Pelo menos 25 pessoas morreram e 13 ficaram feridas na sequência de um acidente de autocarro, ocorrido, na noite de domingo, na região de Cajamarca, no Peru.
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Os Estados Unidos da América afirmaram, ontem, que o envio de armas para Israel tem a ver com um compromisso de longa data com o Estado judaico e negaram que o mesmo esteja relacionado com a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse, em conferência de imprensa, que muitas informações nos meios de comunicação social sobre a venda de armas a Israel correspondem a pacotes que "demoram anos para serem entregues, muito depois de terminar o conflito em Gaza".
"Temos uma relação de longa data com o Estado de Israel, que é anterior a esta administração e ao actual Governo de Israel. Isto acontece durante as administrações democratas e republicanas", afirmou.
Miller frisou, ainda, que os EUA estão empenhados em garantir a segurança de Israel face ao "grande número de adversários na região que pretendem a sua destruição".
Ao mesmo tempo, garantiu, Washington pressiona, constantemente, as autoridades israelitas para que "cumpram plenamente o direito internacional e humanitário" e para que quando cometam "erros" os investiguem e procurem responsabilidades.
Um
grupo de 80 organizações árabes e muçulmanas nos Estados Unidos, juntamente com
outros aliados, pediu, ontem, ao Presidente norte-americano, Joe Biden, através
de uma carta, que corrigisse a sua política em relação à guerra de Gaza e que
trave o envio de novas armas a Israel.
Hospitais e centros de saúde destruídos
Ezz El-Din Lulu sonhava ser médico e já estava no quinto ano de medicina quando começou a guerra na Faixa de Gaza, mas agora depara-se com o Hospital Al-Shifa, o maior no enclave palestiniano, destruído como os seus sonhos. Era no Al-Shifa que Ezz estudava e esperava um dia trabalhar. Após a operação militar das forças israelitas dentro do complexo médico, que durou duas semanas, o hospital ficou em ruínas. "Literalmente, não temos futuro, Israel destruiu-o completamente”, diz Ezz, num vídeo filmado após a retirada das forças israelitas.
Nas imagens, o edifício que outrora albergava grande parte das especialidades médicas disponíveis em Gaza, com capacidade para 800 camas, é agora um esqueleto queimado, esburacado por balas e tiros de tanques. No pátio e corredores exteriores onde as ambulâncias entravam e saíam desde 1946 vêm-se montes de escombros, que os médicos, enfermeiras e familiares das vítimas escalam com cuidado e luto, como que à procura de uma resposta. Alguns procuram os restos mortais de familiares desaparecidos.
As autoridades palestinas dizem que Israel matou 400 pessoas dentro e à volta do campus hospitalar durante as duas semanas de cerco, incluindo mulheres, crianças e médicos, além de mais 350 pessoas que foram detidas, incluindo pacientes e profissionais de saúde.
No relatório publicado após o fim da operação, Israel disse que matou 200 militantes do Hamas, e que prendeu mais de 900 suspeitos de estarem ligados ao grupo, uma acusação rejeitada pelo Hamas.
O exército israelita referiu que operou de forma "precisa" para eliminar membros do Hamas encontrar armas e documentos, e prevenir danos a "civis, pacientes e equipas médicas”. No entanto, os testemunhos de sobreviventes e membros de organizações de ajuda humanitária revelam um cenário catastrófico. Vídeos publicados nas redes sociais, filmados após a retirada dos israelitas, mostram corpos em decomposição de mãos atadas atrás das costas ou esmagados por bulldozers.
Durante duas semanas, as forças israelitas cercaram o hospital, impedindo a entrada e saída de qualquer pessoa, e obrigaram as equipas médicas a levar todos os pacientes para a ala administrativa.
Ezz el-din estava dentro do hospital a trabalhar como voluntário aquando do ataque israelita. Durante o cerco, o estudante foi publicando vídeos, a detalhar que tanto médicos como pacientes estavam sem acesso a água, comida ou electricidade há vários dias.
A médica Amira Al-Safadi, conta que o exército obrigou o staff a transferir os pacientes com tempo limitado. "Havia mais pacientes, mas morreram, estavam nos cuidados intensivos”, concluiu.
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