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Guerra na Ucrânia pode ser resolvida com acordo

A Ucrânia poderá, em última análise, ter de concordar com algum tipo de compromisso com a Rússia para pôr fim ao conflito, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em entrevista à BBC.

10/04/2024  Última atualização 12H10
Jens Stoltenberg afirma que as autoridades de Kiev devem escolher o seu futuro © Fotografia por: DR

O chefe da OTAN reiterou, na entrevista publicada no último sábado, que o Ocidente deve apoiar a Ucrânia a longo prazo, "mesmo que acreditemos e esperemos que a guerra acabe num futuro próximo". Acrescentou, ainda, que os países ocidentais deveriam investir nas capacidades de defesa de Kiev para torná-la mais resiliente em caso de futuras hostilidades, cita a imprensa internacional.

Ao mesmo tempo, sinalizou que cabia à Ucrânia escolher quando e em que condições deve procurar a paz com a Rússia. "No final das contas, tem que ser a Ucrânia quem decide que tipo de compromissos está disposta a fazer", disse Stoltenberg, acrescentando que o papel do Ocidente é ajudar Kiev a alcançar uma posição de negociação que possa produzir um "resultado aceitável".

Dito isto, o líder da aliança enfatizou que não estava pressionando Kiev para quaisquer concessões, acrescentando que a "paz verdadeira" só pode ser alcançada com uma vitória ucraniana.

No início desta semana, o secretário-geral da OTAN fez um forte apelo de apoio a longo prazo a Kiev, exortando os membros do bloco a "confiar menos em contribuições voluntárias e mais nos compromissos da Aliança".

De acordo com vários relatos, Stoltenberg propôs um pacote de ajuda militar de cinco anos, no valor de 100 mil milhões de dólares, à Ucrânia. Os detalhes exactos da iniciativa estão agora em discussão, indica a imprensa brasileira.

Ao longo do conflito, a Rússia se manteve aberta a conversações com a Ucrânia. No entanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proibiu quaisquer negociações com a actual liderança de Moscovo, depois de quatro antigos territórios ucranianos terem votado esmagadoramente pela adesão à Rússia no Outono (Hemisfério Norte) de 2022.

O líder ucraniano tem recomendado uma "fórmula de paz" de dez pontos, exigindo que Moscovo retire as tropas do território ucraniano, bem como a criação de um tribunal para processar autoridades russas por alegados crimes de guerra. A Rússia rejeitou disse que a proposta está "desconectada da realidade".

Em entrevista ao Politico, no sábado, o chefe de gabinete de Zelensky, Andrei Yermak, afirmou que, embora os ucranianos estivessem cansados do conflito, iriam se opor, veementemente, a qualquer compromisso com a Rússia.

Estados Unidos envia mais armas a Kiev

O Exército dos EUA anunciou, ontem, que transferiu armas ligeiras e munições para a Ucrânia, este mês, inicialmente enviadas pelo Irão aos rebeldes huthis do Iémen e apreendidas por Washington.

Este carregamento enviado para Kiev, para resistir à invasão russa, inclui mais de 5 mil espingardas de assalto AK-47, submetralhadoras, espingardas de precisão, lançadores de granadas e mais de 500 mil cartuchos de espingarda, enumerou o Comando Militar norte-americano para o Médio Oriente (Centcom) num comunicado.

De acordo com o Exército norte-americano, estes carregamentos de armas foram apreendidos depois de terem sido transferidos do Corpo da Guarda Revolucionária para os huthis do Iémen, em violação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

As apreensões foram feitas em quatro barcos entre Maio de 2021 e Fevereiro de 2023, especifica o Exército norte-americano, que promete "fazer tudo para expor e colocar um fim às actividades desestabilizadoras do Irão".

 Em Outubro, uma transferência de armas semelhante foi realizada pelos Estados Unidos para a Ucrânia, envolvendo 1,1 milhões de cartuchos apreendidos ao Irão, quando os enviou para os huthis.

Teerão apoia estes rebeldes iemenitas, que desde o Outono passado têm como alvo o tráfego marítimo no Golfo de Aden e no Mar Vermelho, em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza, desestabilizando o comércio mundial, cita o Notícias ao Minuto.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou, no domingo, que perderia a guerra se a esperada ajuda dos EUA permanecesse bloqueada no Congresso, à medida que a Rússia aumentava a pressão no Leste do país.

O programa norte-americano de assistência militar e económica a Kiev, no valor de 60 mil milhões de dólares (cerca de 50 mil milhões de euros), está bloqueado no Congresso desde o ano passado devido à oposição de congressistas republicanos, com as eleições presidenciais marcadas para Novembro próximo.

 

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