Economia

Fábrica de enchidos na Huíla absorve mais de dois mil milhões de kwanzas

Estanislau Costa | Lubango

Jornalista

A mais recente fábrica de enchidos da Huíla absorveu um investimento global de 2,04 mil milhões de kwanzas. Trata-se da “Fumadinho Marvone – Charcutaria e Queijaria”, localizada na comuna da Huíla, arredores da cidade do Lubango.

30/03/2024  Última atualização 10H10
Unidade de produção necessita, diariamente de no mínimo 50 animais para funcionar em pleno © Fotografia por: Arimateia Baptista| Edições Novembro
O investimento gerou 13 empregos directos e abate diariamente 50 suínos, mas tem a capacidade de poder receber até 70 animais.

Segundo os promotores do negócio, a fábrica está pronta para reforçar a presença do chouriço nacional e outros derivados dos suínos no sistema comercial.

O sócio-gerente da Marvone, José Carlos, animado com os resultados alcançados, explicou que a fábrica com 13 operários numa primeira fase e formados em diversas especialidades, se estreia, na fase de arranque, com o abate e processamento diário de 50 suínos.

"Vamos desenvolver uma forte campanha de marteking na fase inicial para que num curto espaço de tempo, os nossos enchidos, notadamente presunto, fiambre, chouriço, bacon, morcela e outros derivados sejam conhecidos não só nas Terras da Chela, como também noutros pontos do país”, disse.

José Carlos fez ainda saber que uma indústria de charcutaria e queijaria deve se empenhar no princípio para serem cada vez mais conhecidos os produtos, se possa avaliar a qualidade de modo que num curto espaço de tempo conquiste o mercado não só da região Sul como também do país e além fronteiras.

"Estamos conscientes que da elevada procura pelos alimentos industriais nacionais, apesar da oferta continuar a ser insatisfatória noutros casos sem a qualidade desejada pelos clientes sobretudo os mais exigentes”, referiu.

Por isso, apelou o sector de Veterinária a desenvolver acções de controlo e prevenção mais eficazes para que haja segurança e capacidade de respostas rápidas e eficazes a determinadas pestes que surgem a partir de outros países e afectam, num curto espaço de tempo milhares de animais.

Afirmou que as províncias da Huíla, Namibe e Cunene perderam milhares de suínos em consequência da peste que assolou, há dias, a região, facto que tem reflexos actuais na oferta de matéria-prima.

O sócio-gerente da Marvone, José Carlos, disse que 50 a 70 porcos são necessários diariamente para fazer funcionar a fábrica.

"Temos as atenções nos animais dos criadores locais para fornecer à fábrica e, caso não houver capacidade, opção vai ser outros mercados. Já nos confrontamos com o facto de, por enquanto, não haver animais suficientes em consequência da peste suína que arrasou a região Sul”, afirmou.

Segundo disse, foi gizado um projecto para o fomento à escala industrial de suínos no seio das famílias nativas da comuna da Huíla e doutras áreas da província, para haver cada vez mais animais para abate, num curto espaço de tempo e, se crie as condições para que a fábrica se torne cada vez mais produtiva.

Garantia de crédito

O administrador para a Área de Negócios do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), Eduardo Mohamed, encorajou os demais empresários com iniciativas a criarem projectos viáveis e apresentar ao fundo para avaliação, apoio técnico se necessário e aprovação do financiamento para posteriormente ser submetido à apreciação e aprovação dos bancos.

Eduardo Mohamed enalteceu a iniciativa da Marvone por criar e instalar a primeira indústria da comuna da Huíla. Considerou que este é o caminho para que se possa criar condições para o aumento da produção nacional, suprir as necessidades das famílias e posteriormente se reflectir na criação de condições para exportação.

"O surgimento de um empreendimento desta envergadura é sinal a considerar por mostrar que se está a fazer alguma coisa para o reforço da produção nacional e, tornar os derivados dos suínos mais nacional com a possibilidade de a curto prazo se substituir as importações”, disse.

Para o administrador, o empreendimento é também um dos passos para o controlo da qualidade alimentar no seio das populações e externalidades positivas para os pequenos produtores, à medida que a Marvone vai adquirir a produção local.

O fundo trabalha para facilitar o acesso aos créditos necessários para as pequenas e médias empresas, tendo contribuído, no ano passado, na concessão de 18 garantias, numa quantia geral de 56 mil milhões de kwanzas.

"A província da Huíla figura como a terceira no ranking nacional, a seguir de Luanda e Benguela”, disse.

Portas abertas

A província da Huíla possui condições para os empresários e outros empreendedores tornarem em realidade os projectos e já possui vastos espaços para o efeito, rios como o Cunene, Caculuvar, Quê e outros, energia eléctrica, assim como vias de acesso necessários para o escoamento.

Estes subsídios suficientes para atrair investimentos foram apresentados pelo governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi, à margem da inauguração da fábrica Marvone.

O governador considerou o projecto simbólico para a classe empresarial e não só por provar a capacidade empreendedora dos homens de negócios da região Sul.

"O sector privado da Huíla necessita de mais investimentos, por ter história centenária, que deve ser mantida com os apoios do sector financeiro”, afirmou.

O acto inaugural decorreu na última quarta-feira, tendo sido prestigiado com as presenças do governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi Dala, do administrador para a Área de Negócios do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), Eduardo Mohamed, e outros convidados.

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