Economia

“País despertou para a produção de arroz”

Francisco Curihingana | Malanje

Jornalista

A Fazenda Marsiris, do Loquembo, Malanje, iniciou, quinta-feira, a colheita de dez mil toneladas de arroz, mais do que o dobro que as quatro mil toneladas de 2023, num acto em que o ministro da Agricultura e Florestas, considerou que as dimensões devem ser interpretadas como o “despertar” do país na produção de arroz.

05/04/2024  Última atualização 12H24
Ministro da Agricultura, ontem, no Loquembo © Fotografia por: Edições Novembro
António de Assis acrescentou que, na época de colheita que iniciou ontem, o potencial da produção nacional de arroz inclui operações de lavoura, além de Malanje, em curso no Moxico, Cuando Cubango, Huíla, Huambo e Benguela, as quais devem acentuar uma redução assinalável das importações, situadas em 650 mil toneladas por ano.

Esta expectativa assenta no facto de haver condições para a produção de arroz em todas as regiões do país, declarou o ministro, assegurando que o Ministério da Agricultura e Florestas vai continuar a apoiar os produtores do sector familiar e empresarial, de modo a tornar o país auto-suficiente num horizonte de três anos.

Nessa acepção, anunciou, está em curso a formação de parcerias com empresários chineses que tencionam investir na produção de arroz em Angola, no quadro das políticas de aumento da produção interna, situada entre 35 e 40 mil toneladas por ano, cifra irrisória face à importação .

A produção da Marsiris ocorreu, este ano, numa fazenda do  Luquembo de 2.500 hectares, representando mais do dobro das variáveis do ano agrícola anterior, quando a operação foi realizada numa área de mil hectares e resultou numa colheita de quatro mil toneladas, de acordo com a sócia-gerente da fazenda.

Sónia Liyun revelou que a estratégia comercial reside na cobertura da procura interna, tendo em conta a gritante necessidade de arroz que ainda se regista e que a companhia projecta expandir a área de cultivo do arroz em cada época agrícola de modo a contribuir para a estratégia do Executivo de atingir a auto-suficiência na produção do grão nos próximos anos.

Neste sentido, avançou que, para a campanha agrícola 2024/2025, a empresa perspectiva explorar 6.500 hectares, para colher 30 mil toneladas, para além do incentivo às famílias com preparação de terras e entrega de sementes melhoradas, elevando a produtividade e os rendimentos dos produtores.

O administrador do Luquembo, João da Costa, disse que o município tem disponíveis 488 mil hectares propícios para o cultivo de arroz, tendo, por isso convidado a classe empresarial a tirar proveito dessas potencialidades e contribuir na segurança alimentar.

Instalada numa extensão bruta de 20 mil hectares, a Fazenda Marsiris, uma das maiores produtoras de arroz do país, conta com 108 trabalhadores efectivos e eventuais, e investiu mais de 10 milhões de dólares na podução.

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