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Países Baixos acusam China de espionagem tecnológica

As empresas neerlandesas de semicondutores, aeroespaciais e marítimas têm sido alvo de espionagem da China no último ano, com a intensificação dos ciberataques à procura de conhecimento, denunciou quinta-feira o Serviço de Informações e Segurança Militar neerlandês (MIVD).

22/04/2024  Última atualização 10H31
© Fotografia por: DR

O serviço de inteligência militar realçou, no seu relatório anual, que os Países Baixos têm "conhecimento sobre recursos militares modernos e destacamentos militares" que a China pode "usar para continuar a construir as suas próprias Forças Armadas".

Por esse motivo, prossegue o MIVD, Pequim tentou espiar os projectos de equipamentos militares, unidades operacionais e pessoal de Defesa dos Países Baixos.

Em 2023, os ciberataques conseguiram penetrar numa rede de Defesa, mas como a rede não estava ligada à ligação mais ampla do Ministério, "os danos foram limitados".

Estes 'hackers' chineses não visaram apenas as actividades de Defesa neerlandesa e fizeram mais de 20.000 vítimas em todo o mundo, de acordo com o MIVD.

Os neerlandeses são destacadamente os líderes europeus em máquinas para o fabrico de 'chips', os componentes electrónicos essenciais para o funcionamento de smartphones, carros, mas também equipamentos militares.

Após pressão dos Estados Unidos, Haia anunciou, em Março do ano passado, um travão à exportação de tecnologias para o fabrico de 'chips' electrónicos por questões de segurança.

A decisão foi duramente criticada pela China, que para fabricar 'chips' precisa de máquinas produzidas principalmente pela empresa neerlandesa ASML, principal fabricante de semicondutores da Europa.

Os serviços de inteligência neerlandeses também mantêm a Rússia no seu radar e asseguram que observaram um aumento na espionagem cibernética desde a invasão russa da Ucrânia, em Fevereiro de 2022, porque Moscovo tenta obter informações, entre outras coisas, sobre o transporte de recursos militares ocidentais na Ucrânia e também fora. Os Países Baixos fazem parte desta rota de abastecimento.

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