A artista esteve acompanhada pela sua banda formada pelos instrumentistas Danilson Tenebris (guitarra), Ramos (baixo), Elohim (piano), e Justin (bateria) que fizeram viajar a plateia com um reportório onde começou por explorar  "On my mind” de Brian Culbertson.

Os clássicos "Blue Moon”, "Autum Leaves”, assim como "Chamaleon” de Herbie Hancock e "Pelas luzes dos olhos teus”, de Tom Jobim, dentre outros marcaram os primeiros momentos de acordo com as declarações prestadas pela cantora, ontem ao Jornal de Angola a partir do Lubango. Angie Napende aproveitou o simbolismo da data para falar do percurso e origem do jazz, desde a descendência afro-americana, e as influências que teve do blues e músicas religiosas.

A meio do concerto, disse, optou por canções nacionais como "Birim Birim”, "Belina”, "Muxima”, "Ndilokelwa” e outros temas com fusão do jazz. Recorreu aos "gigantes” Ella Fitzgerald e Louis Armstrong em "My Funny Valentine” e "What a Wonderful World”. A intérprete demonstrou ser uma admiradora da bossa-nova ao colocar no guião canções de Tom Jobim e fechou a noite com "Balabina” de Filipe Mukenga.

Angie Napende nasceu na província do Huambo, mas considera-se "filha do deserto”, porque foi no município do Tômbwa, província do Namibe, onde cresceu. De família cristã, a igreja foi a primeira escola, e desde pequena mostrou intimidade com a música. Pertenceu aos grupos corais e tem-se engajado em projectos de arte na cidade do Lubango como  "Ondaka yo’Mukai”, do Nyaneka, "A Voz da Mulher”, um evento que reúne mulheres artistas do Lubango, em concerto intimista. Além da música, é artesã com larga curiosidade em corte e costura. Tem formação em Engenharia Informática, profissão laboral que exerce actualmente e divide com a música.