Cultura

Exposição “África é Mulher” está patente no Hotel Fórum

Maria Hengo

Jornalista

A exposição de arte intitulada “África Mulher”, inspirada no poema homónimo da poetisa Bell Neto, foi inaugurada, quinta-feira, no Hotel Fórum, em Luanda, e reúne um total de 14 obras produzidas em acrílico sobre tela, técnica mista e instalação de casca de palmeira e papietagem.

09/03/2024  Última atualização 12H55
Cerimónia de inaguração da mostra foi bastante concorrida © Fotografia por: Arsénio Bravo| edições novembro

A mostra colectiva, sob curadoria de Jardel Selele, é um desafio para várias artistas da antiga e nova geração saírem da zona de conforto, permitindo mostrar, em vários tons, a verdadeira arte feminina.

A exposição dedicada às mulheres, cuja cerimónia de inauguração juntou perto de uma centena de amantes da arte plástica angolana, ficará patente ao público até ao próximo dia 5 de Abril.

Da mostra destaca-se a escultura "Silhueta”, da artista Maria Brandão, que representa a força da estrutura de uma mulher moderna com um corpo avantajado, delicado e afeminado, elucidando o actual contexto de beleza feminina.

Já a escultura "Retratos de alma”, da mesma artista, descreve uma mulher despedaçada,  representando a vulnerabilidade e o complexo da alma, mostrando que apesar das vicissitudes da vida a mulher consegue seguir em frente.

Da exposição colectiva constam obras como "Toques de Cinza”, de Tatiana Ana, "África Despadronizada”,  de Dyú-Art, "Versatilidades”, de Nguizani, "A voz do Olhar”, de Isabel Apolinário, "#1 e 2”, de Saray Palomino Péres, "Coroa leve e pesada”, de  Helena Garcia, "Imponência na Fúria dos Ventos”, de Sílvia Vaz, "Realeza Africana”, de Imanni da Silva, "Muhatu”, de Isabel Apolinário, "Todos os ventres são África”, de Alzira Simões e Laysa Marques, "África Mãe Tons e Sons”, de Raquel Vaz, "Silhueta”, de Maria Brandão, "Retrato da Alma”, de Maria Brandão, "Bila Kukataa Asili Yake”, de Mariana Kumenda, "Negra Power”, de Oksanna Dias, e "A grandeza da mulher”, de Renata Cadete.

Apesar de ser uma mostra dedicada às mulheres, a cerimónia de inauguração contou com a presença de vários artistas da praça nacional, com destaque para o pintor Álvaro Macieira, que elogiou os trabalhos expostos, e da cantora Anabela Aya, que brindou  os convidados com uma pequena actuação.

À saída da galeria, a artista Mariana Kumenda, que participa na mostra com uma obra, considerou a exposição desafiante e muito significativa, por se tratar de um poema que retrata as origens africanas. "África é o berço da humanidade, ela por si só consegue dar vida a outros continentes por intermédio dos vários recursos que possui”.

A artista Helena Garcia, que participa com a obra "Coroa leve e Pesada”, disse que procurou transmitir a força do cabelo crespo e mostrar às mulheres que devem valorizá-lo acima de tudo.

A artista acrescentou que teve muito cuidado ao produzir a obra porque sabia da responsabilidade que lhe foi atribuída. "Foi uma enorme responsabilidade falar sobre África. Mesmo com medo não deixei de aproveitar o palco e transmitir a minha mensagem de esperança”.

Já a poetisa Bell Neto, cujo poema "África é Mulher” dá título à exposição, disse que foi desafiada pela organização a fazer um poema generalizado e ligado à mulher, em alusão ao mês de Março, representando a força das mulheres em todas esferas da sociedade.

"Toda vez que uma mulher escreve ou lê significa que é uma porta aberta. Anteriormente muitas não tinham voz, e é  através de um livro que, muitas mulheres têm contribuído significativamente para a cultura em vários níveis”, reforçou.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura