Especial

Oupa Ephraim Monareng: “Batalha foi uma demonstração da força e determinação dos angolanos”

Edna Dala

Jornalista

O embaixador da África do Sul em Angola, Oupa Ephraim Monareng, considera a Batalha do Cuito Cuanavale uma demonstração da força e de determinação dos soldados angolanos e cubanos, que conduziu à independência da Namíbia e ao fim do regime do apartheid na África do Sul.

23/03/2024  Última atualização 08H35
Oupa Ephraim Monareng destaca o significado da unidade e da colaboração entre as nações © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro

Em declarações ao Jornal de Angola, por ocasião do 23 de Março, que hoje assinala o fim do maior confronto militar da guerra civil angolana, decorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, o diplomata referiu que a batalha é lembrada como um momento significativo na história africana, marcando o início do fim do colonialismo e do domínio da minoria branca na região. Oupa Ephraim Monareng indicou, ainda, que a data é um ponto de viragem na guerra civil angolana, com as forças cubanas e angolanas que repeliram com sucesso a invasão sul-africana.

Homenagens

Questionado se os sul-africanos estariam a estudar os acontecimentos que culminaram no 23 de Março, o diplomata informou que, neste dia, em particular, os sul-africanos reúnem-se para homenagear e regozijar-se com os triunfos e o progresso da região da África Austral na obtenção da independência e libertação contra a dominação colonial.

"Este dia serve como um lembrete dos sacrifícios consentidos pelos heróis e heroínas que lutaram pela libertação e destaca o significado da unidade e da colaboração entre as nações da região”, sublinhou, acrescentando que "devemos aproveitar esta oportunidade para contemplar os avanços alcançados e as tarefas que temos pela frente para garantir um futuro melhor para todos”.

No evento celebrado na África do Sul, prosseguiu, destacam-se discursos de líderes políticos, apresentações de músicos e dançarinos locais e uma cerimónia de hasteamento da bandeira. "É um momento para os sul-africanos se unirem e reflectirem sobre o progresso alcançado desde o fim do Apartheid, bem como o trabalho que, ainda, precisa de ser feito para alcançar a verdadeira igualdade e justiça para todos”, sublinhou.

"Temos de apreciar o facto de o Dia da Libertação da África Austral nos lembrar a história do nosso povo e a importância da Batalha do Cuito Cuanavale, para garantir a liberdade e a democracia da região”, acrescentou.

O diplomata citou o Presidente Nelson Mandela, que falou da libertação da África Austral como "um ponto de viragem para a libertação do continente africano e do seu povo”. "Não é por acaso que no Freedom Park, em Tshwane, existe um busto do antigo Presidente Agostinho Neto ao lado dos nomes de 2.070 soldados cubanos que tombaram em Angola, entre 1985 e 1988, inscritos juntamente com os dos sul-africanos que morreram durante a luta de libertação”, lembrou.

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