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Irão lança ataques a Israel

O Irão iniciou, durante a noite de sábado, um ataque contra Israel. Segundo o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, foram lançadas “centenas de drones” em direcção ao país. Já a Guarda Revolucionária do Irão adiantou que também lançou mísseis.

14/04/2024  Última atualização 06H10
Teerão responde ao que considera serem os “numerosos crimes cometidos pelo regime sionista” © Fotografia por: DR

"Há pouco tempo, o Irão lançou veículos aéreos não tripulados a partir do seu território em direcção ao território do Estado de Israel”, anunciaram as Forças de Defesa de Israel, citadas pelo The Times of Israel. O exército israelita garantiu que o "dispositivo de defesa está em alerta máximo” e que "está a monitorizar todos os alvos”.

Daniel Hagari afirmou que "Israel está bem preparado” para o ataque. "Preparámo-nos antecipadamente para diversos cenários. Para interceptar estes lançamentos, temos os círculos de protecção da Marinha e da Força Aérea em várias camadas”, acrescentou, citado pela Sky News.

De acordo com o responsável, os ‘drones’ vão demorar "várias horas” até chegar ao país. "Vamos tentar impedi-los de chegar ao território israelita, é essa a nossa missão”, afirmou.

De acordo com a imprensa israelita, estava previsto que os drones atingissem Israel às 2h00 locais (00h00 em Angola). "Se entrarem no espaço aéreo israelita, ouvir-se-ão sirenes e alarmes onde quer que essas ameaças entrem e nós interceptá-las-emos”, acrescentou Hagari.

Em comunicado, a Guarda Revolucionária do Irão afirmou que também lançou mísseis contra o país, que irão visar locais específicos. "Em resposta aos numerosos crimes cometidos pelo regime sionista, incluindo o ataque à Secção Consular da Embaixada da República Islâmica do Irão em Damasco e o martírio de um grupo de comandantes militares e conselheiros do nosso país na Síria, a Força Aérea da Força Aeroespacial do Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica disparou dezenas de mísseis e drones contra alvos específicos dentro dos territórios ocupados”, disse a televisão estatal, citando o Departamento de Relações Públicas dos Guardas.

A tensão entre o Irão e Israel subiu nas últimas semanas, depois do bombardeamento do Consulado iraniano em Damasco, no dia 1 de Abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.

EUA apoia defesa israelita

A Casa Branca anunciou que vai ajudar a defesa de Israel, face ao ataque com ‘drones’ lançado ontem pelo Irão. Segundo a presidência norte-americana, os ataques iranianos vão prolongar-se por "várias horas” e os Estados Unidos "vão estar ao lado do povo israelita” face ao ataque.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, encurtou, ontem, uma estada na sua casa de praia no Delaware e regressou a Washington para se reunir com a equipa de segurança nacional e acompanhar a situação no Médio Oriente.

A tensão Israel-Irão atingiu o seu ponto mais alto desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há seis meses, depois de um ataque, atribuído a Israel, a um edifício consular iraniano na Síria que matou 12 pessoas, incluindo dois generais iranianos da Força Quds, a força de elite da Guarda Revolucionária.

O Irão prometeu retaliar contra Israel e responsáveis norte-americanos e israelitas têm estado a preparar-se para um ataque, o que suscita preocupações quanto à possibilidade de o conflito se transformar numa guerra regional mais vasta.

O Pentágono informou que o secretário da Defesa, Lloyd Austin, falou com o seu homólogo israelita "para discutir ameaças regionais urgentes (...) e deixou claro que Israel pode contar com o total apoio dos EUA para defender Israel contra quaisquer ataques do Irão e dos seus representantes regionais”.

O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan também falou com o seu homólogo para reforçar o "compromisso firme de Washington com a segurança de Israel”.

Biden embarcou no helicóptero presidencial num parque perto da sua casa em Rehoboth Beach, Delaware, para regressar a Washington, ontem à tarde, pouco antes de as autoridades israelitas confirmarem que tinham detectado ‘drones’ a serem lançados para o seu território a partir do Irão.

O Presidente norte-americano ia convocar uma reunião do Conselho de Segurança Nacional na Sala de Crise da Casa Branca para discutir os acontecimentos e planear a resposta dos EUA.

Durante a guerra entre Israel e o Hamas, em Gaza, tem havido trocas de tiros quase diárias entre as forças israelitas e o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irão, ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano.

As autoridades americanas registaram mais de 150 ataques de milícias apoiadas pelo Irão no Iraque e na Síria contra as forças americanas em bases nesses países, desde o início da guerra, a 7 de Outubro do ano passado.

Um ataque no final de Janeiro matou três militares norte-americanos na Jordânia. Em retaliação, os EUA lançaram um ataque aéreo maciço, atingindo mais de 85 alvos em sete locais no Iraque e na Síria.

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