoje, Luanda, com destino a Lisboa onde participa, amanhã, nas cerimónias comemorativas dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que marcou o fim da ditadura do Estado Novo, implantada em Portugal por António Salazar.
De acordo com uma nota da Secretaria do Presidente da República, João Lourenço, que foi convidado pelo homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, vai discursar num acto organizado pelas autoridades lusas.
Além do Chefe de Estado angolano, já confirmaram presença nas comemorações os Presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que já se encontra na capital portuguesa.
A Revolução dos Cravos (assim se chama porque uma flor de cravo foi colocada na ponta das baionetas dos soldados) não só abriu caminho para a instauração da democracia em Portugal, como também precipitou as independências das ex-colónias portuguesas em África.
Entretanto, para muitos, o 25 de Abril de 1974 também só foi possível graças à acção dos movimentos de libertação das então colónias.
"A acção de movimentos como a Frelimo, em Moçambique, MPLA em Angola e PAIGC na Guiné-Bissau e Cabo Verde fez os militares portugueses perceberem que esta (a guerra colonial) era uma guerra sem sentido, que tinha de ser parada e que a única forma de a parar era com uma revolução em Lisboa”, afirmou o Secretário-Geral das Nações Unidas, em Fevereiro de 2019.
António Guterres, que discursava na sede da ONU, em Nova Iorque, na abertura do encontro anual da Comissão Especial de Descolonização, afirmou que a ditadura de António de Oliveira Salazar oprimiu não apenas o povo português, mas também as populações das ex-colónias”.
As comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril decorrem no Terreiro do Paço, a partir das 9h00 de amanhã, com uma cerimónia militar a ser presidida pelo Chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa. No acto, vão estar presentes mais de mil militares, dos três ramos das Forças Armadas, dos quais 430 em parada. A habitual cerimónia na Assembleia da República (Parlamento) começa a seguir.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-Ministro Luís Montenegro vão estar presentes, assim como os grupos parlamentares que terão a palavra.
O desfile popular começa na Praça Marquês de Pombal, segue pela Avenida da Liberdade e termina na Praça D. Pedro IV – mais conhecida por Rossio, bastante frequentada por turistas, entre os quais angolanos -, onde terão lugar duas intervenções e vários momentos culturais e musicais com a actuação de vários grupos.
Todas essas manifestações acontecem depois das comemorações oficiais. Ainda para amanhã, está prevista, no Museu da Presidência da República, visitas livres à exposição permanente daquele espaço, às salas de aparato e aos jardins do Palácio de Belém.
A animação ficará a cargo das bandas de música dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas. No dia seguinte, realiza-se a conferência "A Presidência da República e o 25 de Abril”, onde se pretende evocar o papel deste órgão antes e depois da Revolução, bem como o seu contributo para reforçar a democracia e a liberdade em Portugal.
A Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril pretende que as festividades decorram em nome de uma sociedade mais conhecedora da sua história recente e também mais participativa, plural e democrática.
"Os 50 anos do 25 de Abril deve ser um momento de passagem de testemunho dos que lutaram contra a ditadura e construíram a Democracia aos que nasceram em liberdade. Devem ser o catalisador de uma consciência colectiva de cidadania – a base para construirmos os próximos 50 anos de Democracia, mantendo presente que nenhuma das conquistas de Abril pode ser dada por adquirida”, lê-se no ‘site’ da Comissão.
Bernardino Manje | Lisboa
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