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Exército nigeriano liberta 300 suspeitos de terrorismo

Forças Armadas nígerianas anunciaram, neste sábado, a libertação de mais de 300 pessoas suspeitas de integrarem uma rede ligada ao grupo terrorista Boko Haram, em obediência à ordem de um tribunal do estado de Borno, Nordeste da Nigéria, que tomou a decisão por falta de provas concretas.

31/03/2024  Última atualização 09H50
Militares aplicam ordem judicial após admitir falhas na ligação dos suspeitos ao Boko Haram © Fotografia por: DR

O porta-voz do Ministério da Defesa, major-general Edward Buba, disse, na quinta-feira, citado pela Efe, que as 313 pessoas suspeitas foram processadas pelo Departamento de Acusação, parte do Ministério da Justiça, e serão agora libertadas. Os militares transferiram-nos, homens, mulheres e crianças, para o governo do estado de Borno, para proceder a sua reintegração na sociedade.

A forma como as autoridades nigerianas lidam com os suspeitos, muitos dos quais detidos durante longos períodos sem julgamento, tem sido alvo de intenso escrutínio por grupos humanitários, que, frequentemente, violação aos direitos das pessoas. Em Fevereiro de 2018, alguns dos casos do Boko Haram, ouvidos no Centro da Nigéria, tinham sido detidos sem julgamento desde 2010, adiantando que o promotor não poderia acusá-los de qualquer crime devido à falta de provas suficientes".

O grupo jihadista Boko Haram ganhou as manchetes em todo o mundo com o sequestro, em 2014, de mais de 270 estudantes da cidade de Chibok. A indignação desencadeou uma campanha global pelo seu regresso com a tag BringBackOurGirls. A 12 de Abril será assinalado o 10º aniversário deste sequestro, mas dezenas de crianças não foram encontradas.

O Boko Haram começou a organizar a sua insurreição em 2009, procurando derrubar o Governo e estabelecer um Estado islâmico na Nigéria. Dezenas de milhares de pessoas foram mortas e mais de 2 milhões foram forçadas a fugir das suas casas, gerando uma das piores crises humanitárias do mundo.

Ritual causa a morte a várias pessoas

Pelo menos quatro pessoas morreram em consequência de uma debandada durante uma distribuição de dinheiro efectuada por uma empresa para assinalar o mês do Ramadão no estado nigeriano de Bauchi, Norte do país.

O porta-voz da Polícia nigeriana, Ahmed Wakili, citado por várias publicações locais, informou que o Hospital Universitário Abubakar Tafewa Balewa recebeu cinco mulheres inanimadas, tendo sido confirmada mortes de quatro delas.

"Apelamos a pessoas ou empresas que planeiam realizar este tipo de entregas que contactem, para que sejam activados os canais de segurança para estes tipos de eventos”, realça a Polícia. "Se tivessem sido aplicados os procedimentos, penso que as mortes seriam evitadas", declarou Wakili, que apresentou as condolências às famílias dos que anunciou a abertura de um inquérito.

O incidente ocorreu cerca de um mês depois de sete pessoas terem morrido na cidade de Lagos, a mais populosa cidade da Nigéria, num tumulto durante uma distribuição de arroz apreendido pelos serviços aduaneiros.

Crianças voltam ao convívio familiar

Um grupo de 137 crianças, raptadas no início deste mês, no Noroeste da Nigéria, por homens armados, foram recebidas pelas autoridades locais, que não avançaram pormenores sobre o regresso às famílias. A 7 de Março, dezenas de homens armados invadiram uma escola na cidade de Kuriga, no estado de Kaduna, e levaram os alunos à força, juntamente com um adulto, que acabou por morrer.

As primeiras informações apontavam para mais de 280 alunos raptados, mas as autoridades declararam, no domingo, que todos os alunos tinham sido libertados, e que eram 137 crianças, das quais 76 raparigas e 61 rapazes. As crianças chegaram de autocarro e foram recebidas pelo governador do Estado de Kaduna, Uba Sani, que agradeceu ao Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, conduzir as operações de resgate desde o primeiro dia", informou a Associated Press (AP).

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