O Papa Francisco voltou a lançar um apelo pela paz, enquanto rezava o Regina Coeli, na Praça São Pedro, onde intercedeu pelos líderes das nações.
Um suposto meteoro iluminou, na noite de sábado (18), os céus de Portugal.
O Primeiro-Ministro são-tomense, Patrice Trovoada, corrigiu, ontem, a sua ministra da Educação, sublinhando que "não está e não vai estar na agenda do Governo" do seu executivo a questão das reparações de Portugal pelo seu passado colonial.
"Nós estamos virados para o futuro, é uma questão que foi levantada cá em Portugal, mas que, honestamente, não nos preocupa, não faz parte das nossas prioridades e não faz parte da nossa agenda", afirmou em declarações à Lusa o chefe do Governo são-tomense, que tomou conhecimento, ontem, em Lisboa, onde se encontra, das afirmações da ministra da Educação, Cultura e Ciência.
Isabel Abreu afirmou aos jornalistas que o Governo são-tomense vai pedir a Portugal a reparação dos danos morais da colonização, adiantando que o assunto seria discutido na reunião do Conselho de Ministros.
"São danos morais causados pela colonização durante todos esses anos e se Portugal concorda e aceita a reparação dos danos, o Governo está a trabalhar nesse aspecto", referiu Isabel Abreu, interpelada pela Lusa à margem do V encontro das Agências Reguladoras do Ensino Superior da CPLP, que se iniciou quinta-feira na capital são-tomense.
Patrice Trovoada interpretou estas declarações como resultado da "pressão" dos jornalistas, considerando que Isabel Abreu esteve num "dia mau".
"Eu acho que a ministra não... Há dias maus, acho que não era um bom dia para ela", disse à Lusa o chefe do executivo são-tomense.
"Em São Tomé, evidentemente, algumas pessoas. É uma questão de opinião de cada um, algumas pessoas em São Tomé começaram a reagir favoravelmente às ideias do Presidente Marcelo [Rebelo de Sousa], e os jornalistas estavam a insistir com ela e ela não encontrou a pior maneira de sair dessa insistência", considerou.
"São questões de opinião, mas não é a posição do Governo", acrescentou o governante. Quanto a Isabel Abreu, o caso não passará daqui, disse Trovoada.
"Não há nenhuma polémica com a ministra, eu acho que a ministra se saiu mal de uma pergunta, de uma pressão feita pelos jornalistas, e acabou-se".
"Agora, é preciso dizer qual é a posição do Governo e eu é que tenho que dizer que a posição do Governo é que não está na agenda e não vai estar na agenda do Governo essa questão", fez questão de reiterar.
Condução da política externa é feita pelo Governo
Questionado sobre a posição assumida pelo Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, na semana passada em reacção às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que reconheceu a responsabilidade de Portugal na reparação pelo seu passado colonial junto das suas ex-colónias, Patrice Trovoada fez questão de sublinhar que a condução da política externa são-tomense cabe ao Governo, não ao chefe de Estado.
"O Presidente Carlos Vila Nova tem uma opinião, mas o que eu quero dizer é que o Governo de São Tomé e Príncipe é que define a política externa do país, e, em relação a Portugal, nós não temos de facto essa questão na agenda", afirmou.
"A descolonização pode estar resolvida, mas os actos de maus tratos, de violência e outros que aconteceram não estão resolvidos, portanto eu vejo isso [as declarações do Presidente de Portugal] com normalidade até porque ao nível de outras potências colonizadoras esse processo já está um bocado avançado, já está em discussão", disse na semana passada Carlos Vila Nova em declarações aos jornalistas.
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