Sociedade

Cidade do Soyo completa hoje 50 anos de existência

Fula Martins | Soyo

Jornalista

A cidade do Soyo completa hoje, sexta-feira, 5 de Abril, 50 anos. Foi nessa data, a 5 de Abril de 1974, que a antiga vila de Santo António do Zaire ascendeu à categoria de cidade do Soyo, conforme consta nos registos da Portaria nº 322/74 do Governo-Geral de Angola, assinada pelo então governador Fernando Augusto Santos e Castro.

05/04/2024  Última atualização 11H40
Turistas têm visitado com alguma regularidade a vila do Soyo, desfrutando da sua beleza © Fotografia por: DR
A partir dessa data, os habitantes do Soyo começaram a sentir uma "responsabilidade acrescida”, como afirmou ao Jornal de Angola o ‘Rei do Povo’, de 55 anos, residente no bairro Mongo Soyo. A "responsabilidade acrescida”, segundo a autoridade tradicional, baseou-se e continua a basear-se na urbanidade em todos os níveis, uma vez que, com a elevação à categoria de cidade, o número de visitantes, nacionais e estrangeiros, aumenta dia após dia.

Nos dias de hoje, conforme foi destacado pelo Rei do Povo, o facto de a cidade de Mbanza Kongo estar classificada como Património da Humanidade tem levado muitos turistas a visitarem não apenas aquela cidade histórica, mas também a cidade do Soyo, o que deve encher todos de orgulho.

Rei do Povo, com humildade, sugere à Administração Municipal do Soyo que preste mais atenção a essa localidade, tanto em termos culturais, turísticos, como no embelezamento da cidade. Alguns jovens abordados pelo Jornal de Angola, por ocasião do quinquagésimo aniversário da cidade do Soyo, concordam com esta opinião.

Mvemba Lucas, 35 anos, estudante de informática, destacou que o Soyo é um município rico em petróleo, turismo, agricultura, pesca e cultura. No entanto, prosseguiu o jovem, os sectores do Turismo e da Cultura não são bem explorados, principalmente pelo empresariado local.

Para a jovem Maria João, o município tem todos os recursos para proporcionar uma vida digna aos seus habitantes, que totalizam 258.599, de acordo com o último censo de 2014, ocupando uma área territorial de 5.572 quilómetros quadrados.

Segundo Maria João, a Administração do Soyo deve e tem a obrigação de servir bem e melhor em todos os aspectos os seus habitantes. Com alguma tristeza, lamentou a escassez de escolas primárias no Soyo e a fraca assistência médica e medicamentosa prestada pelo Hospital Municipal.

Actividades para comemorar a data

No âmbito das festividades dos 50 anos da elevação à categoria de cidade, a Administração do Soyo programou uma série de actividades sociais e culturais. Nos últimos dias, um grupo organizado realizou uma campanha de limpeza no Cemitério do Kampanji. Faustina Margarida, envolvida na organização das festividades, afirmou ao Jornal de Angola que a visita ao campo santo foi uma homenagem a todos os filhos do Soyo ali sepultados.

Rosa Maria, uma das participantes da campanha, disse que o local, que estava coberto de capim e alguns resíduos, transmitia uma imagem de abandono. "Diante deste cenário triste, os moradores mobilizaram-se para limpar o cemitério, a fim de devolver dignidade àqueles que partiram para outra dimensão da vida”.

Mateus Suca e Isabel Juliana, que têm familiares enterrados neste campo santo, a filha e o esposo, respectivamente, também participaram na limpeza do cemitério e relataram dificuldades em encontrar os túmulos dos seus entes queridos, devido ao capim alto.

Francisco Teca, representante da comissão de moradores, apelou à consciencialização dos cidadãos quanto ao respeito por estes locais de memória. Para ele, é essencial manter a tradição, os valores morais, éticos, cívicos e culturais da região, para que a população continue a viver numa sociedade de princípios.

No Soyo, a maioria dos cemitérios espalhados pela vila é de famílias, excepto  os da Missão do Mpinda, que atende a comunidade religiosa, e de Camama, reservado à comunidade em geral.

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