O Miradouro da Luanda, no município de Belas, foi palco da III edição do Festival Internacional de Cinema Documental – DOC Luanda, que decorreu, sábado.
O director do Museu Nacional de História Natural, Ilunga André, realçou, em Luanda, a importância dos museus como fonte de transmissão de conhecimento e pesquisas na conservação da memória colectiva e promoção da cultura nacional.
Dominick Maia, da produtora de eventos artísticos Maia Tanner, organizadora da “Art Fair Luanda”, considera positiva a actividade e manifestou a intenção de dar uma dimensão internacional ao evento.
O organizador da Feira Art Fair Luanda Africell, Dominick Maia Tanner, fez uma retrospectiva do evento, considerando três pilares, nomeadamente o foco na promoção do turismo cultural em Angola, a formalização do trabalho dos artistas plásticos e o incentivo ao consumo das obras feitas no país.
"Achamos que houve uma enorme adesão por parte do público e muito boas vendas, que muito em breve vamos apresentar com mais detalhes o balanço”, frisou o produtor cultural.
Segundo informou, a equipa de produção já está a pensar na próxima edição. "Além de darmos primazia e convidarmos novamente as galerias angolanas, também queremos trazer galerias de outros países africanos. Por exemplo o Ghana, Moçambique, Nigéria, Namíbia, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, África do Sul e República do Congo serão os nossos próximos convidados”, anunciou.
Dominick Maia Tanner realçou que houve uma grande aceitação da parte do público e prognosticou um aumento das galerias, artistas, curadores e outros agentes da indústria criativa na próxima edição.
Com o tema "De Angola para o Mundo” participaram na Feira, que decorreu de 19 a 21 de Abril, as galerias "The Art Affair”, ELA-Espaço Luanda Arte, Sky Gallery Espaço D’Arte, Tamar Golan e This Is Not A White Cube.
O evento, também denominado I edição da Africell Luanda Feira de Arte, "Art Fair Luanda,” resultou de uma parceria com a operadora norte-americana de telecomunicações.
Da parte do patrocinador da Feira, o director de parcerias da Africell, Mário do Nascimento, em declarações ao Jornal de Angola começou por reconhecer a iniciativa do mentor do projecto, Dominick Maia. "Nós, enquanto parceiros, juntamo-nos à iniciativa porque também está dentro daquilo que são os nossos pilares da responsabilidade social”, disse.
Mário do Nascimento acrescentou que pretendem contribuir para as artes no país, levando vários artistas ao estrangeiro. "Almejamos que os seus trabalhos sejam conhecidos além fronteiras”, assegurou.
Por sua vez, Alexandra Gonçalves, curadora e responsável pela Galeria "Art Affair”, frisou que ter participado no projecto foi muito gratificante. "Só ouvíamos falar de feiras noutros países e que bom ter chegado a nossa vez, vai ajudar-nos a promover os trabalhos dos artistas que são novos no mercado e não só”, disse visivelmente satisfeita.
A responsável esclareceu que estão no mercado há um ano e empenhados em mostrar a arte angolana a nível nacional e no estrangeiro. A curadora explicou que levaram quatro artistas, nomeadamente Yambisa e Paula Agostinho, com fotografia, Evan Claver, com telas pintadas, e Dudu Sapate, com duas curtas metragem. "É um momento único e estamos a receber um feedback positivo do pessoal e vários elogios pelas nossas obras. Está a ser benéfico para nós como novos fazedores de arte”, realçou.
Por outro lado, Xavier Narciso, curador da Galeria Tamar Golan e director-adjunto da Fundação Arte e Cultura, recomenda que o projecto tenha continuidade e considera uma mais-valia para os artistas plásticos.
"A Galeria Tomar Golan é parte da Fundação Arte e Cultura, um projecto inovador e sem fins lucrativos que busca promover as artes. Temos patente 18 dos artistas, dentre eles Lord Cave, Jardel Selele, Isabel Landama, Muhanguena Azevedo, Paulo Benvindo, Semaj Ar e Tho Simões. O curador apelou aos artistas que sejam mais persistentes e ousados. "De certeza que serão atendidos, não guardem os vossos projectos, batam portas e divulguem os trabalhos”, aconselhou.
Em representação da ENSA esteve Tito Mateus, que participou num painel que abordou o mecenato nas artes visuais. "Uma feira dessa natureza começa a ajudar também a estruturar o sistema”, assegurou.
A feira, prosseguiu, esteve muito bem estruturada e levantou temas pertinentes para o mercado das artes plásticas. "Ela pode dar mais visibilidade aos artistas ao mostrar os trabalhos e pode atrair mais turistas. Eles precisam de ter alguma lembrança e nada melhor do que levar uma peça”, realçou.
A exposição individual da artista Maria Belmira, uma homenagem singular à artista angolana, uma das mais relevantes da sua geração, marcou o evento. O "Art Fair Luanda 2024” é a mais nova feira de arte do continente africano e oferece uma plataforma para artistas, através de galerias, coleccionadores, curadores, críticos de arte e jornalistas, em Luanda, para formalizarem, adicionarem valor e criarem conexões significativas na vanguarda da arte contemporânea em Angola.
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