A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A batalha campal entre o Desportivo da Lunda-Sul e o Petro de Luanda atrai. hoje, às 15h00, o público da cidade de Saurimo para o Estádio dos Mangueiras, no jogo referente à 22.ª jornada do Girabola. O aguardado sexto embate mexe com apostadores mais valentes por se tratar do líder da competição com 44 pontos e o terceiro classificado, com menos um ponto: 43.
Quando os ouvidos se preparavam para as palavras de apreço, dedicadas ao Dia do Pai, os profissionais da Edições Novembro EP partilharam, ontem, a alegria com a dor. Os raios de sol anunciavam a presença nas janelas e com ela chegou o inesperado: a morte de Amândio Clemente, aos 64 anos, jornalista reformado da empresa e editor do desporto do Novo Jornal.
Não se calam as vozes. O sentimento de pertença inquieta nas horas tristes. As lembranças consolam os corações destroçados. Na redacção do Jornal dos Desportos, só havia pétalas para pintar um quadro dourado à volta de Amândio Clemente. Tudo era diamante. Luz penetrante na íris. O profissional de Jornalismo deixa ensinamentos que hoje pintam as matérias dos mais jovens. A sua exigência e rigor no tratamento das peças mereceram lembranças dos jornalistas.
Teresa Luis, subeditora para Modalidades, recorda a personalidade de "Man Clemas”, como também era conhecido o antigo Editor para o Desporto do Jornal de Angola.
"Em 2009, quando ingressei na editoria do desporto do Jornal de Angola, já havia cruzado várias vezes com o Amândio Clemente, ou simplesmente ‘Man Clemas’’. Em outras ocasiões, ouvi falar dele pela forma como tratava as coisas: ‘terra à terra’. Enquanto alguns o ‘temiam’, o meu caso foi diferente. Ciente de que eu estava a dar os primeiros passos no jornalismo desportivo, ele teve a paciência para corrigir as distintas gralhas de uma principiante, com destaque para as relacionadas com a Língua Portuguesa, e partilhar conhecimento”.
Do lote de memórias, tirou uma especial: "No mesmo ano, apesar da minha efémera experiência, o Man Clemas teve a ousadia de me propor para a cobertura dos campeonatos nacionais de andebol em seniores, disputados na província do Bié. São muitas as memórias e foram muitos os ensinamentos. Descanse em paz”.
João Carmo, repórter, descreve o impacto da notícia: "Tristeza! O passamento físico de Amândio para a eternidade surpreendeu-me. A morte quase sempre não é anunciada e esta não fugiu à regra. Após longos anos no Jornal de Angola, se calhar, o Man Clemas nem teve tempo suficiente para mostrar o quanto vale no Novo Jornal, onde deu continuidade à carreira jornalística, com o cargo de editor, após ter sido aposentado do quadro efectivo das Edições Novembro por força da idade”.
Do reconhecimento de competências, o ex-editor de Reportagem escreve as últimas imagens gravadas: "Lembro que, certo dia, estávamos em reunião de edição do Jornal dos Desportos, quando Amândio Clemente entreabriu a porta da sala e fez um aceno de chau, a anunciar a recepção do documento de passagem à reforma. Contente, a silhueta desapareceu. Desde então, não mais estive com ele. Agora, para mim, associo o movimento cadenciado de uma das suas mãos como um adeus desta vida. Adeus, kota”.
A repórter Rosa Panzo agradece por tê-lo conhecido nessa estrada profissional: "Agradeço pelos ensinamentos no pouco tempo de convivência no Jornal dos Desportos, antes da sua aposentação. Aprendi algumas coisas com esse mestre”.
De coração destroçado, a jornalista afirmou: "Palavras faltam-me para expressar nesse momento. Como disse Morais Canâmua, ‘era um adulto jovem que sabia enquadrar-se em todos os tempos’. Das lembranças, soltou: "No gozo, às vezes, eu tratava-o de cota (mais velho) do Zango. Um dia, bem disposto, soltou a voz do mais velho rabugento: ‘Rosinha! cota, não. Assim, vou sentir-me velho’”.
Em consolo da alma, Rosa remata: "Assim é a vida. Há tempo de nascer e tempo de morrer”.
Rosa Napoleão, repórter, manifestou a dor sentida às primeiras horas. "É com grande espanto que recebi a triste notícia do falecimento do nosso colega e chefe Amândio Clemente, às 6h00. Avistámo-nos há menos de um mês e pareceu-me bastante saudável. Homem de carácter forte e muito frontal. Com o seu desaparecimento, vai deixar um vazio na classe jornalística angolana. Que Deus console a todos nós, em especial a família!”.
Em nota de condolências publicada nas redes sociais, o presidente do Clube Desportivo Edições Novembro EP, António Cruz, escreve que "foi com profunda consternação que a direcção do Clube tomou conhecimento do falecimento do estimado membro Amândio Clemente, cujo desaparecimento físico deixou um vazio na grande família, amigos e em todos os que com ele conviviam. Nesse momento difícil, a direcção do CDEN manifesta os mais profundos sentimentos de pesar e a total solidariedade com o sofrimento de toda a família por essa dolorosa perda”.
O Sindicato de Jornalistas Angolanos lamenta o desaparecimento físico do seu associado e consola a família enlutada.
Amândio Clemente nasceu a 23 de Março de 1960, em Luanda.
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