Economia

Ministro anuncia ajudas aos produtores de arroz

Lourenço Bule | Cuito Cuanavale

Jornalista

O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, anunciou, segunda-feira, no Cuito Cuanavale, Cuando Cubango, ajudas institucionais às famílias camponesas e outros produtores de arroz da província, para que aumentem os níveis de produção e contribuam para baixar as importações e os preços.

17/04/2024  Última atualização 10H36
Titular da Agricultura entrega insumos como prova do empenho no apoio aos camponeses © Fotografia por: Lourenço Bule | Edições Novembro | Menongue
António Francisco de Assis proferiu estas declarações ao falar à imprensa no final da sua visita de trabalho de três dias ao Cuando Cubango, apontando como parte do apoio previsto pelo Governo, créditos de uma linha de financiamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) a favor de mais de 400 famílias envolvidas na produção.

A isso, junta-se a entrega de meios de produção agrícola para que, além do arroz, produzam  hortícolas durante o período seco, disse o ministro que, durante a sua permanência no Cuito Cuanavale deslocou-se a uma fazenda dos Serviços Prisionais e à Fazenda Agro-Industrial do Longa.

O ministro da Agricultura e Florestas considerou que o que está a ser feito no Cuito Cuanavale constitui uma experiência válida que pode ser replicada em todo o país, principalmente, nas zonas com terras aráveis e propícias para o cultivo do arroz em grande escala.

"A quantidade e qualidade do que se produz são bastante satisfatórios”, disse, para acrescentar que a forma como todos colaboram uns com os outros para o aumento da produção de arroz é inspiradora, sendo um paradigma daquilo que o país consegue fazer.

No final da visita, o ministro entregou uma descascadora de arroz, enxadas, catanas, carros de mão, pulverizadores e sementes de cebola, alho, cenoura, pimento, abóbora, couve, repolho e tomate às famílias camponesas das localidades do Longa, Cateque e Masseca, no Cuito Cuanavale.

Plano de contingência

António Francisco de Assis disse que o ministério tem um plano de contingência para acudir as famílias camponesas da província do Cuando Cubango que foram afectadas pela seca, que passa pela criação de pequenos sistemas de irrigação para que, no período de Cacimbo, possam praticar horticultura.

O ministro disse alientou que, para o êxito de plano, os camponeses vão ser apoiados por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), na obtenção de conhecimentos sobre a produção durante as diferentes estações climáticas do país, como forma de evitar perdas ao longo da campanha agrícola.

Expansão do projecto

 O governador do Cuando Cubango, José Martins, lembrou, na ocasião, que, neste momento, a província tem três campos de referência de cultivo de arroz, nomeadamente nas localidades do Longa, Masseca e Tumpo, no Cuito Cuanavale, num total de 144 hectares, estando prevista uma colheita de mais de 250 toneladas.

José Martins notou que mais de 54 mil dos 112 mil hectares dedicados à produção agrícola, na província, ficaram totalmente destruídos pela seca, deixando famílias e cooperativas de camponeses em situação de incerteza relativamente à colheita este ano.

Na presente campanha agrícola (de Outubro a Maio) estão envolvidas mais de 117 mil famílias, que ocupam uma área de produção de 112 mil hectares, prevendo-se que a colheita se situe em pelo menos 207 mil toneladas.


Colheitas são viabilizadas por meios mecanizados 


Colheita de mais de 1.800 toneladas de arroz

Mais de 1.800 toneladas de arroz são colhidas, desde Fevereiro último, na Fazenda Agro-Industrial do Longa, no Cuito Cuanavale, numa operação que abarca uma área de 700 hectares e se estende até Junho, informou segunda-feira o gestor da unidade.

Tomás Barroso disse que já foram colhidas 1.500 toneladas e perspectiva-se, até ao próximo mês de Junho, colher-se mais 300 toneladas, o que representa um desempenho baixo e é atribuído ao atraso verificado na época da sementeira.

A Fazenda Agro-Industrial do Longa tem identificados cinco mil hectares, mas apenas 700 estão a ser trabalhados para produção de arroz na presente campanha agrícola, para a qual estava estabelecida uma colheita total de três mil toneladas.

"Este ano houve poucas chuvas e plantou-se tardiamente o arroz”, disse Tomás Barroso, assegurando que, nas próximas épocas agrícolas, se vai acautelar esta situação para que o arroz produzido no Longa possa ser comercializado em todas as províncias do país.

 Tomás Barroso recordou que, na campanha anterior, o arroz produzido na Fazenda do Longa foi em grande parte vendido maioritariamente em Luanda, mas, estão a ser desenvolvidos contactos para que a colheita em curso seja comercializada no Cuando Cubango.

Na Campanha Agrícola 2022/2023 foram produzidas mil toneladas de arroz em apenas 600 hectares, com a operação a ser complementada com ensaios de cultivo de milho e feijão, que se adaptaram bem ao clima da comuna do Longa.

 Tomás Barroso garantiu que a Fazenda Agro-Industrial do Longa tem recursos humanos qualificados e áreas bem identificadas para a implementação do PLANAGRÃO, embora, neste momento, ainda não estão disponíveis os recursos financeiros necessários para as operações preconizadas por esse plano de iniciativa institucional. 

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia