Sociedade

Organizações africanas destacam desafios internos

António Gaspar |

Jornalista

As organizações africanas de telecomunicações por satélite do Ghana e do Djibouti destacaram, quinta-feira, em Luanda, as prioridades e os desafios dos programas espaciais internos para o desenvolvimento de um sistema inteligente focado no sector agrícola daqueles países.

05/04/2024  Última atualização 12H47
Jovens interessados nas Ciências e Tecnologias Espaciais © Fotografia por: Rafael Tati | Edições Novembro
Trata-se  do Instituto de Ciência e Tecnologia Espacial do Ghana (GSSTI) e da Organização do Programa Espacial do Djibouti, este último ligado ao projecto de produção de nanossatélites, que participam, desde terça-feira, na capital do país, na Conferência NewSpace Africa 2024, considerado o principal evento espacial a nível do continente.

Ao intervir no painel referente à actualização sobre a situação das actividades das agências espaciais africanas, o director do GSSTI, Joseph Tandoh, referiu que o sistema é importante, na medida em que os agricultores conseguem perceber a quantidade de cultivo com a tecnologia implementada.

"O cultivo no Ghana é algo importante, tendo em conta as condições climáticas. Temos áreas de muitas florestas a preservar. Por isso, a aplicação científica é importante para qualquer programa espacial de ciências, porque, quando isso acontece, olhamos para o desenvolvimento daquilo que diz respeito, em particular, ao cultivo essencial”, disse.

Durante a abordagem, Joseph Tandoh fez saber, também, que o Ghana tem estado a realizar actividades para o desenvolvimento da sua agência espacial, sublinhando ser "o maior objectivo deste ano para o Governo.

A nível dos recursos humanos, continuou, "precisamos de formar ainda muitos cidadãos, assim como termos a mão de obra pronta para a terceira fase, "que é o desenvolvimento do nosso próprio satélite”.

Na visão do director do Instituto de Ciência e Tecnologia Espacial do Ghana,  todas as nações devem levar a questão espacial a sério, porque têm de fazer parte do que está a acontecer no mundo. Do mesmo modo, referiu, devem ter a percepção do que existe no universo e no espaço à volta.

Experiência do Djibouti

O secretário-geral do Ministério do Ensino Superior e Pesquisa do Djibouti, Aboubaker Hassan, frisou que ir ao espaço, para um "pequeno país como o nosso”, cria reacções não apenas positivas, mas também negativas, pois uma parte da população considera isso gastos sem benefícios.

Do seu ponto de vista, a implementação do programa espacial no Djibouti "irá permitir alcançar bons resultados e um impacto positivo na economia e no bem-estar das populações”.

Para tal, avançou, "precisamos de dominar os saberes e saber fazer”. Aboubaker Hassan sublinhou que em nenhum momento, na primeira fase e na segunda fase do programa espacial, que começa dentro de semanas, se colocou a questão de comprar um satélite.

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