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Governo brasileiro assiste vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, anunciou, sábado, a criação de um posto de comando para assistir as vítimas, no estado do Rio Grande do Sul, atingido por chuvas torrenciais que já causaram um rastro de destruição em 147 cidades, com quedas de barreiras e de pontes, afectando 67.860 pessoas, com um saldo de 21 desaparecidas, segundo a protecção civil.

05/05/2024  Última atualização 10H30
Equipas de socorristas vão contar com um posto de comando para acolher as vítimas nas cidades afectadas da região Sul © Fotografia por: DR

"Como cidadão, eu vou rezar para que a chuva não castigue mais pessoas no Rio Grande do Sul. Como governante, farei tudo o que for possível para auxiliar os governos municipais e estaduais a remediar os danos aos milhares de famílias atingidas", afirmou Lula da Silva, citado no jornal O Globo numa reunião de trabalho na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

O Chefe de Estado brasileiro disse que levou consigo para a região uma comitiva de ministros para que possam actuar nas acções de solidariedade e salvamento das vítimas dos temporais. Segundo a Defesa Civil, os temporais provocaram 13 mortos, mas os 'media' locais citam dados do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar (BM) que apontam para 11 óbitos, elevando o número de vítimas fatais para 24.

"Eu fiz questão de trazer os ministros aqui, porque quero que cada um deles assuma um compromisso não apenas na minha frente, mas na frente da imprensa vamos fazer nas cidades do Rio Grande do Sul, a fim de minimizar o sofrimento que esse evento extremo da natureza está a causar ", afirmou Lula da Silva.

"Da parte do Governo Federal, não faltará nenhum esforço para que a gente possa não só trabalhar arduamente, como já estão a trabalhar com as Forças Armadas”, disse, realçando que o Governo Central vai instalar um comando junto do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite".

O governo regional alertou para um "risco hidrológico extremo" nas próximas 24 horas em grande parte do estado e aconselhou as pessoas a evitarem a proximidade dos rios, cujo fluxo continua a aumentar devido às chuvas, e a procurarem abrigo em local seguro.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decretou, na noite de quarta-feira, Estado de Calamidade Pública por um período de 180 dias. O estado, com uma população de 11 milhões de habitantes, tem sido atingido, repetidamente, pelo fenómeno climático El Niño, que provoca fortes chuvas no Sul do Brasil. Em Setembro passado, eventos climáticos extremos causaram 54 mortes na região.

O governador do Rio Grande do Sul confirmou a ruptura parcial de uma barragem localizada entre as cidades Cotiporã e Bento Gonçalves, que estão entre as áreas atingidas por fortes chuvas.  "Recebemos a informação da ruptura da ombreira direita da barragem da central hidroelétrica 14 de Julho, que fica no município de Cotiporã.

Como já estavam quase no mesmo nível o trecho anterior da barragem e o seguinte, o efeito não vai ser igual à devastação de uma enxurrada, mas o rio ficará com curso livre", explicou Leite num vídeo publicado nas redes sociais. "Fizermos o possível para evitar o rompimento, mas com o volume de água, não conseguimos ter acesso por helicópteros e levar técnicos para evitar essa ruptura, que vai ter um efeito de resposta hidrológica, de elevação do nível do rio Taquari", concluiu.

 

O Chefe de Estado brasileiro defendeu, ontem, um maior equilíbrio na balança comercial com o Japão, "num caminho de duas direcções" e insistiu na permissão nipónica para a importação de carne bovina do Brasil.

"Comércio bom é uma via de mão dupla", afirmou Lula da Silva, citado n´ O Globo em conferência de imprensa, no Palácio do Planalto, em Brasília, ao lado do Primeiro-Ministro japonês, Fumio Kishida, que realizou uma visita de dois dias ao país. Nesse sentido, Lula da Silva pediu mais investimento japonês no Brasil e recordou que nos últimos anos as trocas comerciais entre os dois países caíram cerca de sete mil milhões de dólares, fixando-se agora em 11 mil milhões de dólares.

O Chefe de Estado brasileiro destacou a qualidade e o bom preço da carne brasileira e manifestou a esperança de que, após a visita ao Brasil, o maior produtor mundial de carne bovina, Kishida autorize as importações, até agora bloqueadas pelas restrições sanitárias japonesas. "A nossa carne é de qualidade e mais barata do que a que vocês compram", disse Lula da Silva. De acordo com a imprensa brasileira, o Japão importa 70% da carne bovina consumida no país e, desse montante, cerca de 80% é proveniente dos Estados Unidos e da Austrália.

Kishida não abordou a questão da carne, mas disse que queria levar a cooperação económica bilateral "para o próximo nível" e afirmou que o seu Governo iria estudar formas de reforçar as relações com o bloco comercial do Mercosul. Os dois líderes assinaram cerca de 36 acordos de cooperação nas áreas de segurança cibernética, ciência e tecnologia, agricultura e ambiente.

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