Opinião

O poliglota e a sua aglutinação na plataforma turística

Joaquim Xanana *

A riqueza da civilização humana é evidenciada pela existência de diversos idiomas(sobretudo a língua materna), cuja contextualização em qualquer geografia, radica na sua funçãohistórica para a formação da identidade socio cultural,que se consubstancia na inter relação entre os povos e os Estados.

19/05/2024  Última atualização 07H26

As línguas mais faladas actualmente estão estimadas em 7.000 idiomas, dos quais 23 línguas fazem cobertura de mais da metade da população mundial. Todavia, atéentão, a vigência das línguas mais faladas tinham a predominância no latim e no grego.

A par disso regista-se a existência de dez línguas mais faladas. Porém, o suaíli de origem bantu,muito influenciado pelo idioma árabe, assim como o inglês,o francês,o alemão e até o português; estima-se acima de 140 milhões de falantes no leste de África(como na Tanzânia e Quénia por exemplo).Depois do árabe, o suaíli é a língua mais falada em África.

Neste âmbito, a história das línguas catalogou cinco dos idiomas mais antigos que já existiram, respectivamente: 1-súmerio,2-sânserito,3-hitita,4-tâmil,5-lingua avéstica.

Entre outros, nesta categoria ao nível do mundo se destacaram Emil Krebs (1867-1930), sinologista e poliglota alemão que falava e escrevia em 68 línguas e compreendia mais 120. No entanto, o idioma padrão em negócios internacionais, turísticos, tecnologias, entre outros, o mais utilizado é o inglês.

Nesta dimensão, não se trata simplesmente de mera referência estatística. Mas o poliglotismo, se quisermos,fundamenta-se no planeamento de estratégia de expansão global, que se consubstancia na matriz laboral (profissional) ou pessoal.

A pertinência sobre esta narrativa realça-se, sobretudo, por entendermos que ospoliglotas deviam ser aglutinados como um activo referencial incontornável no processo de redinamizaçãoda plataforma turística nacional.

Esta evidência resultará pela racionalização deste capital disponível, cujos conhecimentos habilita-os com competências pragmáticas, por estarem ligados em carreiras sobre o turismo,tradução-intérprete, publicidade e propaganda, extensivo na produção cultural. Para além das relações internacionais, comércio externo e letras, por exemplo.

Por via disso, se a base existencial destes profissionais for expressivo e dispersivo, seria indispensável canalizar-se os esforços para serem alinhados com este propósito (diversificação da economia pelo impulso do turismo) e tonificarem qualitativamente a cadeia da prestação dos serviços neste âmbito.

Assim sendo, se impõe a catalogação destes em todas as jurisdições territoriais com potenciais recursos turísticos, para aferir onde estão e prover a inserção.

É nítido saber que uma das línguas mais faladas  já não é um diferencial, mas sim uma aposta essencial independentemente da idade. Por isso, saber outras línguas (para além do português),traz muitas vantagens na vida de cada um.

Desta forma, para além do conhecimento gramatical de uma determinada língua, torna-se necessário conhecer as regras e princípios que regulam esta língua em situação de uso.

São, precisamente, estes princípios reguladores da actividade verbal que constituem o objecto de estudo da pragmática, como disciplina linguística (Garcia 1996:385).

Este repto poderia serum traço para a reflexão,para os agentes alfandegários, de migração, de saúde,balconistas, garçons,entre outros,escalados (em missão de serviço nas localidades abaixo indicados) como portas de entrada, ou seja, os que batem de frente (nos aeroportos, portos comerciaise pesqueiros, docas marítimas, parques de campismo, zonas francas e postos fronteiriços)com os falantes de várias geografias (nacionalidades).

O interesse desta premissa visa, efectivamente, habilitar-lhes com complacência, com respeito aos actos de delicadeza, em diferentes tipos de interelações humanas, sobretudo nos locais já referenciados.

Esta sinalização se realça na intercomunicação em jurisdições territoriais externas, na formulação de algumas inquietações que imprevisivelmente ocorrem como; re (marcações) de alojamentos, documentação extraviada, confirmação dedes(embarques),solicitação de apoio para assistência médica, reclamar aquisição de produtos deteriorados nas grandes superfícies comercias e não só, interagir com as autoridades, porteiros e garçons, acesso aos diversos serviços.

Estas e outras constatações permitem-nos compreender melhor sobre a necessidade pela aquisição de competências de apenas uma língua não materna e ter mais facilidades (contactos), consubstanciando-se na melhor prestação pública.

Como contraponto deste eventual défice, em face dos desafios desta caminhada, será inadiável o fomento de ciclos básicos de aprendizagem formação(in job), aos diferentes níveis para a capacitação de uma ou mais línguas.

Estas acções formativas deveriam agraciar á sua utilidade, com relevância no meio rural,sobretudo onde predominam o vasto e valioso acervo histórico-cultural (monumentos e sítios).

Assim como, as belíssimas paisagens, formada por vistosa fauna, flora e encantadíssimas praias.Considerando, os anseios dos residentes das respectivas jurisdições locais, evitando-se deste modo, o risco destes optarem por não desenvolverem o roteiro turístico no local.

Desde os tempos de antanho e não só, imaginemos viajar para o exterior em comissão de serviço, tratamento, formação ou turismo com défice linguístico, e sujeitar-se ocasionalmente por sórdidos vexames, ou seja, da sua necessidade básica, e ter de depender de terceiros para ir ao banheiro,ou ter de gestualmente indicar os fundilhos das calças para que se apercebam da sua necessidade fisiológica ou outra.É,de todo, desconfortante.

Este tema leva-nos a arregimentar o foco e determinação para submetermo-nos aos ciclos de aprendizagens sobre novos idiomas.

/A partir de amanha já vou começar o estudo da língua portuguesa/ /A partir de demain je vais commencer à étudier la langue française/. /Starting tomorrow I will start studying the English language/

Outrossim, evita-nos sermos mudos perante os visitantes ou outros, e atribulados com gestos, por vezes, indecentes.

Tudo na vida tem o seu preço. Assim como para se dedicar ao estudo de línguas estrangeiras e não só. É preciso dedicação e força de vontade.

*psicólogo

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