A Human Rights Watch (HRW) afirmou, ontem, que o Governo queniano não agiu a tempo nem respondeu adequadamente às devastadoras inundações que causaram mais de 200 mortos no país no último mês, apesar das previsões meteorológicas.
"A devastação em curso sublinha a obrigação de o Governo ter de se preparar e responder sem demora aos impactos previsíveis das alterações climáticas e das catástrofes naturais", afirmou Nyagoah Tut Pur, um dos investigadores da HRW em África, em comunicado.
A destruição causada pelas chuvas torrenciais, alertou a Organização Não-Governamental (ONG) de defesa dos Direitos Humanos, "exacerbou as vulnerabilidades sócioeconómicas", atingindo mais duramente os pobres, os habitantes das zonas rurais, os idosos e as pessoas com deficiência.
Como os meios de comunicação social locais e internacionais têm vindo a noticiar nas últimas semanas, as pessoas afectadas - por exemplo, nos bairros de lata sobrelotados da capital Nairobi, constituídos por casas feitas de chapa metálica - receberam pouca ajuda das autoridades, enquanto as linhas telefónicas de emergência não funcionavam em alguns locais. Isto apesar de o Governo queniano ter identificado previamente as zonas do país susceptíveis de serem mais afectadas e ter anunciado, em Maio de 2023, que seriam atribuídos pelo menos 10 mil milhões de xelins quenianos (cerca de 70 milhões de euros) para apoiar a resposta a nível nacional. O Departamento de Meteorologia também alertou, no mesmo mês, que as chuvas no final do ano passado e em 2024 seriam intensificadas pelo fenómeno meteorológico El Niño.
No entanto, "o Governo não pôs em prática um plano nacional de resposta a tempo" e "não se sabe o que aconteceu aos fundos que tinham sido reservados para a resposta", lamentou a HRW, segundo a agência de notícias EFE.
"O Quénia parece ter a capacidade e os recursos para se preparar adequadamente para as fortes chuvas, mas o Governo demorou a agir apesar dos avisos", afirmou à organização, pedindo para não ser identificado, um funcionário da Cruz Vermelha queniana, que tem vindo a efectuar trabalhos de salvamento nas últimas semanas.
Assim, entre Outubro e Fevereiro, pelo menos 1.781 pessoas morreram em consequência de inundações, transbordamentos de rios e deslizamentos de terras causados por fortes chuvas no Oeste, Centro e Nordeste do país, bem como na costa.
Aumento do número de doenças
Além disso, registou-se um aumento das doenças transmitidas pela água, como a cólera. Pelo menos 210 pessoas morreram em inundações no Quénia desde Março, de acordo com um novo relatório do Ministério do Turismo local, divulgado ontem. "As autoridades devem efectuar uma investigação exaustiva e credível para identificar os erros e as lições aprendidas", afirmou a ONG. As fortes tempestades no Quénia vão durar pelo menos até à próxima semana e as chuvas vão continuar a ser fortes em Maio, segundo as previsões do Departamento de Meteorologia.
Nos últimos anos, a longa estação das chuvas, que se prolonga normalmente de Março a Maio e afecta, igualmente, outros países da África Oriental, foi intensificada pelo El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica provocada pelo aumento das temperaturas do Oceano Pacífico. As regiões ocidental, central e meridional do Quénia, incluindo Nairobi, foram até agora as mais atingidas, com um rio a transbordar na segunda-feira, atingindo em especial o condado de Nakuru, onde pelo menos 71 pessoas morreram na tragédia.
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