O campeão da categoria dos 21 km lamentou a troca, à última da hora, do valor do prémio acordado que era de cem mil por 75 mil kwanzas. "Só recebi 75 mil, não foi esse o valor acordado. Não recebi aquilo que me foi prometido, nem houve informação sobre as alterações do valor dos prémios, divulgados na plataforma oficial da federação e da associação. Precisamos de um esclarecimento”, exigiu.

Já Simão Manuel, que ocupou a terceira posição na classificação, na mesma categoria, disse que o regulamento lançado na plataforma consta que o terceiro lugar receberia 80 mil kwanzas, mas na entrega do prémio o atleta recebeu outro valor. "Venci o terceiro lugar, deram-me apenas 40 mil kwanzas, mas não foi aquilo que nos foi informado, disseram que o terceiro receberia 80 mil kwanzas, o atletismo é uma actividade que custa muito para praticar, é preciso que nos respeitem”, apelou.

Ainda da província do Cuanza Sul, Júlia Domingos, que conquistou a prova dos 10 kms, frisou que só viu a metade de 100 mil, que seria para o vencedor desta categoria. Lamentou os custos. de transportes para regressar a casa. "A princípio disseram que deveriam dar 100 mil Kz, para o vencedor. Eu venci mas recebi apenas 50 e com o pagamento dos transportes de regresso, ficarei sem nada. Esse é o meu trabalho. Vivo disso, é daqui onde pago os meus estudos. A federação não está a ser honesta com o nosso trabalho. Assim fica mal na fotografia”, lamentou.

Para cruzar as fontes, o Jornal dos Desportos ouviu uma fonte da Federação Angolana de Atletismo, que informou que à última hora, o Governo Provincial do Bengo, principal patrocinador, cortou 50 por cento do orçamento da organização, desencadeando, assim, um buraco financeiro, que como solução só tinha que cortar ao meio o valor de todos os prémios e deixou de cumprir com certas obrigações. "A falta de informação cabe à Associação Provincial e não à Federação, quando nos tiraram a metade do orçamento tudo começou a complicar-se”, lamentou.

Governadora pede maior participação

A governadora provincial do Bengo, Maria Antónia Nelumba, apelou aos atletas desta modalidade a nível de todo o país, a não ficarem alheios à segunda maior prova do atletismo nacional.

Maria Nelumba afirmou que o evento veio para saudar os heróis da luta de libertação nacional. Seria bom que todas as províncias participassem da Fuga para a Resistência, por estar ligado directamente à história do país.

"Vimos que desta vez participaram mais quatro provínciais.  A próxima vez temos que ter aqui o país unido, de Cabinda ao Cunene. Afinal todos participaram na luta de libertação nacional, e estamos aqui para honrar os nossos heróis, o nosso hino diz "ó pátria nunca mais esqueceremos os heróis do 4 de Fevereiro”, justificou.